Crítica | Um Jogo Perverso (Braid, 2018)

Imogen Waterhouse, Sarah Hay e Madeline Brewer estrelam 'Um Jogo Perverso' suspense da diretora e roteirista Mitzi Peirone


Imagem do filme 'Um Jogo Perverso'
Imagem do filme 'Um Jogo Perverso', de Mitzi Peirone


Três jovens amigas de infância participam de uma brincadeira perigosa em Um Jogo Perverso, um suspense psicológico surreal dirigido e roteirizado pela italiana Mitzi Peirone. Este é o longa de estreia de Peirone que, no entanto, já havia dirigido dois curtas-metragens. Um deles, Chaosmos, apresenta algumas ideias que serviram de base para o filme.

Imogen Waterhouse (Animais Noturnos) e Sarah Hay (série Room 104) estrelam como Petula e Tilda, jovens problemáticas de Nova York que entram numa fria após perder uma quantidade de drogas pertencente a um traficante nervoso. Desesperadas por dinheiro, elas decidem furtar a mansão palaciana isolada onde vive sozinha sua amiga de infância, a rica e psicótica Daphne Peters (Madeline Brewer, da série The Handmaid's Tale).


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Para conseguir acesso ao cofre, porém, Petula e Tilda terão que obedecer às ordens de Daphne e participar de um jogo que elas brincavam quando eram crianças — uma mistura de "casinha" e "médico", onde Daphne assume o papel da mãe dominadora, Tilda é a criança, e Petula encarna a médica visitante. A brincadeira tem algumas regras rígidas que devem ser seguidas, incluindo "Ninguém sai" e "Estranhos não são permitidos". Como o jogo também inclui torturas físicas e psicológicas, as coisas rapidamente ficam assustadoras.

Imagem do filme 'Um Jogo Perverso'
Imagem do filme 'Um Jogo Perverso', de Mitzi Peirone


Um Jogo Perverso apresenta alguns personagens bizarros, curiosos e de moral duvidosa. Mas embora Petula e Tilda não tenham sido escritas para gerar empatia, as atuações sólidas e o carisma de Waterhouse e Hay garantem que seu mergulho no mundo da insanidade seja quase sempre divertido. Brewer dá um show à parte como a amiga psicótica, que se torna imprevisível conforme a brincadeira avança.


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A chegada de Scott Corren (série Os Mistérios de Laura) como o policial Siege, traz novos mistérios para o filme, que de thriller psicológico passa a flertar com elementos do cinema slasher. A diretora deita e rola com movimentos de câmera estilosos, enquanto cenários, figurino, edição, trilha sonora e fotografia contribuem para criar um espetáculo deslumbrante. Pelo menos até a reta final, quando o surrealismo começa a tomar conta do filme.

Imagem do filme 'Um Jogo Perverso'
Imagem do filme 'Um Jogo Perverso', de Mitzi Peirone


Não me refiro a esquisitices ocasionais, mas a uma enxurrada de cenas sem sentido, lógica ou continuidade, como se, assim como suas personagens, o próprio filme tivesse perdido a cabeça. Mesmo que, ocasionalmente, o impacto das imagens consiga ser mais poderoso do que a lógica das cenas, o desinteresse do roteiro em ser consistente tem potencial para desagradar e até irritar o espectador menos aventureiro.

Nota: 4.9/10

Título Original: Braid.
Gênero: Suspense, mistério, terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2019.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 82 minutos.
Roteiro: Mitzi Peirone.
Direção: Mitzi Peirone.
Elenco: Imogen Waterhouse, Sarah Hay, Madeline Brewer, Scott Cohen, Clyde Baldo, Rob Leo Roy, Zack Calhoon, Lenore Wolf, Brad Calcaterra, Zoe Feigelson, Dhoni Middleton, Tai Lyn Sandhu, Charles Techman, Mary Looram, David McDonald.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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