Crítica | A Avó (La abuela, 2021)

A estadia de uma jovem com sua avó se transforma em pesadelo em 'A Avó', o novo filme do co-diretor de '[Rec]', Paco Plaza


Almudena Amor e Vera Valdez como Susana e Pilar no filme 'A Avó', de Paco Plaza. Foto: ©Koch Media
Almudena Amor e Vera Valdez como Susana e Pilar no filme 'A Avó', de Paco Plaza. Foto: ©Koch Media


O espanhol Paco Plaza ficou conhecido mundialmente após o sucesso do arrepiante found footage [Rec] (2007), que dirigiu em parceria com Jaume Balagueró. Em 2017, Plaza acertou de novo com o também indutor de calafrios Verônica: Jogo Sobrenatural. Agora ele retorna ao gênero com La abuela, um terror bem menos eficaz em matéria de sustos, mas com detalhes e sutilezas que podem agradar quem procura por uma história mais reflexiva.

O longa-metragem estrelado por Almudena Amor (O Bom Patrão), Vera Valdez (Sol Alegria) e Karina Kolokolchykova (Memórias de Uma Paixão) estava programado para ser lançado em 2021, mas sofreu adiamentos devido ao aumento de casos de COVID-19. Acabou estreando em janeiro de 2022 na Espanha, e agora está chegando ao Brasil com o título de A Avó.

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Amor estrela como Susana, uma bela modelo de 24 anos que está prestes a selar o que pode ser um salto para o estrelato no concorrido mundo da moda em Paris. Seus planos são interrompidos por um telefonema de Madri, informando que sua amada avó, Pilar (Valdez), que a criou depois que seus pais morreram em um acidente de carro, está hospitalizada em estado grave devido a uma hemorragia cerebral.

Almudena Amor como Susana no filme 'A Avó', de Paco Plaza. Foto: ©Koch Media
Almudena Amor como Susana no filme 'A Avó', de Paco Plaza. Foto: ©Koch Media


Susana viaja para Madri para rever a idosa e encontrar uma cuidadora, para poder continuar lutando por sua carreira promissora. A partir daí, o diretor e seu roteirista, Carlos Vermut (A Garota de Fogo) constroem um drama sobre o medo do envelhecimento e a consequente perda de lucidez que isso envolve. Solidão e isolamento também são temas do filme, que ainda propõe reflexões sobre a natureza fugaz da beleza, e sobre o quanto os laços familiares podem ser frágeis diante de nossa obsessão pelo sucesso.

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Amor entrega uma atuação sólida como a jovem modelo repentinamente arrancada de sua vida emocionante para assumir a responsabilidade de cuidar de um familiar em um mundo tão contrário ao seu. Enquanto a preocupação com a avó entra em conflito com a preocupação com a carreira, nossa heroína descobre que tem um dilema extra: ela está imaginando coisas, ou tanto a casa quanto sua avó parecem mais assustadoras do que ela se lembrava?

Almudena Amor como Susana no filme 'A Avó', de Paco Plaza. Foto: ©Koch Media
Almudena Amor como Susana no filme 'A Avó', de Paco Plaza. Foto: ©Koch Media


O roteiro nos provoca, sugerindo haver algo sobrenatural na casa. Plaza aproveita a oportunidade para brincar com elementos tradicionais do terror, como relógios que param no mesmo horário, portas que se fecham sozinhas e luzes que se apagam misteriosamente, anunciando o que pode ou não ser um jump scare. Ocasionalmente o filme assume uma vibe de terror psicológico dos anos 70. Uma cena em particular remete às peripécias do menino Damien, de A Profecia.

Uma reviravolta final entrega as respostas para os mistérios do filme. Fãs de longa data do gênero provavelmente desvendarão tudo nos minutos iniciais, antes mesmo de serem apresentados à protagonista. Pior ainda, é provável que alguns considerem A Avó um clone de um certo filme muito conhecido de 2005. Caso isso não aconteça, e o desenvolvimento lento não o incomode, é muito provável que você se divirta mais do que eu.

Nota: 5.2/10

Título Original: La abuela.
Gênero: Drama, terror.
Produção: 2021.
Lançamento: 2022.
País: Espanha, França, Bélgica
Duração: 1 h 40 min.
Roteiro: Carlos Vermut.
Direção: Paco Plaza.
Elenco: Almudena Amor, Vera Valdez, Karina Kolokolchykova, Marina Gutiérrez, Berta Sánchez, Alba Bonnin, Gabriela Calonfirescu.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

12 Comentários

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  1. Muito bom o filme começa meio morno mais depois a coisa engrena vale a pena assistir de zero a dez nota oito...

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  2. Achei bem ruim, a vó só pensou no seu bem estar.

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  3. Desvendei o final do filme mt rapido. Na hora em que a neta olha o retrato da avó no espelho, ali o filme ja deu pra entender o que iria acontecer no final. Nota 7 pelo suspense e atuação da atriz.

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  4. O Filme foi muito fraco por ser previsível demais, era só pular para o fim da história. A transição seguia uma lógica, que foi quebrada com a morte da avó, porém o exagerado do roteiro em explorar o sobrenatural acabou com o filme de vez. É um bom filme para jogar no vaso.

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  5. Com 5 minutos de filme já dava para saber o mistério da trama. Muito fraco. Lento e moroso, ficou cozinhando o óbvio por quase 2 horas sem se aprofundar. Cópia do outro filme de 2005, com certeza.

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  6. Peguei o finalzinho do filme na HBO MUNDI, gostei da trilha sonora e fui ver inteiro no Playback…. Resumindo, só a trilha sonora do final é q presta….

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  7. Eu não entendi foi nada

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  8. não entendi o começo e no final também não entendi, entendi foi nada uma bosta

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  9. Não gostei. Não recomendo. Perda de tempo

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