Crítica | The Curse of La Patasola (2022)

Entidade maligna persegue casais em 'The Curse of La Patasola', filme de estreia do diretor AJ Jones


Luciana Faulhaber no filme 'The Curse of La Patasola'
Luciana Faulhaber no filme 'The Curse of La Patasola', de AJ Jones


Dois casais são perseguidos por uma entidade fantasmagórica do folclore sul-americano neste filme de terror de baixo orçamento e criatividade menor ainda, dirigido por AJ Jones. The Curse of La Patasola é o longa-metragem de estreia de Jones, que também assina o roteiro em parceria com Shaun Mathis. Não satisfeito, ele ainda estrela ao lado de Gillie Jones (Bolden - A sensação do jazz), Patrick R. Walker (Você Pode Ser o Assassino) e Najah Bradley (Caixa Preta).

O filme começa em algum lugar na Colômbia do século XIX, onde uma esposa infiel e seu amante têm um encontro desagradável com uma mulher misteriosa. Ou melhor, com uma voz misteriosa que atrai o rapaz para o meio da floresta. Mais tarde, descobrimos que ela é La Patasola, uma criatura que pode ser descrita como uma mistura de vampira, sereia e saci-pererê, que vaga pelas matas atacando e bebendo o sangue de homens que traem as pessoas que deveriam amar.


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The Curse of La Patasola salta para os dias atuais para nos apresentar os protagonistas, que estão indo acampar em uma floresta qualquer, levando no porta-luvas uma arma sinalizadora de Chekhov. No banco da frente está um rapaz insuportável chamado Daniel (Jones) e sua esposa insegura, Sarah (Jones). No banco traseiro está uma moça insuportável chamada Naomi (Bradley) e seu namorado bonzinho, James (Walker).

Gillie Jones e AJ Jones como Daniel e Sarah no filme 'The Curse of La Patasola'
Gillie Jones e AJ Jones como Daniel e Sarah no filme 'The Curse of La Patasola'


Nem é preciso dizer que La Patasola vai aparecer para testar seus relacionamentos, sua moral e sua vontade de sobreviver. Mas antes, o filme vai nos metralhar com muitos diálogos enfadonhos. Boa parte da viagem de carro é gasta com Daniel e Naomi discutindo sobre feminismo, machismo e papeis tradicionais de gênero. 80% do resto do filme se resume aos dois discutindo sobre os mesmos temas chatos na floresta, na barraca e na fogueira.


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Sempre que possível, Sarah e James ignoram a dupla tagarela. Como não tive a opção de ignorar também, assistir The Curse of La Patasola rapidamente tornou-se um teste de paciência. Já vi muitos filmes de terror repletos de personagens desagradáveis que acabam valendo a pena graças a vilões marcantes. Mas isso não acontece aqui. Além de aparecer muito pouco, a vilã interpretada por Luciana Faulhaber (A Morte Te Aguarda) é inexpressiva, seus poderes são vagos e suas motivações mais vagas ainda.

Najah Bradley, Gillie Jones e Patrick R. Walker como Naomi, Sarah e James no filme 'The Curse of La Patasola'
Najah Bradley, Gillie Jones e Patrick R. Walker como Naomi, Sarah e James no filme 'The Curse of La Patasola', de AJ Jones


Os ataques da criatura são confusos, desprovidos de suspense ou tensão. As mortes acontecem fora da tela, e o roteiro frequentemente contradiz regras que ele próprio estabeleceu. Apenas nos minutos finais, quando La Patasola assume sua forma monstruosa para a perseguição final, é que o filme gera uma ligeira empolgação. Mas a essa altura, eu já não estava mais me importando. 

Nota: 2/10

Título original: The Curse of La Patasola.
Gênero: Terror.
Produção: 2022.
Lançamento: 2022.
País: Reino Unido.
Duração: 1h 24m.
Roteiro: AJ Jones, Shaun Mathis.
Direção: AJ Jones.
Elenco: Najah Bradley, Patrick R. Walker, AJ Jones, Gillie Jones, Luciana Faulhaber, Mark Pettit, Daniela Gonzalez, Jack Young.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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