Crítica | A.M.I. (2019)

Debs Howard encontra smartphone capaz de simular a voz dos mortos no terror de Randy Nixon

Debs Howard em imagem do filme 'A.M.I', de Rusty Nixon

Por Ed Walter

O diretor e roteirista Randy Nixon estreou na direção de longas em 2014 com o suspense Down the Line. Sua carreira prosseguiu com Candiland (2016) e Residue (2017). E agora ele está voltando à direção com A.M.I., um terror adolescente com toques de ficção científica estrelado por Debs Howard, da série iZombie. Nixon dirige a partir do roteiro de James Clayton.

Howard interpreta Cassie, uma adolescente abalada pela morte recente da mãe. Durante uma de suas caminhadas, Cassie encontra um smartphone equipado com um sistema de inteligência artificial conhecido como A.M.I., que é a sigla para Artificial Machine Intelligence, ou Máquina de Inteligência Artificial. O aparelho é capaz de simular a voz e a personalidade de qualquer pessoa. Inclusive da mãe falecida de Cassie. A garota cria uma relação de dependência com a máquina, o que dará início a uma série de situações assustadoras.

Debs Howard e Sam Robert Muik em imagem do filme 'A.M.I', de Rusty Nixon

O roteiro não se preocupa em fornecer uma explicação para a existência do tal aplicativo, que apesar de claramente ser uma tecnologia futurista, parece estar disponível para todo mundo que quiser fazer download. Dá para assumir que a intenção foi entregar um conto sobre os perigos de nossa crescente obsessão pela tecnologia. Ou, com um pouco de esforço, assumir que essa é uma versão high-tech de Psicose. Mas ainda assim, sobram alguns furos de roteiro que podem comprometer a experiência de quem exige coerência.

O fato do diretor ter colocado atores de 30 anos interpretando adolescentes de 17 também pode incomodar um pouquinho. Mas até que Debs Howard se sai bem no papel da protagonista problemática, que não demora muito tempo para ver no smartphone uma figura materna. Já os outros personagens são rasos. O pai de Cassie (Philip Granger) quer beber e namorar mulheres jovens. A melhor amiga de Cassie (Veronica Hampson) quer fazer malvadezas e namorar homens mais velhos. O namorado de Cassie (Sam Robert Muik) quer jogar futebol e pegar todas as mulheres que encontrar pela frente. E, basicamente, isso é tudo que sabemos sobre eles.

Debs Howard em imagem do filme 'A.M.I', de Rusty Nixon

Gostei do visual da maioria das cenas, da trilha sonora com carinha de produção da Disney e do último ato, quando o diretor chuta a porta e entrega um pouco de sangue. Já a cena final pode ser chocante, infantil ou simplesmente hilária, dependendo do seu nível de envolvimento com o filme.

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O melhor: Tem uma premissa interessante.
O pior: A premissa interessante não é bem desenvolvida.

Título original: A.M.I.
Gênero: Terror, ficção científica.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Canadá.
Duração: 77 minutos.
Roteiro: Rusty Nixon, James Clayton e Evan Tylor.
Direção: Rusty Nixon.
Elenco: Debs Howard, Philip Granger, Sam Robert Muik, Havana Guppy, Bonnie Hay, Veronica Hampson, Lori Triolo, Andrew Coghlan, Laura Mitchell, Blaine Anderson, James Clayton, Roxanne Fernandes, Timothee Gambey, Elinet Louicius, Caroline MacGillivray.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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