Grupo de amigos vira alvo de organização envolvida com snuff movies no terror de Stephen Susco
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Arte do filme 'Amizade Desfeita 2: Dark Web' |
Por Ed Walter
Dark Web é a continuação de Amizade Desfeita, terror de 2014 produzido pela Blumhouse que, apesar de ter vários problemas, fez sucesso suficiente para popularizar um novo estilo estético e narrativo que hoje, por bem ou por mal, já se tornou quase um subgênero dos filmes de terror: o chamado screenlife, uma espécie de variação do found footage onde toda a trama é contada a partir da tela de um computador. A história, porém, não tem relação com o primeiro filme.
Colin Woodell interpreta Matias, um jovem que "pega emprestado" um notebook na sessão de achados e perdidos de um Cyber Cafe onde é atendente. O que ele não sabe é que o aparelho pertence a um hacker que está envolvido com a produção de snuff movies. A figura misteriosa que se identifica como Charon 68 vai fazer de tudo para recuperar o objeto, e arrastará Matias e seus amigos para o universo assustador da dark web.
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Imagem do filme 'Amizade Desfeita 2: Dark Web' |
A direção é do estreante Stephen Susco. Algo que ele sabe fazer muito bem é mexer com os nervos do público. A partir do momento em que Matias descobre que ele e seus amigos estão sendo monitorados, o filme entra em uma onda crescente de tensão. O elenco carismático contribui muito para isso, mesmo que o roteiro (também escrito por Susco) trabalhe contra eles, forçando seus personagens a tomar decisões ilógicas sempre que possível.
Aliás, o roteiro exige bastante suspensão de descrença. Há muitos furos e conveniências. E as habilidades dos hackers são tão absurdas que seus ataquem parecem mais ser produto de magia do que de tecnologia. Mas como o filme estava divertido, eu fui relevando a maior parte dos problemas.
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Imagem do filme 'Amizade Desfeita 2: Dark Web' |
Minha decepção só começou realmente no momento em que vi a primeira cena de assassinato. Ou melhor, não vi, porque o diretor achou mais legal não mostrar nada. Pensei que fosse um caso isolado, mas isso se repete o filme inteiro. Sempre que o assassino ataca, a imagem do computador de Matias (que é por onde acompanhamos toda a trama) começa a dar defeito. Às vezes a tela fica preta. Em outras a câmera treme tanto que não dá para ver o que está acontecendo. Isso quando, ao invés dos assassinatos, o diretor não resolve filmar o chão ou o pé do assassino.
Foi justamente esse tipo de trapalhada que contribuiu para transformar o found footage em um dos subgêneros mais chatos do cinema de terror. E acho que se esse tal de screenlife continuar nessa pegada, meu relacionamento com ele não será dos melhores. De qualquer forma, depois desse balde de água fria, Dark Web começou a me perder. E o fato do roteiro apresentar reviravoltas cada vez mais irreais não ajudou a melhorar minha empolgação.
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O melhor: Os dois primeiros atos têm momentos crescentes de tensão.
O pior: O roteiro força a barra e a câmera dá defeito nos momentos de violência.
Título original: Unfriended: Dark Web.
Gênero: Terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 92 minutos.
Roteiro: Stephen Susco.
Direção: Stephen Susco.
Elenco: Rebecca Rittenhouse, Colin Woodell, Betty Gabriel, Andrew Lees, Stephanie Nogueras, Alexa Mansour, Chelsea Alden, Savira Windyani.
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