Viktoriya Agalakova interpreta jovem que tem noivado ameaçado por entidade sobrenatural em 'A Sereia: Lago dos Mortos', de Svyatoslav Podgaevskiy
Imagem do filme 'A Sereia: Lago dos Mortos', de Svyatoslav Podgaevskiy |
Em A Noiva (2017), o diretor Svyatoslav Podgaevskiy colocou a atriz Viktoriya Agalakova no papel de uma noiva atormentada por uma força sobrenatural maligna. Agora ele retorna à cadeira de diretor com A Sereia: Lago dos Mortos, que apresenta Viktoriya Agalakova como... bem, ela interpreta outra noiva em apuros, atormentada por outra força sobrenatural maligna.
A história é baseada na lenda da Rusalka, entidade fantasmagórica da mitologia eslava, descrita como uma mulher que vive em lagos e rios, faz cócegas nos homens (?) e os arrasta para a morte em lagos e rios. Os russos, ucranianos e bielo-russos muitas vezes se referem a ela como uma sereia. Mas como nossa visão de sereias é bem diferente, o público brasileiro provavelmente verá a Rusalka como um fantasma genérico.
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Marina (Agalakova) é uma jovem encantadora que não sabe nadar, odeia água, e vai se casar com um nadador. O nome dele é Roma (Efim Petrunin), e sua família guarda um segredo sombrio. Esse segredo vem à tona quando Roma participa de uma festa de despedida de solteiro em um velha casa remota herdada de seu pai, e tem contato com uma mulher misteriosa e descabelada, que parece ter saído de um lago próximo.
Efim Petrunin e Viktoriya Agalakova em imagem do filme 'A Sereia: Lago dos Mortos', de Svyatoslav Podgaevskiy |
Para evitar que Roma ceda aos encantos da Rusalka e termine morto no fundo do lago, Marina terá que superar seu medo de água. Bem, na verdade, não, porque o roteiro não liga muito para as regras de Chekhov, e esse detalhe quase não importa na história. De qualquer forma, a moça fantasmagórica da água não lida muito bem com a rejeição. E quando ela fica nervosa, todos correm perigo.
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Assim como em A Noiva, Podgaevskiy entrega um filme visualmente agradável. Gostei especialmente das cenas noturnas ambientadas no lago. Tirando o fato que a sereia sai da água usando uma camisa, o filme funciona bem quando ela é mostrada em sua forma humana. Já as cenas de transformação, feitas com CGI, são dolorosamente ruins. A equipe de maquiagem, ao contrário, cumpre perfeitamente seu papel.
Nadezhda Igoshina em imagem do filme 'A Sereia: Lago dos Mortos', de Svyatoslav Podgaevskiy |
Os dois primeiros atos basicamente se resumem ao fantasma aparecendo para fazer travessuras sobrenaturais à base de água, molhando bastante Marina e Roma no processo. Ela perturba na pia, na máquina de lavar roupas, no chuveiro, na banheira e até debaixo do cobertor. A maioria das aparições não representa perigo real para o casal, e estão ali apenas para garantir alguns jump scares.
O filme só ganha uma certa urgência nos minutos finais, quando nossos heróis conseguem irritar a moça da água o suficiente para ela partir para a ignorância. Tudo bem que os personagens tomam decisões sem sentido, separam-se sempre que possível, tropeçam pelo caminho e facilitam ao máximo o trabalho da vilã. Mas pelo menos rolam alguns rituais trapalhões, mortos-vivos aparecem para puxar o pé de nadadores, e temos até tosqueiras como um carro inundado pela chuva.
Efim Petrunin e Viktoriya Agalakova em imagem do filme 'A Sereia: Lago dos Mortos', de Svyatoslav Podgaevskiy |
O trabalho do elenco não me agradou muito. Mas é preciso dizer que esse é um filme russo, a versão que eu assisti estava dublada em inglês, e isso provavelmente influenciou negativamente na minha experiência. Pretendo ver o filme falado em russo. Mas acho que vou esperar por uma versão estendida, de preferência uma que mostre a Rusalka fazendo cócegas em alguém. Seria épico.
Nota: 4.7/10
Título original: Rusalka: Ozero myortvykh / The Mermaid: Lake of the Dead
Gênero: Terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
Pais: Rússia.
Duração: 1h 27min.
Roteiro: Natalya Dubovaya, Ivan Kapitonov, Svyatoslav Podgaevskiy.
Direção: Svyatoslav Podgaevskiy.
Elenco: Viktoriya Agalakova, Efim Petrunin, Sofia Shidlovskaya, Nikita Elenev, Sesil Plezhe, Igor Khripunov, Evgeniy Koryakovskiy, Nadezhda Igoshina.