Crítica | Snatchers - Gravidez Monstruosa (Snatchers, 2019)

Gravidez não planejada pode provocar o fim do mundo na comédia de terror de Stephen Cedars e Benji Kleiman

No mundo real, quando é praticada uma relação sexual sem proteção, existe o risco de ocorrer gravidez não planejada e infecção por doenças sexualmente transmissíveis. Já nos filmes de terror, há um risco extra: o de engravidar instantaneamente e dar à luz um monstro alienígena que pode provocar o fim do mundo.

É por essa situação bizarra que passa a protagonista do filme de estreia de Stephen Cedars e Benji Kleiman — Snatchers, uma comédia de terror sobre os perigos do sexo na adolescência e a importância de permanecer fiel aos verdadeiros amigos, que pode ser descrita como uma mistura de As Patricinhas de Beverly Hills com Nasce um Monstro.

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Snatchers é baseado em um curta-metragem de 2015, que por sua vez deu origem a uma série online de mesmo nome, produzida entre 2017 e 2018. Cedars, Kleiman e Scott Yacyshyn assinam o roteiro do filme. E quem assistiu a série ficará feliz em saber que o longa apresenta o mesmo elenco e expande bastante a história, ainda que reaproveite algumas cenas do material de origem.

Sara (Mary Napi) é uma adolescente que faz parte do seleto grupo das garotas populares do colégio, liderado pela atrevida Kiana (Ashley Argota). Sara está de luto pelo término com o ex-namorado babaca Skyler (Austin Fryberger). E quando o rapaz volta de uma viagem ao México, ela tenta reacender o relacionamento, fazendo sexo pela primeira vez. Nossa heroína acorda no dia seguinte, com uma barriga do tamanho de uma bola de basquete. E em poucas horas, seu bebê impaciente já está pronto para nascer.

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Esse evento incomum faz com que a protagonista se reaproxime de sua melhor amiga, a nerd Hayley (Gabrielle Elyse), que havia sido jogada para escanteio por não se adequar aos padrões de popularidade exigidos por Kiana. As duas precisam descobrir como Sara ficou grávida da noite para o dia e, se possível, deter a criatura assassina que ela gerou. Mas elas não estão sozinhas na jornada. Mamãe Kate (JJ Nolan) é arrastada para o meio do pesadelo. E o policial azarado Oscar (Nick Gomez), também.

O filme funciona como uma sátira ao ensino médio, com algumas alegorias para dar um ar de profundidade à história. Os diretores entregam um primeiro ato eficiente, com a dose certa de humor e mistérios para aguçar a curiosidade do público. Mas não conseguem manter esse equilíbrio por muito tempo. O excesso de humor tira o impacto de cenas de terror que tinham potencial para se destacar. Há muitos diálogos e gírias datados. E o fato dos personagens conversarem muito mais do que precisavam, quebra frequentemente o ritmo do filme.

Felizmente, os diretores também entregam muitas cenas gore divertidas, que fazem Snatchers merecer uma espiada. Minha favorita é a do hospital, quando o monstrinho sai tocando o terror em médicos e enfermeiras. Mas eu também gostei do confronto na delegacia, que resgata parte da atmosfera daqueles filmes trash dos anos 80. Com direito a efeitos práticos gloriosamente borrachudos.

Título original: Snatchers.
Gênero: Comédia, terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2020.
País: Estados Unidos.
Duração: 96 minutos.
Roteiro: Stephen Cedars, Benji Kleiman, Scott Yacyshyn.
Direção: Stephen Cedars, Benji Kleiman.
Elenco: Mary Nepi, Gabrielle Elyse, J.J. Nolan, Austin Fryberger, Nick Gomez, Rich Fulcher, Ashley Argota, Amy Landecker, Logan Rogan, Alex Skinner, Amy Arburn, Gabriella Gourdin, David H. Stevens, Mark Sande, David Christian Welborn.