Crítica | Jurassic Shark (2012)

Tubarão gigante aterroriza frequentadores de um lago qualquer em 'Jurassic Shark', trash nível hard do diretor Brett Kelly


Celine Filion em imagem do filme 'Jurassic Shark', de Brett Kelly

Antes de entregar filmes toscos de tubarões como Raiders of the Lost Shark (2015) e Ouija Shark (2020), o diretor Brett Kelly nos brindou com...outro filme tosco de tubarões! Seu nome é Jurassic Shark, e ele mostra um predador pré-histórico que aterroriza os frequentadores de um lago qualquer. O próprio Kelly escreveu o roteiro da bagaceira, em parceria com David A. Lloyd e Trevor Payer.

Jurassic Shark começa com duas garotas bonitas, Tiffany e Brittany, que vão até o tal lago para... bem, eu não exatamente para quê. Suponho que seja porque todo filme tosco de tubarão precisa abrir mostrando garotas de biquíni, mesmo que elas fiquem conversando abobrinhas e brincando de jogar água uma na outra por dois minutos seguidos. As personagens interpretadas por Sarah Mosher e Kala Gray somem depois disso. Mas não se preocupe, porque novas garotas de biquíni aparecem em seguida.


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Passamos a acompanhar Tia (Christine Emes), Kristen (Celine Filion) e Rich (Kyle Martellacci), três jovens que atravessam o lago para ajudar uma amiga, a estudante de jornalismo Jill (Emanuelle Carriere) a encontrar provas para denunciar as atividades vilanescas de uma companhia de óleo instalada em uma ilha próxima. Enquanto isso, uma gangue durona vestida de preto liderada por uma senhora durona chamada Barb (Angela Parent), assaltou um museu e está tentando fugir da polícia em um barco a remo.

Sarah Mosher e Kala Gray em imagem do filme 'Jurassic Shark', de Brett Kelly

Antes que você me pergunte: não, eu não sei porque os assaltantes pensaram que fugir da polícia em um barco a remo seria uma boa idéia. Mas o que importa é que a tal companhia de óleo estava realizando perfurações na área. Perfuraram fundo demais. E acabaram libertando um megalodon, um tubarão pré-histórico gigante que vivia em um bolsão congelado no fundo do lago.

É claro que o monstro vai devorar quem encontrar pela frente. E não será uma tarefa difícil, já que a gangue durona vestida de preto precisa recuperar um quadro valioso, que acabou indo parar no fundo do lago quando seu barco a remo afundou. Não que o tubarão esfomeado esteja preocupado se as pessoas vão ou não entrar na água. Há inclusive um cena em que ele salta do lago em slow motion, abocanha uma vítima, dá um giro em pleno voo e volta tranquilamente para seu habitat.

Emanuelle Carriere e Christine Emes em imagem do filme 'Jurassic Shark', de Brett Kelly

Roteiro, diálogos, atuações, tudo é muito amador. Há erros grotescos de continuidade. E mesmo com tantos personagens e tantas coisas acontecendo, o filme frequentemente fica monótono. Parte da culpa é do diretor, que insiste em filmar muitas cenas de ação em câmera lenta. Parte é da edição sonolenta, que deixa as cenas se estenderam demais. Ver Tiffany e Brittany brincando na água por dois minutos até que é divertido. Ver longas cenas do fundo do mar ou dos pés dos personagens andando pela floresta, nem tanto.


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Lá pela metade do filme, a fotografia fica estranhamente mais bonita. E melhora ainda mais na cena final, que parece estar ali apenas para fazer propaganda de um dos patrocinadores do projeto. Eu gostaria de dizer que a mudança no visual faz com que o filme fique bom. Mas não. Faz apenas com que seja um filme tosco com visual mais agradável.

Emanuelle Carriere, Kyle Martellacci, Christine Emes e Celine Filion em imagem do filme 'Jurassic Shark', de Brett Kelly

Tirando o inesperado upgrade visual, a melhor coisa de Jurassic Shark acaba sendo seu título, que faz gracinha com aquele filme de dinossauros do Spielberg. O resto é muito ruim. Só que é ruim de uma maneira tão intensa que é bem provável que o filme encontre suporte entre os fãs da fina arte da tosqueira desenfreada. Eu mesmo confesso que dei algumas risadas.

Nota: 3/10

Título original: Jurassic Shark.
Gênero: Aventura, terror, comédia.
Produção: 2012.
Lançamento: 2012.
País: Canadá.
Duração: 75 minutos.
Roteiro: Brett Kelly, David A. Lloyd e Trevor Payer.
Direção: Brett Kelly.
Elenco: Emanuelle Carriere, Christine Emes, Celine Filion, Angela Parent, Duncan Milloy, Phil Dukarsky, Kyle Martellacci, Joshua Gilbert Crosby, Kevin Preece, Jurgen Vollrath, Sarah Mosher, Kala Gray, Sherry Thurig, Jody Haucke, Darren Stevens, Ian Quick, Kimberly Wolfe.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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