Crítica | Drácula – Ele Ainda Está Vivo (Dracula: The Original Living Vampire, 2022)

Christine Prouty interpreta investigadora que não acredita em vampiros em 'Drácula – Ele Ainda Está Vivo', tosqueira da The Asylum dirigida por Maximilian Elfeldt


Christine Prouty e Jake Herbert como Amelia Van Helsing e Drácula no filme 'Drácula – Ele Ainda Está Vivo'
Christine Prouty e Jake Herbert como Amelia Van Helsing e Drácula no filme 'Drácula – Ele Ainda Está Vivo', de Maximilian Elfeldt | ©The Asylum


A Sony Pictures Entertainment lançou em março o filme Morbius, que apresenta o vencedor do Oscar, Jared Leto, como um cientista que se transforma em um vampiro. Como não poderia deixar de ser, a produtora The Asylum se apressou para surfar na onda, e o resultado é Drácula – Ele Ainda Está Vivo, do diretor Maximilian Elfeldt (Apocalypse of Ice).

A estreante Christine Prouty lidera o elenco do filme, que reimagina a clássica história de terror gótico do autor irlandês Bram Stoker no formato de um procedimento policial. O também novato Ryan Woodcock co-estrela ao lado de India Lillie Davies (série Chame a Parteira). Michael Varrati, roteirista de A Madrasta Errada e responsável pela história da recente tosqueira Aquarium of the Dead, assina o roteiro de Drácula – Ele Ainda Está Vivo.

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O filme começa em uma noite esfumaçada e estranhamente colorida no que parece ser a Inglaterra dos anos 1920, embora o visual e o comportamento dos personagens sugiram uma época bem mais atual. Uma garota ruiva morre após um encontro com um sujeito misterioso de unhas pretas. Entra em cena a investigadora Amelia Van Helsing (Prouty), que acredita que um serial killer está atacando jovens mulheres na cidade. Quando nota duas perfurações suspeitas no pescoço da vítima, seu colega cientista Jonathan Harker (Woodcock) desconfia haver um vampiro aprontando das suas.

Michael Ironside como Jack Seward no filme 'Drácula – Ele Ainda Está Vivo'
Michael Ironside como Jack Seward no filme 'Drácula – Ele Ainda Está Vivo', de Maximilian Elfeldt | ©The Asylum


Stuart Packer (Missão de Honra) surge como Renfield, o capitão da delegacia de polícia que, à exceção de Amelia e do médico Dr. Jack Seward (Michael Ironside, de Scanners: Sua Mente Pode Destruir), é inexplicavelmente tão vazia quanto as ruas da cidade feita em 3D, que o diretor não se cansa de mostrar em tomadas aéreas. Davies interpreta Mina Murray, a namorada de Amelia. E, é claro, temos Jake Herbert (série Glow Up: Britain's Next Make-Up Star) como um homem misterioso que se identifica como Conde Drácula, e não demora para crescer os olhos para cima de Mina.

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Será que existe mesmo um vampiro aterrorizando a cidade? Será que o tal Conde Drácula é o monstro que todos procuram? Mesmo quem não leu o livro de Stoker, provavelmente já sabe que a resposta é sim, o que nos leva a um dos principais problemas do filme: todos sabemos a identidade do assassino, menos a protagonista, que passa a esmagadora maioria do tempo insistindo que vampiros não existem. Ao invés de impulsionar, suas investigações inúteis e sua teimosia acabam empacando a história.

Ryan Woodcock como Jonathan Harker no filme 'Drácula – Ele Ainda Está Vivo'
Ryan Woodcock como Jonathan Harker no filme 'Drácula – Ele Ainda Está Vivo', de Maximilian Elfeldt | ©The Asylum


Acredito que esse problema poderia ser evitado com decisões simples.  A mais óbvia delas seria desvincular o filme do livro de Stoker. Alguns ajustes no roteiro e na edição, para garantir um ritmo mais fluído, poderiam render um filme interessante de investigação policial que deixasse aberto o mistério sobre a existência ou não de vampiros. Apresentar personagens novos poderia inclusive ajudar para que o longa fosse melhor aceito pelos fãs da obra original, que provavelmente torcerão o nariz diante das inúmeras descaracterizações presentes no roteiro de Varrati.

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Drácula – Ele Ainda Está Vivo ganha alguns pontos pelo seu visual relativamente bem cuidado, especialmente nas cenas internas. Com um pouco de boa vontade, dá para rir dos efeitos especiais e confrontos toscos, do roteiro que frequentemente se inclina para o melodrama, e das inevitáveis cenas de nudez e sexo narrativamente desnecessárias. Também ri um pouco da atuação exagerada de Herbert como o rei dos vampiros. Mas o mockbuster de Maximilian Elfeldt não vai muito além disso.

Nota: 3.5/10

Título original: Dracula: The Original Living Vampire.
Gênero: Terror, suspense.
Produção: 2022.
Lançamento: 2022.
País: Estados Unidos.
Duração: 1h 26m.
Roteiro: Michael Varrati,
Direção: Maximilian Elfeldt.
Elenco: Jake Herbert, Christine Prouty, India Lillie Davies, Ryan Woodcock, Stuart Packer, Michael Ironside, Ana Ilic, Dajana Urumovic, Djordje Radivanovic, Damjan Spasic, Ognjen Rabljenovic, Uros Golubovic, Justin A. Martell, Milos Divnic.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

1 Comentários

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  1. filme e uma lama avacalharam o tema dracula que e tao rico

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