Crítica | Sofá Assassino (Killer Sofa, 2019)

Piimio Mei enfrenta poltrona reclinável assassina na comédia de terror do diretor e roteirista Bernie Rao


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Filmes como Death Bed: The Bed That Eats (1977) e Bed of the Dead (2016) provaram que camas podem ser assustadoras quando querem. Geladeiras também mostraram seu lado sombrio em A Geladeira Diabólica (1991). E agora é a vez do diretor Bernie Rao dar sua contribuição para o tema com Sofá Assassino, onde o vilão é...bem, é um sofá assassino. Ou melhor, uma poltrona reclinável assassina.

Ela é enviada de presente para a dançarina Francesca (Piimio Mei) por um admirador que morreu em circunstâncias muito suspeitas. Quando precisa acomodar a dançarina, a poltrona fica toda calminha e confortável. Mas basta que um candidato a namorado se aproxime de Francesca para que a mobília manifeste suas tendências homicidas e comece a espalhar corpos pelo chão.

E candidatos a namorado não faltam na vida de Francesca. Nossa heroína tem o dom de fazer os homens (e as mulheres) se apaixonarem por ela. E o único que parece estar imune a seus encantos é seu amigo gay TJ (Jordan Rivers). Mas como o terror não dá descanso, é possível que tanto TJ quando a melhor amiga de Francesca, Maxi (Nathalie Morris), se tornem alvos das malvadezas da poltrona enciumada.

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Diferente do que a premissa trash sugere, Sofá Assassino tem uma produção bem cuidada. O trabalho de câmera é competente, os efeitos práticos são divertidos e o diretor consegue criar uma boa atmosfera para as sequências de sonho da protagonista. Há também alguns flashbacks que ajudam a desvendar os mistérios da trama, que envolvem não apenas a mobília mal intencionada mas também serial killers, magia e até demônios.

Gostei do visual do vilão, com aqueles botões que parecem dois olhinhos, observando Francesca e qualquer um que ouse se aproximar dela. Mas não gostei muito do fato do diretor pisar no freio na hora de mostrar as mortes. O sangue falso até jorra aqui e ali. Mas em momento algum temos o gore fest que se esperaria de um filme sobre um sofá assassino.

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Os elementos de comédia também são bem discretos. Ok, ver uma poltrona reclinável atacando pessoas já é suficientemente ridículo para garantir boas risadas. Mas na maior parte do tempo, o humor vem mais da premissa absurda do que de piadas. A maioria dos atores, inclusive, se comporta como se estivesse participando de um filme muito sério.

O único que embarca no clima de comédia é Jim Baltaxe. Ele interpreta o rabino Jack, que desconfia que a poltrona reclinável está sendo controlada por forças sobrenaturais. Jed Brophy interpreta Bob Gravy, um inspetor que lidera uma investigação para tentar descobrir quem está matando os pretendentes a namorado de Francesca. Tanto a sub-trama de Jack quanto a de Bob ocupam um bom espaço no filme, e levam a um plot twist que eu achei desnecessário.

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Piimio Mei manda muito bem como a protagonista. Francesca não é muito inteligente, sua lógica às vezes é distorcida e ela está constantemente falando abobrinhas. Em alguns momentos, dá para sentir sua irritação por ser tão assediada pelos homens. Em outros, dá para sentir sua frustração por seu amigo ser imune a seus encantos. Essas estranhezas fazem dela uma personagem interessante, ao mesmo tempo em que a distanciam do modelo da final girl tradicional.

É uma pena que a amizade entre Francesca e Max receba pouco destaque no filme. Há uma boa história escondida ali. E acho que se o roteiro se concentrasse um pouco mais nas duas, ao invés de ficar inventando tramas paralelas, o resultado seria mais divertido.

Título original: Killer Sofa.
Gênero: Terror, comédia.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Nova Zelândia.
Duração: 81 minutos.
Roteiro: Bernie Rao.
Direção: Bernie Rao.
Elenco: Piimio Mei, Nathalie Morris, Harley Neville, Jordan Rivers, Jim Baltaxe, Hamish Boyle, Jed Brophy, James Cain, James Dunlop, Sean Fleming, Michael Fowler, Grant Kereama, Stacey King, Adrienne Kohler, Paulo Lourenço, Jamie McCaskill.

O melhor: Alguns momentos gloriosamente ridículos, o visual do vilão e a doce Francesca.
O pior: Não é tão divertido nem sangrento quanto a premissa sugere.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

3 Comentários

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  1. Só esse site pra trazer uma crítica de Killer Sofa hahaahh concordo com os pontos negativos...é um sofá assassino, oras...queremos ver o sofá matando!

    Parabéns pelo melhor site de terror brasileiro!!
    Abraços

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  2. Procurei esse filme no Youtube por causa dessa crítica kkkk realmente muito bem feito. Também tenho um blog de filmes de terror. Visita lá:
    https://cinemaodeterror.blogspot.com/?m=1

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  3. Eu achei um filme glorioso com momentos muito marcantes como um sofá só querendo dar uma fungada um velho tocando um berimbau do AMOR entre outros momentos onde apenas assistindo vc verá.

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