Crítica | Krasue: Inhuman Kiss

Entidade fantasmagórica ataca vilarejo da Tailândia no romance sombrio do diretor Sitisiri Mongkolsiri



Imagem do filme 'Krasue: Inhuman Kiss', de Sitisiri Mongkolsiri


A Krasue é mais uma entidade fantasmagórica ligada aos vampiros, presente no folclore tailandês e em vários países do sudeste asiático. É descrita como um espírito que toma a forma de uma bela jovem durante o dia. À noite, sua cabeça se desprende do corpo e sai voando por aí em busca de sangue e carne, que pode ser tanto de animais quanto de humanos.

É claro que os roteiristas não poderiam deixar de levar essa história bizarra para as telas, e o resultado é Krasue: Inhuman Kiss. É claro que eles também não resistiriam à tentação de bagunçar um pouco a história, e o resultado é um filme que desperdiça boa parte de seu potencial.


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A trama é ambientada em um vilarejo rural da Tailândia, na década de 1940. O jovem Jerd (Sapol Assawamunkong) apaixona-se perdidamente por sua melhor amiga, a enfermeira Sai (Phantira Pipityakorn). Só que Sai é apaixonada por seu amigo de infância, Noi (Oabnithi Wiwattanawarang), que está estudando medicina em Bangkok. Quando o rapaz retorna, vem acompanhado de um grupo de caçadores que acredita que existe uma Krasue escondida em algum lugar do vilarejo.


Imagem do filme 'Krasue: Inhuman Kiss', de Sitisiri Mongkolsiri


O diretor Sitisiri Mongkolsiri, que também assina o roteiro ao lado de Chookiat Sakveerakul, entrega um primeiro ato curioso, marcado por mistérios e um certo suspense. A atmosfera impressiona desde a cena de abertura, que mostra três crianças brincando de pique-esconde em uma casa com fama de assombrada. O pânico dos moradores diante dos ataques da Krasue é bem trabalhado. E aquela cena do bebê me deu agonia.


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Assim que a identidade da criatura é revelada, o diretor começa a deixar o terror de lado para se concentrar no drama dos personagens. Como Glen Goei e Gavin Yap fizeram no recente A Vingança do Pontianak, ele cai na armadilha de tentar humanizar seu monstro. Para piorar, ainda inventa um romance sobrenatural meloso que, muito provavelmente, vai se revelar um teste de paciência mesmo para os fãs de filmes na linha de Crepúsculo.


Imagem do filme 'Krasue: Inhuman Kiss', de Sitisiri Mongkolsiri


O elenco esforçado, uma ou duas cenas de confronto e um pouco de body horror ajudam a suportar o ritmo arrastado. Mas o filme só fica divertido mesmo no último ato, quando o diretor entrega uma batalha espalhafatosa com direito a monstros alados nervosos, cabeças voadoras tentáculos, gore, muita tela verde e CGI ruim. É uma pena que depois desse momento gloriosamente trash, a trama mergulhe novamente no terreno do drama novelesco.

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O melhor: Visual caprichado, body horror e uma batalha final muito trash.
O pior: O drama e o romance meloso deixam o filme muito arrastado.

Título original: Krasue: Inhuman Kiss / Sang Krasue.
Gênero: Drama, romance, terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
País: Tailândia.
Duração: 122 minutos.
Roteiro: Sitisiri Mongkolsiri, Chookiat Sakveerakul.
Diretor: Sitisiri Mongkolsiri.
Elenco: Phantira Pipityakorn, Oabnithi Wiwattanawarang, Sapol Assawamunkong, Surasak Wongthai, Sahatchai 'Stop' Chumrum, Sahajak Boonthanakit, Makara Supinacharoen, Sasithorn Panichnok, Darina Boonchu, Namngen Boonnark, Phakwan Chaowalit, Pankorn Chantasorn, Ittipat Lekuthaiwan, Punnarat Lasutthi, Makhasiri Thepsittha.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

1 Comentários

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  1. Achei o filme maravilhoso, é um cenário simples, mas consegue prender a atenção. A história de amor serve para amparar a trama, que então seria somente sanguinária. Eu indico.

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