Natasha Blasick interpreta jovem que vê seu emprego dos sonhos virar um pesadelo no slasher do diretor de 'Death Kiss', Rene Perez
Jogos Perigosos é o nono longa-metragem do diretor Rene Perez, cuja filmografia inclui pérolas como o terror Chapeuzinho Vermelho No Castelo Das Trevas (2016) e o thriller de vingança Death Kiss (2018). Perez também assina o roteiro, em parceria com Barry Massoni. O slasher com clima de produção B dos anos 70 deu origem a uma franquia que já conta com quatro filmes. O mais recente, Cry Havoc, foi lançado em 2020.
A atriz russa Natasha Blasick (Dagger of Adultery) estrela como Cindy, uma jovem de grande beleza e um talento ainda maior para atrair problemas. Cindy perdeu o emprego e ainda foi chamada de destruidora de lares pela esposa nervosa de seu patrão assediador. Sua colega de quarto a abandonou, levando todos os seus pertences. E agora Cindy não tem dinheiro para pagar o aluguel, e está sendo assediada pelo dono do apartamento.
Mas nem tudo está perdido para nossa heroína azarada. Um homem muito rico precisa de uma zeladora para cuidar de sua casa, e Cindy foi escolhida para o trabalho. O salário é muito bom. E ela não corre o risco de receber propostas indecentes, já que seu empregador passa meses fora do país. O único inconveniente é que a casa está localizada no meio de uma floresta assustadora. E Cindy se torna alvo de um assassino mascarado.
Um observador misterioso (Richard Tyson, de A Maldição de Goodnight Lane) monitora a jovem em tempo integral, parece ter uma ligação bem próxima com o assassino, e está gostando muito da caçada. E como o segundo ato inteiro acompanha a rotina de Cindy pelos vários cômodos da casa, o público também acaba se tornando um voyeur involuntário do que pode ser descrito como um reality show bizarro.
É claro que a situação também serve como desculpa para o diretor mostrar a protagonista desfilando com roupas reveladoras pelo máximo de tempo possível. Mas o fato do assassino conhecido como Havoc entrar constantemente na casa sem que Cindy perceba acaba criando um jogo de gato e rato divertido. E também cenas deliciosamente bregas, principalmente quando sua necessidade de matar entra em conflito com a necessidade do observador de manter a protagonista viva.
Eu realmente me diverti com a atuação de Natasha Blasick, que entrega uma personagem cheia de caras e bocas, que parece uma mistura de mocinha sofrida de novela mexicana com aquelas heroínas de inocência quase infantil dos filmes de Jesús Franco. A chegada do policial Burnett (David A. Lockhart, de The Republic of Rick) trás respostas para algumas perguntas. Mas não espere nenhuma profundidade. Esse é um slasher pipocão, e o diretor parece ter muito orgulho disso.
As mortes acontecem apenas na cena de abertura e nos 20 minutos finais, o que pode decepcionar quem esperava por mais ação. Mas a coisa fica ultra violenta no último ato, ainda que a conclusão seja meio apressada. Destaque para os efeitos práticos, sangrentos e indigestos. E para uma certa cena que mostra Cindy inconsciente, prestes a encarar um destino medonho. Durante o filme inteiro, fica claro que o diretor encontra dificuldades para criar suspense. Mas essa cena conseguiu mexer com meus nervos.
Título original: Playing with Dolls.
Gênero: Terror.
Produção: 2015.
Lançamento: 2015.
País: Estados Unidos.
Duração: 80 minutos.
Roteiro: Barry Massoni, Rene Perez.
Direção: Rene Perez.
Elenco: Natasha Blasick, Richard Tyson, Charlie Glackin, Alanna Forte, David A. Lockhart, John Scuderi, John Welsh, Allisun Sturges, Sean Story, Bill Collins, Lisa Collins, Austen Kunau, Cody Kunau, Logen Kunau, Tyler Penn.