Crítica | Perigo no Recife (The Reef: Stalked, 2022)

Amigas são perseguidas por tubarão-branco em 'Perigo no Recife', a sequência de 'Perigo em Alto Mar' dirigida por Andrew Traucki


Arte do filme 'Perigo no Recife', de Andrew Traucki
Arte do filme 'Perigo no Recife', de Andrew Traucki


Quatro mulheres são caçadas por um tubarão-branco nervoso neste thriller de sobrevivência dirigido e roteirizado por Andrew Traucki. Perigo no Recife é a sequência de Perigo em Alto Mar, um filme tenso e assustador, também escrito e dirigido por Traucki, lançado em 2010. O longa-metragem é estrelado por Teressa Liane (série The Vampire Diaries), Ann Truong (série Cowboy Bebop), Kate Lister (O Último Grito) e a estreante em longas-metragens Saskia Archer.

Embora carregue o mesmo título original e tenha sido lançado como uma sequência oficial, Perigo no Recife apresenta uma história e personagens diferentes, e você não precisa ter assistido Perigo em Alto Mar para entendê-lo. Da mesma forma que os crocodilos são os únicos elementos que unem Medo Profundo (2007) e sua sequência, Crocodilos: A Morte te Espera (2020), Perigo em Alto Mar e Perigo no Recife compartilham apenas os tubarões.


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Liane interpreta Nic, uma jovem mergulhadora que testemunha uma tragédia que muda sua vida para sempre. Meses depois, ela reencontra a irmã Annie (Archer) e as amigas Jodie (Truong) e Lisa (Lister), com quem viaja para uma ilha remota para uma aventura de caiaque e mergulho. Atacadas por um tubarão robusto, elas terão que trabalhar juntas para ajudar Nic a superar seu trauma e enfrentar o perseguidor implacável.

Imagem do filme 'Perigo no Recife', de Andrew Traucki
Imagem do filme 'Perigo no Recife', de Andrew Traucki. Foto: Jaque Fisher - © Cornerstone Pictures, Thrills and Spills (AU)


A sequência repete alguns acertos do filme original. A fotografia é bonita, o diretor opta por mais imagens de tubarões reais e menos CGI, e continua manipulando o suspense com bastante competência. A longa cena que mostra o primeiro encontro das protagonistas com o tubarão, por exemplo, é de roer as unhas. O filme fica ainda mais desconfortável quando algumas crianças entram em cena, e percebemos que elas também estão no cardápio do monstro esfomeado.


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Traucki também acerta ao manter o tubarão fora de vista o máximo possível. Quando a criatura aparece, seus ataques são um pouco exagerados, destoando do clima mais pé no chão (ou, neste caso, na água) do filme original. Isso não me incomodou tanto, e acho até que a agressividade forçada do tubarão deixa Perigo no Recife mais divertido. Já o fato do diretor esquecer que este deveria ser um filme sobre sobrevivência e começar a focar demais nos problemas não resolvidos das protagonistas me incomodou bastante, e acabou me tirando do filme.

Imagem do filme 'Perigo no Recife', de Andrew Traucki
Imagem do filme 'Perigo no Recife', de Andrew Traucki


A infeliz mudança de tom acontece na metade final, justamente quando o diretor precisava pisar no acelerador ao invés de puxar o freio de mão. Como quase sempre acontece em filmes de terror, o drama humano inserido na hora errada faz com que a sensação de perigo e o clima de urgência naufraguem. Não ajuda em nada o fato das moças tomarem uma série de decisões duvidosas, e de raramente agirem como se estivessem enfrentando um inimigo mortal.

É menos culpa das atrizes e mais do próprio diretor/roteirista, que parece não se importar em sacrificar a credibilidade e o ritmo de seu filme em prol de uma metáfora desajeitada. Perigo em Alto Mar era um filme simples. Traucki não tinha grandes pretensões além de entregar um filme assustador sobre tubarões, mas fazia isso muito bem. É uma pena que ele tenha tentado reinventar a roda, ao invés de apenas fazer a manutenção necessária para ela continuar se girando.

Nota: 4.8/10

Título Original: The Reef: Stalked.
Gênero: Terror, suspense.
Produção: 2022.
Lançamento: 2022.
País: Austrália.
Duração: 1 h 33 min.
Roteiro: Andrew Traucki.
Direção: Andrew Traucki.
Elenco: Teressa Liane, Ann Truong, Saskia Archer, Kate Lister, Bridget Burt, Tim Ross, Wendy P. Mocke, Eva Mocke-Kanaki, Sophie Naime, Barney Ling, Stephen Daddow.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

1 Comentários

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  1. O filme realmente manda bem no quesito suspense e na fotografia, porém como dito na análise, também achei os ataques do tubarão um pouco surreais e a carga emocional de alguns personagens irrelevante para um thriller de sobrevivência.

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