Crítica | Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro (2018)

Pietra Quintela interpreta a Loira do Banheiro na comédia de terror do diretor Fabrício Bittar

Arte do filme 'Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro', de Fabrício Bittar

Em 2017, Fabrício Bittar dirigiu Danilo Gentili na comédia Como se Tornar o Pior Aluno da Escola. Agora eles voltam a se unir em Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro, comédia de terror que também conta com o reforço de Léo Lins, Dani Calabresa e Murilo Couto no elenco principal. O filme se passa novamente no ambiente escolar, mas dessa vez há um elemento novo: uma assombração.

Gentili, Lins, Calabresa e Couto interpretam Jack, Fred, Caroline e Tulio, investigadores sobrenaturais fajutos que sobrevivem postando vídeos fakes em seu canal à beira da falência no Youtube. O grupo tem a chance de ganhar uma grana extra quando é contratado para acalmar os alunos de um colégio, que acreditam que o estabelecimento está sendo assombrado por uma entidade fantasmagórica conhecida como Loira do Banheiro. Só que dessa vez a assombração é real. E os Exterminadores do Além terão uma noite repleta de emoções sangrentas.

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O filme tem três focos bem claros. O primeiro é a comédia, que tem seus altos e baixos. Há piadas sobre youtubers, sobre os Caça-Fantasmas, sobre peitos, sobre as novelas da Globo, sobre a idade real da Loira do Banheiro. A apresentação dos personagens é divertida. O primeiro encontro de Gentili com a Loira, também. Na metade final o roteiro começa a perder a força. As tentativas de humor passam a se resumir a ofensas e xingamentos. Muita coisa parece improvisada. E isso atrapalhou bastante minha experiência.

Pietra Quintela em imagem do filme 'Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro', de Fabrício Bittar

Como já era esperado, Danilo Gentili passa a maior parte do tempo fazendo piadas politicamente incorretas. Mas ele também protagoniza algumas cenas bem sangrentas. Murilo Couto praticamente interpreta uma versão exagerada dele mesmo. Dani Calabresa está divertida mas tem pouco tempo na tela. E Léo Lins acaba sendo o mais engraçado dos quatro. Algumas participações especiais merecem destaque. Sikêra Junior está hilário no papel do diretor Nogueira. E Carlos Massa, o Ratinho, mais ainda no papel de um açougueiro mal humorado.

O segundo foco é o terror sobrenatural e nesse ponto o filme não apresenta novidades. O design de som é muito bom e consegue gerar alguns jump scares eficientes, mas o diretor não ousa ir muito além disso. Mas o fato da história se construir em cima de uma montanha de clichês não chega a incomodar. Aliás, o roteiro até brinca com isso, colocando dois personagens para discutir sobre as regras recorrentes dos filmes de terror.

Danilo Gentili em imagem do filme 'Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro', de Fabrício Bittar

O último foco é o terror trash. E aqui o filme realmente surpreende. Os efeitos práticos são deliciosamente gosmentos. A pequena vilã interpretada pela atriz Pietra Quintela possui corpos e objetos, joga um personagem contra o outro, explode cabeças. E mesmo que o diretor tenha dificuldades em conciliar o humor e o terror na metade final, em pelo menos dois momentos ele acerta o tom e entrega bizarrices hilárias que remetem ao cinema de Sam Raimi e de Peter Jackson em início de carreira.

Uma das cenas envolve um laboratório e um feto. E a outra envolve um banheiro e um pedaço de cocô. Como um grande fã de uma boa tosqueira, preciso dizer que essas extravagâncias me divertiram bastante.

Título original: Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro.
Gênero: Comédia, terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
Pais: Brasil.
Duração: 103 minutos.
Roteiro: Fabrício Bittar, Andre Catarinacho, Danilo Gentili.
Direção: Fabrício Bittar.
Elenco: Danilo Gentili, Léo Lins, Dani Calabresa, Murilo Couto, Bárbara Bruno, Jean Paulo Campos, Sikêra Junior, Pietra Quintela, Digão Ribeiro, Matheus Ueta.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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