Crítica | Vampiros X the Bronx (2020)

Jaden Michael tenta salvar seu bairro de uma invasão de vampiros na comédia de terror 'Vampiros X The Bronx', de Osmany Rodriguez


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Como sempre acontece no mês de outubro, a Netflix começou a disponibilizar filmes de terror para que seus assinantes entrem no clima do Halloween. O primeiro deles é Vampiros X the Bronx, de Osmany Rodriguez, onde criaturas da noite se disfarçam de agentes imobiliários para comprar tudo que encontram pela frente no bairro de Nova York. Ah, e eles também aproveitam para beber o sangue dos moradores.

Quem percebe a presença dos vampiros é Miguel (Jaden Michael, de Sem Fôlego), um garoto comprometido com causas sociais que os amigos apelidaram de "Prefeitinho". Miguel terá que convencer a vizinhança de que vampiros existem e estão tomando conta do bairro. Mas antes terá que distribuir panfletos sobre uma festa beneficente, fingir demência quando sua mãe aparece gritando na janela e, é claro, assistir alguns filmes do Blade.

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O roteiro de Blaise Hemingway é bem direto ao usar o vampiro como metáfora para o processo de gentrificação. E mais ainda ao fazer referências ao universo dos sangue-sugas. A empresa que quer tomar conta do bairro, por exemplo, se chama Murnau, como o diretor de Nosferatu. Seu logotipo é um retrato de Vlad, o Empalador, o homem que teria servido como inspiração para a criação de Drácula. Junte a isso o fato que o sobrenome do representante de vendas é Polidori, e fica difícil não suspeitar das intenções dessa turma.

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Mas se por um lado falta sutileza com metáforas e referências, por outro sobram piadas e situações engraçadas que remetem aos filmes de vampiros das décadas de 1980 e 1990. Há inclusive uma cena idêntica ao clássico Os Garotos Perdidos, de Joel Schumacher. O roteiro respeita a mitologia clássica dos vampiros. De caixões a crucifixos, passando pela alergia ao sol até chegar no delicioso "vampiros não podem entrar em uma casa se não forem convidados", tem de tudo um pouco. Ok, aquela história da cinza mágica é meio viajada. Mas dá para conviver com isso.

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A química entre os personagens funciona muito bem. Além do Prefeitinho, temos o especialista em vampiros Luis (Gregory Diaz IV, de Em um Bairro de Nova York), também conhecido como "Harry Potter porto-riquenho"; o ambicioso Bobby (Gerald W. Jones III, da série Blue Bloods), que passa o filme inteiro se equilibrando na linha fina que separa o bem e o mal; e a haitiana Rita (Coco Jones, de Grandma's House), que traz o equilíbrio que faltava para os caçadores de vampiros trapalhões.

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Isso sem contar os personagens adultos, que quase roubam o show da molecada. Entre os destaques estão mães barraqueiras, um padre estressado e aquele cara legal da lojinha, Tony, interpretado por The Kid Mero, de Channel Surfing. Aqui temos outra referência, dessa vez ao autor de Carmilla. E esse detalhe fica ainda mais curioso graças ao encontro entre Tony e Vivian (Sarah Gadon, de Drácula: A História Nunca Contada), a nova moradora do bairro, que ajuda os meninos a distribuir seus panfletos.

Vampires X the Bronx perde um pouco de sua energia no último ato, marcado por uma série de coincidências que atrapalham a jornada. Acredito que o diretor poderia ter caprichado um pouco mais nos efeitos digitais e nas cenas de confrontos, principalmente na batalha final, que é dolorosamente tosca. Mas apesar desses inconvenientes, minha experiência foi positiva. Quem conseguir entrar no clima de sessão da tarde vai encontrar um passatempo razoável.

Nota: 5.8/10

Título original: Vampires vs. the Bronx.
Gênero: Comédia, terror.
Produção: 2020.
Lançamento: 2020.
País: Estados Unidos.
Duração: 85 minutos.
Roteiro: Blaise Hemingway.
Direção: Osmany Rodriguez.
Elenco: Jaden Michael, Gerald Jones III, Gregory Diaz IV, Sarah Gadon, Method Man, Shea Whigham, Coco Jones, The Kid Mero, Chris Redd, Vladimir Caamano, Jeremie Harris, Adam David Thompson, Judy Marte, Richard Bekins,Zoe Saldana.


Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

1 Comentários

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  1. Também achei um pouco fraco a história mas poderia o Harry portoriquenho que amo muito personagem desmaiar mais vezes com os vampiros , e dele serão de lutar no final só o garoto Miguel luta poderia de luiz também lutar contra a vampira . Fazer as cenas serem maos realistas. Obrigada adoro o filme quero o segundo longa desse filme.

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