Crítica | The Russian Bride (2019)

Oksana Orlan interpreta noiva russa que vê sua lua de mel na América virar um pesadelo no thriller de vingança 'The Russian Bride', do diretor e roteirista Michael S. Ojeda

Oksana Orlan como Nina no filme 'The Russian Bride', de Michael S. Ojeda

Em 2013, o diretor Michael S. Ojeda chamou a atenção do público com Savaged, híbrido de terror sobrenatural e thriller de vingança sobre uma garota que praticamente volta dos mortos para acertar as contas com os homens que a machucaram. Agora Ojeda retorna com The Russian Bride, conto sombrio que une a elegância das produções de terror gótico antigas com elementos sangrentos do cinema B. O filme aborda alguns temas atuais e relevantes. E seu final é tão intenso que me fez torcer pelas protagonistas como se fosse um torcedor fanático assistindo a uma decisão de pênaltis de seu time de futebol favorito.

Oksana Orlan (Justice on the Border) interpreta Nina, uma jovem mãe solteira russa com dificuldades financeiras e uma inacreditável habilidade para atrair namorados ruins. Sua rotina se divide entre tentar escapar das investidas de um ex-companheiro abusivo, e lutar para dar uma vida melhor para a filha Dasha (a super-modelo mirim Kristina Pimenova), a quem ama mais do que qualquer coisa.

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Nina se inscreve em um website de relacionamentos e desperta a atenção de Karl (Corbin Bernsen, da série American Gods), um bilionário viúvo que vive recluso em uma mansão isolada nos Estados Unidos. Ela abandona sua vida em Moscou para conhecer o homem que se tornará seu marido. Para não entrar no terreno dos spoilers, vamos dizer apenas que a estadia de Nina e sua filha na América não será agradável.

Imagem do filme 'The Russian Bride', de Michael S. Ojeda

O conto sombrio de Ojeda tem um elenco competente. Tanto Orlan quanto Pimenova esbanjam carisma, é fácil comprar o drama das duas, e mais fácil ainda torcer para terem um final feliz. Novamente para evitar spoilers, não vou falar muito sobre os papéis de Bernsen e do elenco de apoio. Mas posso dizer que vilões detestáveis e aliados valorosos cruzam o caminho de nossas heroínas, e que um dos personagens serve para entregar uma bela homenagem aos clássicos de terror em preto-e-branco, especialmente Frankenstein.

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O filme começa devagar, mas o diretor faz um ótimo trabalho em manter a atenção do público enquanto as coisas não pegam fogo. Aproveita bem os cenários externos e o interior da mansão luxuosa, repleta de passagens secretas, para construir cenas visualmente atrativas. Entrega muitos mistérios, enquanto brinca com diversos gêneros cinematográficos como o suspense psicológico, o slasher e até a clássica história da casa assombrada.

Kristina Pimenova como Dasha no filme 'The Russian Bride', de Michael S. Ojeda

A revelação do mistério principal causa impacto, embora também evidencie algumas inconsistências do roteiro. Mas a essa altura o diretor já adotou um ritmo tão frenético que é difícil encontrar tempo para pensar em seus deslizes. O último ato de The Russian Bride é um filme B insanamente divertido, com direito a confrontos exagerados e eletrizantes, violência e muito sangue jorrando pelos quatro cantos da tela. Esses 30 minutos finais, sozinhos, já fazem essa deliciosa montanha-russa de emoções valer muito a pena.

Nota: 7/10

Título original: The Russian Bride.

Gênero: Drama, Mistério, Terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 101 minutos.
Roteiro: Michael S. Ojeda.
Direção: Michael S. Ojeda.
Elenco: Oksana Orlan, Kristina Pimenova, Corbin Bernsen, Lisa Goodman, Michael Robert Brandon, Alison Korman, Keenan Johnston, Gregory O'Gallagher, Yefim Somin, Kenneth G. Beaudin, John Paul Brandt, Blake Brown, Guido Den Broeder, Arav Donda, Natasha Goubskaya.