Crítica | Maldição da Escola Edelvine (Seance, 2021)

Suki Waterhouse interpreta aluna ingressando em internato sombrio em 'Maldição da Escola Edelvine', filme de estreia do diretor e roteirista Simon Barrett


Imagem do filme 'Maldição da Escola Edelvine', de Simon Barrett | © HanWay Films
Imagem do filme 'Maldição da Escola Edelvine', de Simon Barrett | © HanWay Films


Após escrever O Hóspede e Você é o Próximo, Simon Barrett está estreando na direção de longas-metragens com Maldição da Escola Edelvine, um filme de mistério e terror ambientado em um internato que pode ou não ser assombrado. Suki Waterhouse, que estrelou o divisor de opiniões Amores Canibais e interpretou uma das meninas em apuros do delicioso País da Violência, lidera o elenco do filme, também roteirizado por Barrett.

O cenário é Edelvine, internato de elite só para garotas localizado em algum lugar remoto dos Estados Unidos. Dizem que seus corredores são assombrados pelo espírito de uma aluna. Dizem que o fantasma da moça pode ser invocado quando pessoas curiosas realizam um ritual que, basicamente, consiste em repetir algumas palavras no banheiro. O filme começa justamente com pessoas curiosas realizando o ritual no banheiro. A brincadeira, claro, não termina muito bem.

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Entra em cena Camille Meadows (Waterhouse), uma garota misteriosa com cara de poucos amigos, olhar inquieto e presença fria, aceita no internato pouco depois do incidente. Quando coisas estranhas começam a acontecer e as jovens damas do internato Edelvine começam a desaparecer, Camille terá que se unir às suas amigas, inimigas e uma candidata a namorada para solucionar o mistério e tentar sair de lá com vida.

Imagem do filme 'Maldição da Escola Edelvine', de Simon Barrett | © HanWay Films
Imagem do filme 'Maldição da Escola Edelvine', de Simon Barrett | © HanWay Films


Maldição da Escola Edelvine brinca com muitos elementos de filmes de terror sobrenaturais, mas o diretor não parece muito interessado em assustar o público. Os fantasmas se limitam a aparecer em pesadelos, e os sustos são mais leves do que estamos acostumados a ver em produções do gênero. A maioria das tomadas acontece à noite, e a fotografia excessivamente escura de Karim Hussain às vezes deixa as cenas mais confusas do que precisavam. Mas confundir parece ser o objetivo, já que até a lente da câmera é usada com frequência para criar uma sensação de distorção nas cenas.

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O roteiro aborda superficialmente temas como bullying, vingança e omissão de autoridades. As atuações não vão além do mediano, e os momentos dramáticos são bem chatos. Até consegui comprar as motivações da protagonista. Mas as personagens de apoio, que incluem uma diretora sisuda, uma aluna tímida e um grupo de garotas malvadas que são malvadas porque sim, não me convenceram nem um pouquinho.

Ella-Rae Smith e Suki Waterhouse em imagem do filme 'Maldição da Escola Edelvine', de Simon Barrett | © HanWay Films
Ella-Rae Smith e Suki Waterhouse em imagem do filme 'Maldição da Escola Edelvine', de Simon Barrett | © HanWay Films


Maldição da Escola Edelvine falha ao tentar evocar o espírito de Suspiria, que aparentemente serviu como inspiração para o roteiro, mas encontra uma certa redenção ao canalizar as energias de fantasmas de filmes slashers do passado. Talvez você não perceba isso nas primeiras cenas, quando as mortes inexplicavelmente acontecem fora da tela. Mas a coisa fica divertida no último ato, e essa mudança de ritmo e tom, somada a uma revelação inesperada, acaba fazendo diferença na soma geral.

Nota: 4.8/10

Título original: Seance.
Gênero: Mistério, terror.
Produção: 2021.
Lançamento: 2021.
País: Estados Unidos.
Duração: 92 minutos.
Roteiro: Simon Barrett.
Direção: Simon Barrett.
Elenco: Suki Waterhouse, Madisen Beaty, Inanna Sarkis, Ella-Rae Smith, Stephanie Sy, Djouliet Amara, Jade Michael, Seamus Patterson, Marina Stephenson Kerr, Megan Best, Cliff Sumter, Colleen Furlan, Leah Mitchell.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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