Crítica | Skin Walker (2019)

Amber Anderson descobre segredos familiares sombrios no suspense psicológico do diretor e roteirista Christian Neuman


Amber Anderson em imagem do filme 'Skin Walker', de Christian Neuman

Skin Walker é um suspense psicológico artístico sobre uma garota problemática que descobre segredos familiares sombrios. É o filme de estreia do diretor Christian Neuman, que também assina o roteiro. A produção conjunta entre Bélgica e Luxemburgo é estrelada por Amber Anderson (Na Escuridão), Jefferson Hall (Halloween) e Udo Kier (Bacurau).

Regine (Anderson) é uma bela jovem que trabalha em uma fábrica durante o dia e frequenta boates iluminadas por neon na companhia do namorado durante a noite. Contatada por um homem misterioso que se identifica como Robert (Hall), Regine é informada que seu irmão mais novo, que ela acreditava ter morrido ainda bebê, não apenas está vivo mas acabou de matar sua avó. Nossa heroína retorna à propriedade da família, em uma região rural de Luxemburgo. Mas o passado também retorna para assombrá-la.

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Nos aspectos técnicos, Skin Walker não faz feio. O visual é deslumbrante, com direito a masmorras mal iluminadas e vilarejos isolados, cercados por florestas verdes exuberantes. O design de som é competente. O trabalho de maquiagem é discreto, mas ganha destaque no ato final. E o elenco entrega atuações sólidas, com destaque para o veterano Udo Kier, que brilha como o pai enfezado e possivelmente malvado da protagonista atormentada.

Udo Kier em imagem do filme 'Skin Walker', de Christian Neuman

O diretor recorre a muitos flashbacks e algumas imagens surreais que fornecem pistas para que o público monte um quebra cabeças que só fará sentido no final. Mas se por um lado as alucinações de Regine e as mudanças entre passado e presente transmitem um ar de complexidade à trama, por outro o acúmulo de elementos desconexos deixam a experiência confusa e dolorosamente cansativa.

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A inesperada aparição de uma ameaça típica de filmes de terror B e algumas mortes que acontecem nos últimos 30 minutos apontam que a monotonia finalmente será quebrada. Mas a edição picotada atrapalha a diversão. E não ajuda muito o fato da revelação final ser muito menos interessante do que a falsa complexidade sugeria.

Imagem do filme 'Skin Walker', de Christian Neuman

Muitos poderão argumentar que a intenção do diretor e roteirista era justamente fazer o público experimentar um pouco da confusão mental de um certo personagem. Outros poderão dizer que o filme aborda temas importantes, e que o surrealismo proporciona uma experiência sensorial interessante. Mas, infelizmente, isso não aconteceu comigo.

Nota: 4

Título original: Skin Walker.
Gênero: Drama, suspense, terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
País: Luxemburgo, Bélgica.
Duração: 87 minutos.
Roteiro: Christian Neuman.
Direção: Christian Neuman.
Elenco: Amber Anderson, Udo Kier, Jefferson Hall, Sophie Mousel, Luc Schiltz, Luc Feit, Bérangère Mc Neese, Sarah Lamesch, Rita Bentos Dos Reis, Godart Nicolas, Marja-Leena Junker, Juliette Gillis, Tony Hegarty, Éric Gigout.


Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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