Crítica | Necropolis: Legion (2019)

Bruxa do século XVII quer ressuscitar no corpo de escritora dorminhoca na reimaginação de 'Necropolis' dirigida por Chris Alexander


Imagem do filme 'Necropolis: Legion'
Ali Chappell em imagem do filme de terror 'Necropolis: Legion', de Chris Alexander


Necropolis: Legion é uma reimaginação de Necropolis, exploitation da Full Moon Features dirigido em 1986 por Bruce Hickey. O projeto faz parte do 'Deadly Ten', uma série de filmes que visa apresentar para a nova geração os clássicos da Full Moon, empresa americana de produção e distribuição de filmes liderada pelo veterano do cinema B, Charles Band.

Chris Alexander, o homem por trás de Female Werewolf e Space Vampire, dirige a nova versão, estrelada por Augie Duke (O Quarto Escuro), Ali Chappell (Broken Mile) e Lynn Lowry (A Marca da Pantera). Alexander também assina o roteiro, em parceria com Brockton McKinney.

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No filme original, uma bruxa loira do século XVII reencarna na gloriosa década de 1980 e usa seus seis peitos (!) para sugar a energia vital de quem encontra pela frente. A vilã da nova versão, interpretada por Chappell, é mais discreta. Tem apenas dois peitos. Só que eles possuem bocas (!!), que ela usa para executar tarefas semelhantes às de sua equivalente oitentista.

Imagem do file 'Necropolis: Legion'
Augie Duke em imagem do filme de terror 'Necropolis: Legion', de Chris Alexander


Duke interpreta Lisa, uma escritora de livros de ocultismo que quer passar um tempo em uma cabana isolada que, diz a lenda, pertenceu à bruxa malvada Eva, morta séculos atrás. Durante a sessão de autógrafos de seu novo livro, uma senhora estranha (Lowry) avisa que o lugar é amaldiçoado. Mas nossa heroína vai para lá mesmo assim, alegando que precisa de inspiração para escrever seu próximo romance.

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Curiosamente, escrever é o que Lisa menos faz. Na verdade, ela passa a maior parte do filme andando de camisa e calcinha pelos arredores da casa. Ou tirando uma soneca. Dorme na cama, no chão de madeira, no cemitério que fica no terreno ao lado. Enquanto isso, o diretor joga na tela flashes coloridos de imagens do passado que, ao invés de causar impacto, causam irritação nos olhos.

Imagem do filme 'Necropolis: Legion'
Imagem do filme de terror 'Necropolis: Legion', de Chris Alexander


Esses momentos repetitivos, a ausência quase absoluta de diálogos e uma montagem que não se cansa de picotar a mesma cena para intercalá-la com imagens aleatórias fazem com que os primeiros 40 minutos de Necropolis: Legion sejam uma verdadeira tortura. Como o filme tem só uma hora, não sobra muito tempo para mostrar as vilanices da bruxa Eva. Mas tanto faz, porque quando ela finalmente consegue tomar posse do corpo de Lisa, suas malvadezas passam longe de empolgar.

Necropolis: Legion ganha um ponto pela cena de abertura involuntariamente cômica, onde o religioso Maynard Gandy (Joseph Lopez, de A Child's Voice) descobre que sua esposa anda realizando sacrifícios humanos e sugando a alma de jovens desavisadas com seus mamilos bucais. Ganha mais um pelos efeitos práticos divertidos e extravagantes. E é só isso mesmo.

Nota: 2

Título original: Necropolis: Legion.
Gênero: Terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
País: Canadá.
Duração: 61 minutos.
Roteiro: Chris Alexander, Brockton McKinney.
Direção: Chris Alexander.
Elenco: Augie Duke, Ali Chappell, Lynn Lowry, Joseph Lopez, Zoe Georgaras, Stephanie Delorme, Alexis Korotash, Goldie Rocket, Steve Kasan, Adam Buller, Thea Munster, Brian Fowlie.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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