Crítica | Jogo na Escuridão (Game Over, 2019)

Taapsee Pannu interpreta jovem designer de games que precisa sobreviver a uma noite de terror no novo filme de Ashwin Saravanan

Taapsee Pannu em imagem do filme 'Jogo na Escuridão', de Ashwin Saravanan

Por Ed Walter

A protagonista do novo longa de Ashwin Saravanan tem vários pôsteres espalhados pelo quarto. Um deles diz que talvez a vida seja um video game, e os déjà-vu sejam apenas check points. A frase combina muito bem com o filme: um drama de terror onde uma mulher precisa superar diversos níveis de dificuldade para derrotar seus próprios demônios interiores. Jogo na Escuridão estreou essa semana na Netflix.

Swapna (Taapsee Pannu) é uma designer de games que sobreviveu a um evento traumático, mas acabou se afastando do convívio social. Ela sofre de nictofobia (medo do escuro ou da noite), e seus ataques de pânico parecem se intensificar conforme o Ano Novo se aproxima. Enquanto Swapna tenta superar seus medos — e também entender porque aquela tatuagem que ela fez há um ano começou a doer justo agora —, um assassino misterioso está atacando mulheres na cidade. De uma forma ou de outra, todos esses detalhes vão se conectar.

Vinodhini Vaidynathan e Taapsee Pannu em imagem do filme 'Jogo na Escuridão', de Ashwin Saravanan

Tirando a cena de abertura, intencionalmente mal filmada, Jogo na Escuridão conta com uma ótima cinematografia. Também gostei da trilha sonora e das atuações. Mas não tem como negar que a primeira metade do filme é muito mais lenta do que precisava. O ritmo só é quebrado por duas cenas reveladoras e uma outra comovente. E passamos o resto do tempo apenas acompanhando a rotina de Swapna em seu mundo particular.

A única companhia da protagonista é a prestativa empregada Kalamma (Vinodhini Vaidynathan), que literalmente trás um pouco de luz para sua vida. Mas o que faz com que nossa heroína siga em frente é seu amor pelos games e sua obsessão em bater o próprio record em Pac-Man. As referências a Pac-Man estão por toda parte. E sua sombra persegue Swapna de maneiras que talvez o espectador nem perceba.

Taapsee Pannu em imagem do filme 'Jogo na Escuridão', de Ashwin Saravanan

O filme ganha fôlego na meia hora final, quando o diretor deixa o drama de lado e mergulha com gosto no terror. A trama ganha elementos de home invasion e de filmes slashers. Saravanan manda muito bem na hora de criar tensão. E ele até entrega um jump scare que me fez pular da cadeira, coisa que não acontecia há muito tempo.

Os minutos finais trazem uma reviravolta que provavelmente vai dividir bastante as opiniões. Dependendo da maneira como você interpretar a cena, Jogo na Escuridão pode ser ou um filme sem sentido, ou uma obra genial.

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O melhor: Último ato frenético e uma reviravolta que fornece combustível para muitas teorias.
O pior: Demora um bom tempo para pegar embalo.

Título original: Game Over.
Gênero: Drama, terror, suspense, fantasia.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Índia, Turquia.
Duração: 102 minutos.
Roteiro: Ramkumar Kaavya, Ashwin Saravanan.
Direção: Ashwin Saravanan.
Elenco: Taapsee Pannu, Vinodhini Vaidynathan, Ramya Subramanian, Parvathi T., Anish Kuruvilla, Sanchana Natarajan.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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