Crítica | Rodeio do Inferno (Lasso, 2018)

Cowboys psicóticos aterrorizam visitantes de festival de rodeios no slasher de Evan Cecil

Imagem do filme 'Rodeio do Inferno', de Evan Cecil

Por Ed Walter

Lasso é o longa de estréia do diretor Evan Cecil. É um filme slasher, mas quebra algumas regras desse subgênero. Ao invés de uma cabana ou um acampamento de verão localizado em uma floresta remota, o cenário é um festival de rodeios em uma cidadezinha do interior. Ao invés de um psicopata mascarado imortal ou uma família de canibais incestuosos, o inimigo é um grupo de cowboys sombrios, musculosos e nervosos. E ao invés de adolescentes semi-nus com os hormônios à flor da pele, as vítimas aqui, vejam só, são os membros de um centro comunitário para idosos!

Os únicos adolescentes na tela são Kit e Simon (Lindsey Morgan e Andrew Jacobs), que por acaso também são responsáveis pelo ônibus que carrega os idosos. Mas o filme também conta com algumas figuras inesperadas, como um cowboy de um braço só chamado Ennis (Sean Patrick Flanery); uma ambiciosa rainha do rodeio chamada Rosheen (Heather Mignon); e uma montadora de touros turbinada chamada Trish (Skyler Cooper). Todos deverão se unir para sobreviver a uma noite de terror quando um grupo de cowboys decide deixar os animais em paz por um tempo. E começa a usar os humanos como gado.

Imagem do filme 'Rodeio do Inferno', de Evan Cecil

O roteiro é bem direto. São necessários apenas 15 minutos para que todos os personagens sejam apresentados. E depois disso, tudo se resume a uma luta pela sobrevivência. Se você for exigente, a ausência quase absoluta de história pode incomodar. E a ausência de lógica também. Como esses assassinos promovem um massacre a céu aberto e a polícia não percebe? Como eles conseguem manter um festival de rodeios, se eles matam não apenas sua platéia mas também seus próprios cowboys? E quem é aquele palhaço misterioso cujo balde d'água parece ter o poder de curar os ferimentos dos quase mortos?!?

Supere essas dúvidas cruéis e é bem provável que você se divirta com o espetáculo sangrento que vem a seguir. A quantidade de mortes é absurda. E a seguinte nunca é igual a anterior. Temos pessoas torturadas, desmembradas, chicoteadas, espancadas, marcadas com ferro quente, serradas ao meio por um serrote gigante. E a lista de atrocidades ainda vai longe. Um dos vilões mais ameaçadores tem um chicote equipado com ganchos afiados. E ele faz um estrago medonho! A violência é explícita. E os efeitos especiais não poderiam deixar de ser deliciosamente trash.

Imagem do filme 'Rodeio do Inferno', de Evan Cecil

Não há muito o que falar sobre os protagonistas. O roteiro não os desenvolve. E você não vai se importar com a maioria deles. Aliás, ouso até dizer que provavelmente você vai se irritar quando testemunhar a incapacidade da galera em reagir às situações de perigo e sua disposição de tomar decisões idiotas sempre que possível. O único que foge à regra é Ennis, o cowboy de um braço só que se recusa a desistir, mesmo diante de situações aparentemente impossíveis de serem superadas. Não é à toa que ele é o melhor personagem do filme.

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O melhor: Caos, violência explícita, efeitos práticos e heróis inesperados.
O pior: Ausência quase absoluta de roteiro.
Evan Cecil: Tem como fazer um spin-off estrelado pelo cowboy Ennis?

Título original: Lasso.
Gênero: Terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 97 minutos.
Roteiro: Roberto Marinas.
Direção: Evan Cecil.
Elenco: Sean Patrick Flanery, Lindsey Morgan, Andrew Jacobs, Karen Grassle, Heather Mignon, Skyler Cooper, Benedita Pereira.
 

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

1 Comentários

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  1. Critica bem coerente, concordo plenamente em tudo que foi citado acima.

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