Crítica | Aurora: O Resgate das Almas (Aurora, 2018)

Yam Laranas dirige o novo filme da Netflix, sobre jovem que desencadeia eventos sobrenaturais ao auxiliar no resgate de corpos de um naufrágio

Phoebe Villamor e Anne Curtis em imagem do filme 'Aurora: O Resgate das Almas'

Por Ed Walter

Aurora: O Resgate das Almas é o novo trabalho do diretor filipino Yam Laranas, responsável por Ecos do Mal (2008) e Patient X (2009). O drama de terror estrelado pela australiana Anne Curtis foi adquirido pela Netflix e já está disponível no serviço de streaming.

Curtis interpreta Leana, uma jovem que vive e trabalha em uma pousada beira mar de onde é possível ver uma parte do Aurora, um navio de passageiros que naufragou depois de colidir contra a costa rochosa. O acidente matou centenas de passageiros. E a presença do navio ameaça o sustento de toda a ilha. Com dificuldades financeiras, Leana aceita trabalhar na tentativa de localizar os corpos perdidos. Mas sua ação acaba desencadeando eventos sobrenaturais na pousada.

Anne Curtis em imagem do filme 'Aurora: O Resgate das Almas'

O filme chama a atenção por sua belíssima fotografia. A atmosfera sombria e opressiva está presente da primeira à última cena. O roteiro que Laranas escreveu com Gin De Mesa fala sobre luto, ganância, castigo e redenção. A premissa é interessante, assim como a mensagem final. Mas a maneira como tudo isso é amarrado não empolga muito.

Passamos a primeira metade do filme acompanhando eventos praticamente aleatórios. Nossa bela protagonista anda para lá e para cá, visita a cidade, passeia de barco com a irmãzinha Rita (Phoebe Villamor), usa seu binoculo para acompanhar dois pescadores que a auxiliam no trabalho de resgate. Ok, Curtis é uma boa atriz. Mas a rotina desinteressante de Leana não demora muito para cansar. E o fato da personagem parecer estar à beira da depressão não ajuda a afastar o tédio.


Anne Curtis e Phoebe Villamor em imagem do filme 'Aurora: O Resgate das Almas'


De vez em quando espíritos visitam a pousada de Leana para...bem, para nada. Eles apenas ficam lá. Assim como um sorriso no rosto da protagonista, terror e suspense também são coisas raras nesse filme. O mais próximo que chegamos disso é quando uma dos sobreviventes do Aurora conta uma história sobre um certo passageiro cuja presença amedrontou todo mundo no navio. E mesmo assim o diretor desperdiça a chance de causar arrepios.

O último ato é um pouco mais agitado. Temos a oportunidade de descobrir (ou supor) o que causou o naufrágio do Aurora. Finalmente Leana é colocada em situações de perigo. Mas a ausência de tensão e os efeitos digitais ruins comprometem essas cenas também. E o pior é que não dá nem para rir da tosquice, já que o filme continua se levando a sério até o final.

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O melhor: Ótima fotografia e boas atuações.
O pior: História tediosa e efeitos digitais duvidosos.

Título original: Aurora.
Gênero: Drama, terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
Pais: Filipinas.
Duração: 110 minutos.
Roteiro: Yam Laranas, Gin De Mesa.
Direção: Yam Laranas.
Elenco: Anne Curtis, Allan Paule, Mercedes Cabral, Marco Gumabao, Andrea Del Rosario, Phoebe Villamor, Ricardo Cepeda, Sue Prado, Arnold Reyes, Ruby Ruiz.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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