Crítica | Lar dos Esquecidos (Old People, 2022)

Idosos assassinos aterrorizam casamento em 'Lar dos Esquecidos', novo filme da Netflix dirigido por Andy Fetscher


Paul Faßnacht como Aike no filme 'Lar dos Esquecidos', de Andy Fetscher | Foto: ©Netflix
Paul Faßnacht como Aike no filme 'Lar dos Esquecidos', de Andy Fetscher | Foto: ©Netflix


Em Cooties: A Epidemia (2014), um vírus misterioso atinge uma escola primária isolada, transformando as crianças em um enxame feroz de selvagens. Em Mãe e Pai (2017), uma histeria em massa faz com que os pais se virem violentamente contra seus próprios filhos. Agora a história se repete em Lar dos Esquecidos. Só que desta vez o problema são idosos nervosos que tocam o terror nos mais jovens.

Lar dos Esquecidos é o novo trabalho do diretor alemão-romeno Andy Fetscher, que já comandou episódios da série Binny e o Fantasma e, em 2011, entregou o terror Urban Explorer. O longa-metragem é estrelado por Melika Foroutan (Mediterráneo), Otto Emil Koch (série Think Big!) e Bianca Nawrath (Seis Minutos Para Meia-Noite). O próprio Fetscher assina o roteiro do filme, que já está disponível no catálogo do serviço de streaming Netflix.

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A advogada Ella (Foroutan) viaja com os filhos para sua cidade natal para participar do casamento da irmã, uma moça chamada Sanna (Maxine Kazis, de O Manicômio). A filha adolescente Laura (Nawrath) está doida para rever o namorado motoqueiro. Já o garoto Noah (Koch) quer mais é abraçar o pai, que se divorciou de Ella e está vivendo com uma enfermeira que trabalha em uma casa de repouso onde os idosos vivem em condições precárias.

Maxine Kazis e Melika Foroutan como Sanna e Ella no filme 'Lar dos Esquecidos', de Andy Fetscher | Foto: ©Netflix
Maxine Kazis e Melika Foroutan como Sanna e Ella no filme 'Lar dos Esquecidos', de Andy Fetscher | Foto: ©Netflix


Na noite do casamento, os idosos se revoltam, levantam de suas cadeiras de rodas, jogam fora seus tubos de oxigênio e saem matando qualquer pessoa com menos de 50 anos que encontram pela frente. O líder dos rebeldes enrugados, um senhor de uns 80 anos com força e agilidade de atleta de 30, se destaca dos demais, principalmente por sua habilidade em acertar cabeças alheias com bolas metálicas.

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Embora o sangue digital atrapalhe, as cenas de violência em Lar dos Esquecidos funcionam relativamente bem. O mesmo não pode ser dito dos momentos de suspense, que se resumem a personagens se movendo vagarosamente (tão vagarosamente que dá sono) para investigar barulhos aleatórios. Também não dá para elogiar muito o elenco, porque os diálogos são mal escritos e o drama de seus personagens é chato. Mas até que gostei da irmã noiva Sanna que, é claro, também é uma das primeiras que desaparece do filme.

Bianca Nawrath como Laura no filme 'Lar dos Esquecidos', de Andy Fetscher | Foto: ©Netflix
Bianca Nawrath como Laura no filme 'Lar dos Esquecidos', de Andy Fetscher | Foto: ©Netflix


Comparações com o slasher X: A Marca da Morte serão inevitáveis, mas o pesadelo bizarro e ocasionalmente melancólico de Fetscher tem mais ecos de A Noite do Mortos-Vivos, do mestre Romero. Você pode esperar por uma casa antiga para abrigar os personagens enquanto os idosos nervosos se acumulam do lado de fora. Também pode esperar por conflitos entre os sobreviventes, o que seria bom se as motivações não fossem tão rasas, e se essas pausas não atrapalhassem a matança.

Enquanto no filme de Romero o horror era usado como veículo para levantar a questão da injustiça racial, Fetscher o usa para falar sobre o medo coletivo do envelhecimento, e para transmitir uma mensagem sobre a importância de cuidar bem de nossos idosos. Mostrá-los aterrorizando os mais jovens com certeza não é a melhor maneira de passar a mensagem, mas é o que o roteiro desajeitado entrega.

Nota: 4/10

Título Original: Old People.
Gênero: Terror.
Produção: 2022.
Lançamento: 2022.
País: Alemanha.
Duração: 1 h 41 min.
Roteiro: Andy Fetscher.
Direção: Andy Fetscher.
Elenco: Melika Foroutan, Otto Emil Koch, Bianca Nawrath, Adolfo Assor, Louie Betton, Gerhard Bös, Paul Faßnacht, Daniela Galbo, Eveline Hall, Maxine Kazis, Stephan Luca, Richard Manualpillai, Marcin Rogozinski, Marvin Schulze, Anna Unterberger.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

4 Comentários

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  1. A crítica de nota 4?
    Pelo amor de Deus
    melhor filme que assisti nesse ano uma filmaço que confronta todos nós
    Como diz o filme: não esqueça de dar uma abraço aos seus pais ,avós e partes por que o amor é tudo!

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  2. Eu tô chocada com a nota. Foi simplesmente a maior crítica já feita.
    Os anos se passam e cada vez mais esquecemos aqueles que deram início a nossa história. Eu não acho impossível alguém ficar agressivo por conta de solidão, ainda mais quando se precisa de ajuda até para fazer xixi

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  3. daria nota 6,5. Acho q pra ser um terror B ele é razoavel/bom. Tem atores legais mas com falas medíocres. Mas ja vi muito terror A ser mixuruca.

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  4. Alexandre de Figueiredodezembro 10, 2022 6:59 PM

    A velharada tocam o terror. Agora nunca mais serão esquecidos.

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