Crítica | Boneco do Mal (The Boy, 2016)

Lauren Cohan interpreta babá contratada para cuidar de boneco (!) no terror do diretor de 'Filha do Mal', William Brent Bell

Lauren Cohan em imagem do filme 'Boneco do Mal', de William Brent Bell

William Brent Bell estreou na direção em 1997, com a comédia Sparkle and Charm. Em 2016 dirigiu seu primeiro filme de terror: Stay Alive: Jogo Mortal. E depois, não largou mais o gênero. Filha do Mal (2012) tem sua assinatura. Sinistro: A Maldição do Lobisomem (2013), também. Boneco do Mal é seu quinto filme. E aqui ele entrega uma variação da velha história da babá em apuros, temperada com elementos que podem ou não ter origem sobrenatural.

Greta (Lauren Cohan, a Maggie da série The Walking Dead) é uma jovem americana que viaja até o Reino Unido para se instalar na mansão rural da família Heelshire, onde vai cuidar de um menino de oito anos chamado Brahms. Ela consegue disfarçar sua surpresa ao descobrir que não existe menino nenhum, e sim um boneco de porcelana assustadoramente real, que o casal Heelshire trata como se fosse seu filho. Mas não consegue esconder o desespero quando o casal viaja e coisas inexplicáveis começam a acontecer na mansão.

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Se Greta está perdendo a sanidade, se existe alguém manipulando o boneco ou se há um espírito aprontando das suas é a pergunta que move boa parte do filme. E o roteiro de Stacey Menear até consegue brincar com essa idéia. Às vezes explica eventos que pareciam sobrenaturais. Às vezes estica a corda para testar o limite do ceticismo da protagonista e consequentemente do público, já que só temos acesso às informações que ela tem.

Lauren Cohan, Diana Hardcastle e Jim Norton em imagem do filme 'Boneco do Mal', de William Brent Bell

Greta não perde a oportunidade de tomar atitudes questionáveis, como permanecer na casa mesmo depois que suas roupas desaparecem misteriosamente no banheiro. Ou subir de toalha no sótão depois que a porta estranhamente se abre sozinha. Mas tudo bem, Lauren Cohan é carismática e eu não tive problemas em torcer por ela, principalmente depois de entender os motivos que fizeram com que ela deixasse os Estados Unidos para iniciar uma nova vida no Reino Unido. A relação com o boneco, inclusive, pode ser vista como uma metáfora para o dilema pessoal que atormenta a protagonista.

Jim Norton (O Menino do Pijama Listrado) e Diana Hardcastle (Antes que Termine o Dia) estão bem como o casal Heelshire, que guarda os segredos sobre a origem do boneco. Rupert Evans (O Canal) faz o entregador Malcolm, que revela a Greta alguns detalhes sombrios sobre a história da mansão, e serve como alívio cômico nas horas vagas. E Ben Robson (A Violent Separation) cumpre seu papel de ser desagradável como Cole, que tem uma ligação forte com o passado de Greta.

Lauren Cohan em imagem do filme 'Boneco do Mal', de William Brent Bell

Boneco do Mal tem uma boa atmosfera. Enquadramentos eficientes destacam a elegância dos ambientes internos. Planos externos abertos destacam a grandiosidade da mansão, que mais parece um castelo medieval. O filme fica um pouco arrastado no segundo ato. Mas eu realmente me diverti com as homenagens a Poltergeist: O Fenômeno.

A resposta para os mistérios chega no ato final, inesperadamente frenético. E embora a reviravolta exija uma dose de suspensão de descrença, acho que tem potencial para surpreender.

Título original: The Boy.
Gênero: Terror, suspense.
Produção: 2016.
Lançamento: 2016.
País: Estados Unidos, Canada, China.
Duração: 97 minutos.
Roteiro: Stacey Menear.
Direção: William Brent Bell.
Elenco: Lauren Cohan, Rupert Evans, James Russell, Jim Norton, Diana Hardcastle, Ben Robson, Jett Klyne, Lily Pater, Matthew Walker, Stephanie Lemelin.

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Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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