Ingrid Pitt interpreta vampira que aterroriza a Estíria na adaptação do livro de Joseph Sheridan Le Fanu dirigida por Roy Ward Baker
Ingrid Pitt e Madeline Smith em imagem do filme de terror 'Carmilla, a Vampira de Karnstein', de Roy Ward Baker |
A produtora britânica Hammer Films foi responsável por alguns dos filmes de vampiros mais memoráveis do cinema. Os de Drácula, estrelados pelo eterno Chritopher Lee, são os mais conhecidos. Mas a Hammer também reservou um bom espaço em sua agenda lotada para contar a história da vampira Mircalla Karnstein, também conhecida como Marcilla e, é claro, Carmilla.
Não poderia ser diferente. Afinal, o livro Carmilla, escrito em 1872 pelo irlandês Joseph Sheridan Le Fanu, tem uma importância monstruosa para a literatura de terror. Foi um dos precursores das histórias fictícias de vampiros. E o próprio Bram Stoker se inspirou nele para escrever sua obra mais famosa, cerca de uma década e meia depois. Se Drácula é o rei dos vampiros, Carmilla com certeza é a rainha.
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Também conhecido pelo título de Atração Mortal, o terror gótico Carmilla, A Vampira de Karnstein é o primeiro filme da Hammer baseado na personagem de Le Fanu. O longa, produzido em parceria com o estúdio americano American Internacional, é dirigido pelo britânico Roy Ward Baker, cuja filmografia, composta por mais de 60 títulos, inclui O Conde Drácula (1970), O Médico e a Irmã do Monstro (1971) e A Lenda dos Sete Vampiros (1974).
Pippa Steel e Madeline Smith em imagem do filme de terror 'Carmilla, a Vampira de Karnstein', de Roy Ward Baker |
Ward apresenta uma criatura bem diferente da que estamos acostumados a ver nos filmes de vampiros atuais. Carmilla às vezes se apresenta como uma figura fantasmagórica. Em outras, como um gato gigante. Ela anda durante o dia. E gosta de se hospedar em mansões de famílias ricas, onde começa a agir como um parasita, alimentando-se secretamente do sangue da vítima escolhida - geralmente jovens bonitas e inocentes, que acabam morrendo poucos dias depois.
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A trama é ambientada nos anos 1790, em uma região rural do antigo império austro-húngaro conhecida como Estíria. A vampira interpretada pela atriz polonesa Ingrid Pitt se hospeda no castelo do general von Spielsdorf (o ótimo Peter Cushing), onde mira suas presas afiadas no pescocinho delicado da doce Laura, interpretada por Pippa Steel. Ela também é acolhida no castelo da família Morton, onde seu alvo passa a ser a encantadora Emma (Madeline Smith).
Mas a sombra maligna de Carmilla não paira apenas sobre jovens ricas e sonhadoras. Médicos curiosos, camponesas desavisadas e governantas fascinadas também correm o risco de ter seu sangue drenado. E a vampira não está sozinha: uma mulher que se apresenta como A Condessa (Dawn Addams) e um homem misterioso (John Forbes-Robertson) que passa o filme inteiro sem dizer uma palavra, aparecem de vez em quando para garantir que os planos de Carmilla não sofram alterações.
Enquanto a vampira sedutora distribui mordidas e beijos em vítimas aterrorizadas e outras nem tanto, o diretor Roy Ward Baker nos leva para um passeio por cenários elegantes, como na sequência do baile que serve para apresentar Carmilla. Entrega cenários clássicos, que vão do velho castelo próximo do cemitério esfumaçado, a uma casa medonha no meio do mato, onde Carmilla quebra outra regra dos filmes atuais: vampiros não precisam de convite para entrar.
As consequências dos ataques dos vampiros são visualmente discretas, e geralmente se resumem a dois furinhos e um pouco de sangue falso. Já durante os confrontos com os caçadores que inevitavelmente vão se organizar para colocar ordem na casa, há alguns efeitos práticos surpreendentes, principalmente quando consideramos que o filme foi feito em 1970. As cenas de decapitação são um bom exemplo disso.
A verdade é que Carmilla foi responsável por uma nova fase da Hammer, onde o clima gótico característico das produções anteriores ganhou doses de violência explícita e uma forte carga de erotismo. O filme também introduziu a idéia da vampira lésbica, que influenciou uma quantidade absurda de produções nos anos seguinte e acabou se tornando quase um subgênero dos filmes de terror.
Carmilla é um clássico obrigatório para todos os fãs de filmes de vampiros. E eu também recomendo que você assista aos dois outros filmes que compõem o que ficou conhecido como "Trilogia Karnstein": Luxúria de Vampiros, que Jimmy Sangster dirigiu em 1971, e As Filhas de Drácula, dirigida no mesmo ano por John Hough. Eles não têm a mesma qualidade de Carmilla. Mas suas criaturas são muito mais fascinantes do que os vampiros de hoje em dia.
A trama é ambientada nos anos 1790, em uma região rural do antigo império austro-húngaro conhecida como Estíria. A vampira interpretada pela atriz polonesa Ingrid Pitt se hospeda no castelo do general von Spielsdorf (o ótimo Peter Cushing), onde mira suas presas afiadas no pescocinho delicado da doce Laura, interpretada por Pippa Steel. Ela também é acolhida no castelo da família Morton, onde seu alvo passa a ser a encantadora Emma (Madeline Smith).
Imagem do filme de terror 'Carmilla, a Vampira de Karnstein', de Roy Ward Baker |
Mas a sombra maligna de Carmilla não paira apenas sobre jovens ricas e sonhadoras. Médicos curiosos, camponesas desavisadas e governantas fascinadas também correm o risco de ter seu sangue drenado. E a vampira não está sozinha: uma mulher que se apresenta como A Condessa (Dawn Addams) e um homem misterioso (John Forbes-Robertson) que passa o filme inteiro sem dizer uma palavra, aparecem de vez em quando para garantir que os planos de Carmilla não sofram alterações.
Enquanto a vampira sedutora distribui mordidas e beijos em vítimas aterrorizadas e outras nem tanto, o diretor Roy Ward Baker nos leva para um passeio por cenários elegantes, como na sequência do baile que serve para apresentar Carmilla. Entrega cenários clássicos, que vão do velho castelo próximo do cemitério esfumaçado, a uma casa medonha no meio do mato, onde Carmilla quebra outra regra dos filmes atuais: vampiros não precisam de convite para entrar.
Ingrid Pitt e Madeline Smith em imagem do filme de terror 'Carmilla, a Vampira de Karnstein', de Roy Ward Baker |
As consequências dos ataques dos vampiros são visualmente discretas, e geralmente se resumem a dois furinhos e um pouco de sangue falso. Já durante os confrontos com os caçadores que inevitavelmente vão se organizar para colocar ordem na casa, há alguns efeitos práticos surpreendentes, principalmente quando consideramos que o filme foi feito em 1970. As cenas de decapitação são um bom exemplo disso.
A verdade é que Carmilla foi responsável por uma nova fase da Hammer, onde o clima gótico característico das produções anteriores ganhou doses de violência explícita e uma forte carga de erotismo. O filme também introduziu a idéia da vampira lésbica, que influenciou uma quantidade absurda de produções nos anos seguinte e acabou se tornando quase um subgênero dos filmes de terror.
Ingrid Pitt e Madeline Smith em imagem do filme de terror 'Carmilla, a Vampira de Karnstein', de Roy Ward Baker |
Carmilla é um clássico obrigatório para todos os fãs de filmes de vampiros. E eu também recomendo que você assista aos dois outros filmes que compõem o que ficou conhecido como "Trilogia Karnstein": Luxúria de Vampiros, que Jimmy Sangster dirigiu em 1971, e As Filhas de Drácula, dirigida no mesmo ano por John Hough. Eles não têm a mesma qualidade de Carmilla. Mas suas criaturas são muito mais fascinantes do que os vampiros de hoje em dia.
Nota: 8.5/10
Título original: The Vampire Lovers.
Gênero: Terror.
Produção: 1970.
Lançamento: 1970.
País: Reino Unido.
Duração: 91 minutos.
Roteiro: Tudor Gates.
Diretor: Roy Ward Baker.
Elenco: Ingrid Pitt, Pippa Steel, Madeline Smith, Peter Cushing, George Cole, Dawn Addams, Kate O'Mara, Douglas Wilmer, Jon Finch, Ferdy Mayne, Kirsten Lindholm, John Forbes-Robertson, Shelagh Wilcocks, Harvey Hall, Janet Key.
Título original: The Vampire Lovers.
Gênero: Terror.
Produção: 1970.
Lançamento: 1970.
País: Reino Unido.
Duração: 91 minutos.
Roteiro: Tudor Gates.
Diretor: Roy Ward Baker.
Elenco: Ingrid Pitt, Pippa Steel, Madeline Smith, Peter Cushing, George Cole, Dawn Addams, Kate O'Mara, Douglas Wilmer, Jon Finch, Ferdy Mayne, Kirsten Lindholm, John Forbes-Robertson, Shelagh Wilcocks, Harvey Hall, Janet Key.
Esse filme não é ambientado em 1790,a irmã do caçador Hartog morreu em 1794,na verdade esse filme é ambientado no começo do século 19,não é mostrada uma data específico.
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