Crítica | A Cabeleireira (The Stylist, 2020)

Najarra Townsend volta a interpretar Claire em 'A Cabeleireira', adaptação do curta-metragem de terror de 2016 de Jill Gevargizian


Brea Grant e Najarra Townsend como Olivia e Claire no filme 'A Cabeleireira'
Brea Grant e Najarra Townsend como Olivia e Claire no filme 'A Cabeleireira', de Jill Gevargizian


A personagem Claire fez sua primeira aparição no bom curta-metragem The Stylist (2016), que mais tarde se tornou um dos segmentos da antologia Contos de Horror (2018). A história bizarra da cabeleireira ruiva que droga e escalpa suas clientes para "vestir" seus cabelos chamou a atenção de muitos fãs de filmes de terror, e não é surpresa que, dois anos depois, Claire ganhe seu próprio filme.

A Cabeleireira começa com uma cena muito parecida com a do curta-metragem, que mergulha fundo na mente de Claire, figura triste e solitária que vive sua vida imaginando ser a pessoa em sua cadeira. Após fazer sua primeira vítima, Claire recebe um telefonema de Olivia, uma noiva desesperada que precisa urgentemente de um penteado. O relacionamento das duas vai ocupar o resto do filme. E, é claro, ele terá consequências trágicas.

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A diretora Jill Gevargizian, mesma realizadora do curta-metragem, entrega um filme com um visual bem cuidado, com uma forte influência dos gialli. Os passeios de Claire por ruas sombrias às vezes remetem ao slasher Maníaco, sobre um homem que também tinha uma fixação mortal por cabelos femininos. As cenas no salão de beleza, por sua vez, são fascinantes, embora um pouco repetitivas.

Najarra Townsend como Claire no filme 'A Cabeleireira'
Najarra Townsend como Claire no filme 'A Cabeleireira', de Jill Gevargizian


Os efeitos práticos são simples, mas convincentes. Como já era esperado, temos uma nova versão da cena do escalpo presente no material original. De bônus, acompanhamos dois outros momentos medonhos, onde a tesoura afiada de Claire entra em ação para aterrorizar novas vítimas desavisadas. O roteiro não se preocupa em explicar como ela consegue esconder os corpos e limpar as cenas dos crimes tão rápido, mas eu realmente não me importei com isso.

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Najarra Townsend, estrela do curta e de outros filmes interessantes de terror, como o divertido e indigesto Contágio Letal, faz um bom trabalho como a cabeleireira solitária e mortal. Brea Grant (Lucky - Uma Mulher de Sorte) se esforça para dar credibilidade à sua companheira em cena, Olivia. E quando eu digo "se esforça", é porque o roteiro não colabora muito com ela. As mudanças repentinas de humor da personagem são um pouco irritantes, e me fizeram inclusive parar de torcer por ela.

A atriz Najarra Townsend como Claire no filme 'A Cabeleireira'
A atriz Najarra Townsend como Claire no filme 'A Cabeleireira', de Jill Gevargizian


O resto das personagens recebe pouca ou nenhuma atenção do roteiro, o que também incomoda um pouco. Mas o grande problema A Cabeleireira é mesmo seu ritmo, extremamente lento. Esse detalhe é quase imperceptível nos minutos iniciais, mas depois do primeiro atrito entre Claire e Olivia, o filme fica tão monótono que meu interesse pela história acabou desaparecendo.

Talvez a experiência fosse melhor se A Cabeleireira tivesse uns 20 minutos a menos. Ou se a diretora deixasse o sangue jorrar no final, ao invés de tentar surpreender o espectador com uma virada que, infelizmente, é tanto previsível quanto anticlimática.

Nota: 4.5/10

Título original: The Stylist.
Gênero: Terror.
Produção: 2020.
Lançamento: 2021.
País: Estados Unidos.
Duração: 105 minutos.
Roteiro: Jill Gevargizian, Eric Havens, Eric Stolze.
Direção: Jill Gevargizian.
Elenco: Najarra Townsend, Brea Grant, Davis DeRock, Sarah McGuire, Jennifer Seward, Millie Milan, Kimberly Igla, Laura Kirk, Chelsea Brown, Bety Le, Kelsey Nicholes, Lindsay Solomon, Ashley Kukay, Angela Dupuie.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

1 Comentários

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  1. Que filme ruim. Se tivesse deitado e dormido por duas horas, teria tido mais proveito.

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