Crítica | Desejo de Matar (Death Wish, 2018)

Bruce Willis interpreta cirurgião que aterroriza criminosos no remake do thriller de vingança de 1974 dirigido por Eli Roth

Bruce Willis em imagem do filme 'Desejo de Matar', de Eli Roth

O diretor Eli Roth ganhou nossa atenção em 2002, com o terror Cabana do Inferno. Ele ajudou a popularizar o subgênero torture porn com a franquia O Albergue. E ainda dirigiu o suspense Bata Antes de Entrar (2015), além do remake do cultuado Holocausto Canibal, que no Brasil ganhou o título de Canibais (2013).

Agora Roth está de volta com uma versão atualizada de Desejo de Matar, thriller de vingança baseado no livro de Brian Garfield, que Michael Winner dirigiu em 1974. Joe Carnahan (A Perseguição) assina o roteiro do remake. E o astro da franquia de ação Duro de Matar, Bruce Willis, assume o papel do protagonista, que no filme original foi interpretado por Charles Bronson.

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Paul Kersey (Willis) é um cirurgião que vive em Chicago com a esposa Lucy (Elisabeth Shue, de Piranha 3D) e filha adolescente Jordan (Camila Morrone, de Never Goin' Back). Sua vida desmorona depois que sua família é vítima de uma invasão domiciliar. E como os policiais que investigam o caso estão meio lentos, ele decide fazer justiça com as próprias mãos.

Camila Morrone, Elisabeth Shue e Bruce Willis em imagem do filme 'Desejo de Matar', de Eli Roth

O bisturi é ferramenta indispensável em um filme sobre um médico que se torna vigilante. E o dr. Kersey o usa com precisão cirúrgica, seja para salvar a vida de seus pacientes, seja para torturar um inimigo azarado naquela que, para mim, é a cena mais desconfortável do filme. Já quando se trata de armas de fogo, ele demora um pouquinho para pegar o jeito. E chega até a machucar a mão com a própria arma, durante um tiroteio.

Detalhes assim ajudam a dar um ar de realismo à jornada do protagonista. Mas assim que Kersey domina a fina arte de tocar o terror em criminosos nas noites escuras de Chicago, o diretor faz questão de prestar homenagens aos filmes dos anos 70 e 80, uma época em que personagens invencíveis como John Rambo e Harry, o sujo, venciam seus inimigos sem fazer muito esforço. A cena deliciosamente forçada da bola que cai da prateleira é um bom exemplo disso. E batalha no banheiro, também.

Bruce Willis em imagem do filme 'Desejo de Matar', de Eli Roth

O filme se divide entre momentos dramáticos, uma investigação policial, um pouco de humor-negro e cenas de violência explícita que flertam com o cinema de terror. Além dos tiroteios, temos pescoços torcidos, crânios esmagados e muito sangue. A narrativa é entrecortada por comentários da mídia e algumas discussões políticas. Mas felizmente elas não se estendem demais a ponto de atrapalhar a diversão.

O remake de Desejo de Matar exige do público um pouco de suspensão voluntária de descrença. Mas quem estava com saudades daqueles anti-heróis truculentos do passado vai encontrar um bom passatempo aqui.

Título original: Death Wish.
Gênero: Suspense, crime, ação.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
País: Estados Unidos, Canadá.
Duração: 107 minutos.
Roteiro: Joe Carnahan.
Direção: Eli Roth.
Elenco: Bruce Willis, Vincent D'Onofrio, Elisabeth Shue, Camila Morrone, Dean Norris, Beau Knapp, Kimberly Elise, Len Cariou, Jack Kesy, Ronnie Gene Blevins, Kirby Bliss Blanton, Andreas Apergis, Ian Matthews, Wendy Crewson, Warona Setshwaelo.

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Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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