Crítica | Crucible of the Vampire (2019)

Katie Goldfinch investiga um mistério sobrenatural no terror retrô do diretor Iain Ross-McNamee

Katie Goldfinch em imagem do filme 'Crucible of the Vampire'

Por Ed Walter

Crucible of the Vampire é o novo trabalho do diretor Iain Ross-McNamee, que em 2015 havia realizado The Singing Bird Will Come. A trama coloca Katie Goldfinch (Lucid) no papel de Isabelle, uma jovem historiadora que é enviada para uma mansão no interior da Inglaterra para investigar a descoberta do que parece ser uma das metades de um antigo caldeirão druida. A outra metade já está devidamente guardada na universidade onde Isabelle trabalha. E coisas ruins vão acontecer quando as duas partes forem reunidas.

O thriller gótico de vampiros surpreende por resgatar o clima dos filmes de terror britânicos das décadas de 1960 e 1970. Há reflexos discretos de O Caçador de Bruxas (1968) e de O Homem de Palha (1973). Há homenagens ao cinema de Hitchcock. E em muitos momentos o longa passa a sensação de que estamos assistindo a um das produções antigas da Hammer. Essa pegada old school ganha força graças às atuações carregadas mas elegantes, em especial as de Phil Hemming (The Snarling) e de Larry Rew (Anjos da Noite: A Rebelião), que interpretam o engraçado professor Edwards e o misterioso dono da mansão, Karl.

Imagem do filme 'Crucible of the Vampire'


A trilha sonora é atmosférica. Alguns flashbacks nos transportam para as florestas dos séculos 17 e 19 e nos ajudam a montar as peças para solucionar o mistério que envolve o caldeirão e o tal vampiro do título. Já o ritmo não empolga muito. Nossa pequena heroina passa o tempo ignorando sinais de perigo, que chegam tanto através do jardineiro Robert (Neil Morrissey, da série Unforgotten) como do stalker Tom (Aaron Jeffcoate, da série The Terror). No resto do tempo ela cava, conversa, toma um drink num barzinho ali na esquina e tem visões que deveriam ser assustadoras mas são inofensivas.

Teria ajudado bastante se o diretor trabalhasse um pouco mais os momentos de tensão; se começasse a entregar respostas um pouco mais cedo para manter o espectador interessado na história; ou se o filme se assumisse logo como um thriller erótico ao invés de ficar apenas fingindo que é. O jogo de sedução entre Isabelle e Scarlet (Florence Cady, de Into the Mirror) até evoca ligeiras lembranças do clássico Carmilla - A Vampira de Karnstein (1970). Mas não entrega nada da sensualidade de sua aparente fonte de inspiração.


Florence Cady em imagem do filme 'Crucible of the Vampire'


Já o último ato ganha uma certa urgência. E como o diretor deixa a elegância de lado e permite que a tosquice tenha seus 30 minutos de fama, há também boas surpresas para quem gosta de trash. Além de efeitos digitais duvidosos e confrontos deliciosamente mal coreografados, há perseguições hilárias com direito até mesmo a vampiras nervosas levando rasteiras. Não estou muito certo se o humor foi intencional. Mas eu ri bastante mesmo assim.

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O melhor: Simula muito bem o clima dos filmes de terror britânicos do passado.
O pior: A história parece não sair do lugar e as tentativas de ser sexy não convencem.

Título original: Crucible of the Vampire.
Gênero: Terror, fantasia, drama.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Reino Unido.
Duração: 96 minutos.
Roteiro: Iain Ross-McNamee, Darren Lake e John Wolskel.
Direção: Iain Ross-McNamee.
Elenco: Katie Goldfinch, Larry Rew, Florence Cady, Babette Barat, Neil Morrissey, Angela Carter, Brian Croucher, Phil Hemming, Aaron Jeffcoate, Lisa Martin, Charles O'Neill, Richard Oliver, Michael Molcher.


Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

2 Comentários

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  1. Ótima review! Você poderia fazer uma crítica de Anna and the Apocalypse? Muito obrigado! Leio o blog todo dia

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    1. Obrigado por visitar nosso blog. Já estamos preparando uma crítica de Anna and the Apocalypse. Abraços.

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