Crítica | Playing with Dolls: Havoc (2017)

Esposa traída, amante desinformada e marido cara-de-pau viram alvos do assassino Havoc na nova continuação de 'Playing With Dolls', de Rene Perez

Imagem do filme de terror 'Playing with Dolls: Havoc', de Rene Perez

Na série de filmes de terror Playing With Dolls, um milionário misterioso conhecido como Voyeur (Richard Tyson) atrai pessoas desavisadas para florestas remotas para que sejam caçadas e eliminadas por um assassino mascarado: o Prisioneiro AYO-886, também chamado de Havoc. Já foram lançados quatro filmes, todos roteirizados e dirigidos por Rene Perez. O primeiro saiu no Brasil com o título de Jogos Perigosos.

Esse terceiro capítulo, que ganhou o subtítulo de Havoc, começa como os anteriores, com uma vítima (Stormi Maya, de As Golpistas) sendo perseguida pelo assassino e aproveitando para providenciar uma cena de nudez gratuita no processo. Mas os eventos seguintes levam o filme para um rumo bem diferente: pela primeira vez Havoc escapa do cativeiro, e pode tocar o terror em quem encontrar pela frente, sem a interferência do Voyeur.

$ads={1}

A mudança dá ao diretor a oportunidade de trabalhar com elementos de slashers mais tradicionais, na linha de Sexta-Feira 13 e Halloween. Mas ele também não perde a chance de resgatar parte da deliciosa breguice que marcou o filme original, e que se perdeu um pouco na continuação, Bloodlust. O resultado é uma história repleta de barracos familiares dignos do programa do João Kleber. E, é claro, muitas mortes horrendas.

Stormi Maya em imagem do filme de terror 'Playing with Dolls: Havoc', de Rene Perez

Mia (Wilma Elles, de The Insurrection) é uma jovem que viaja para a cabana de férias do namorado, onde espera que ele finalmente faça o tão sonhado pedido de casamento. Sara (Nicole Stark, de The Obsidian Curse) é uma esposa amorosa que viaja para a cabana de férias da família, onde pretende realizar uma surpresa para o marido. O que elas não sabem é que estão se relacionando com o mesmo homem: o picareta Timothy (Kyle Clarke, de Mansion of Blood), que não demora para aparecer, cheio de "não sei de nada". Como Havoc também visita a cabana para espalhar alguns corpos pelo chão, a noite será bem agitada.

O filme apresenta uma melhora significa em todos os aspectos técnicos. Eu realmente amei a cinematografia e a maneira como o diretor tira o máximo proveito do cenário nevado que cerca a cabana. O terceiro ato inteiro é ambientado na neve, com direito a um um jogo de gato e rato cheio de tensão, e algumas perseguições em câmera lenta. Há momentos em que a iluminação deixa a desejar, como na cena do diálogo no carro. Mas o trabalho é bom durante os confrontos ambientados nos vários cômodos da cabana.

Nicole Stark em imagem do filme de terror 'Playing with Dolls: Havoc', de Rene Perez

A maquiagem e os efeitos práticos, cortesia de Marcus Koch e Oliver Müller, continuam gloriosamente medonhos. O cardápio de horrores inclui de desmembramentos até canibalismo involuntário. E também é preciso destacar o visual do vilão: ele está mais ameaçador do que nunca com suas roupas sujas e sua máscara bizarra, que o faz parecer uma mistura de Jason com Leatherface.

O encontro entre a esposa traída, a amante desinformada e o marido cara-de-pau é marcado por diálogos novelescos. A cena em que Thimoty tenta justificar sua traição é muito tosca. Mas o trio manda muito bem, e a lavagem de roupa suja acaba ficando divertida. A situação esquenta quando Sara e Mia se unem para tentar sobreviver aos ataques de Havoc. E a lista de potenciais vítimas aumenta com a presença da empregada Alicia (Malorie Glavan, de Death Kiss), do caseiro Bob (John Scuderi, de The Hungers) e de alguns soldados sem nome enviados pelo Voyeur para colocar a coleira de volta no assassino fujão.

Wilma Elles em imagem do filme de terror 'Playing with Dolls: Havoc', de Rene Perez

Some a tudo isso uma cena final que, embora não seja memorável, não nos deixa com cara de bobos como aconteceu em Bloodlust, e temos a receita para o melhor filme da série. É claro que isso não significa muita coisa para quem não gostou dos anteriores. Mas os fãs de Havoc e até mesmo o público que sente falta de slashers à moda antiga terão muitos motivos para gostar desse novo massacre.

Título original: Playing with Dolls: Havoc.
Gênero: Terror.
Produção: 2017.
Lançamento: 2017.
País: Estados Unidos.
Duração: 78 minutos.
Roteiro: Rene Perez.
Direção: Rene Perez.
Elenco: Nicole Stark, Wilma Elles, Kyle Clarke, John Scuderi, Stormi Maya, Robert Koroluck, Malorie Glavan, Chase Ayers, Matt Doyle, Oliver Müller, Reese Austyn, Jacob Angstadt, Karin Brauns, Sergio D'Oro.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

Postar um comentário

Antes de serem publicados, os comentários serão revisados.

Postagem Anterior Próxima Postagem