Crítica | The Mistress (2022)

Um casal se muda para uma casa repleta de segredos sombrios em 'The Mistress', do diretor Greg Pritikin


Aylya Marzolf e John Magaro como Rebecca e Parker no filme 'The Mistress', de Greg Pritikin. Foto: © Blue Fox Entertainment
Aylya Marzolf e John Magaro como Rebecca e Parker no filme 'The Mistress', de Greg Pritikin. Foto: © Blue Fox Entertainment


Novo filme do diretor de A Última Gargalhada, Greg Pritikin, The Mistress acompanha o autor de livros de não-ficção, Parker, e sua esposa figurinista, Madeline, que se mudam para uma bela casa vitoriana no Echo Park, em Los Angeles. Eles descobrem uma foto e uma coleção de cartas de 100 anos, aparentemente escritas por uma mulher abandonada pelo antigo dono da casa. A partir daí, coisas ruins acontecem.

Qualquer filme que evoca O Bebê de Rosemary em sua sequência de abertura merece respeito, e por isso The Mistress já acumula alguns pontos na largada. Ganha mais alguns graças aos ambientes atmosféricos, ainda que às vezes a iluminação carregada atrapalhe. É realmente uma pena que o filme rapidamente perca os pontos acumulados e termine praticamente no vermelho.

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Parte do problema é a lentidão do diretor e roteirista para chegar onde precisa. Na maior parte do tempo, não sabemos sequer se existe uma ameaça na casa. Quando finalmente algumas pistas indicam que sim, Pritikin nos enrola providenciando encontros desinteressantes entre Parker e uma mulher misteriosa, Rebecca (Aylya Marzolf, da série Siren: A Lenda das Sereias), que pode tanto ser um fantasma quanto a stalker que o perseguiu no passado.

John Magaro e Chasten Harmon como Parker e Madeline no filme 'The Mistress', de Greg Pritikin. Foto: © Blue Fox Entertainment
John Magaro e Chasten Harmon como Parker e Madeline no filme 'The Mistress', de Greg Pritikin. Foto: © Blue Fox Entertainment


Falando no personagem interpretado por John Magaro (First Cow — A Primeira Vaca da América), ele e Madeline (Chasten Harmon, da série Elementaríssimo) são tão desinteressantes quanto os encontros com a stalker/fantasma. Para piorar, a química entre os dois é praticamente inexistente. As interações parecem artificiais e se alinham com decisões sem sentido, prejudicando a autenticidade emocional da história.

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O resultado é um casal chato, cuja rotina sonolenta só é quebrada pelas ocasionais visitas de Dawn (Kat Cunning, de Case Comigo), a animada, mas um pouco intrusiva vizinha da casa ao lado. Cheguei a pensar que The Mistress se transformaria em um thriller erótico, com Dawn colocando em risco o relacionamento monótono do casal. Mas o roteiro trata de descartá-la para, em seguida, apresentar outra personagem cuja relevância para a história é zero.

John Magaro, Kat Cunning e Chasten Harmon como Parker, Dawn e Madeline no filme 'The Mistress', de Greg Pritikin. Foto: © Blue Fox Entertainment
John Magaro, Kat Cunning e Chasten Harmon como Parker, Dawn e Madeline no filme 'The Mistress', de Greg Pritikin. Foto: © Blue Fox Entertainment


Momentos de terror surgem aqui e ali, mas tudo é tão morno que é difícil se impressionar. A não ser, é claro, que você se impressione ao ver um homem sonhando com um carrinho de bebê. Ou com jump scares que revelam uma mulher penteando o cabelo de uma criança. Quanto às cenas de morte e violência… bem, todas acontecem fora da tela e nenhuma delas merece menção.

A trilha sonora notavelmente exuberante de Arturo Rodriguez bem que tenta criar suspense, mas como nada realmente assustador está acontecendo, o esforço é em vão. Uma reviravolta no último ato tenta levar o filme para um novo caminho. Infelizmente, ela é previsível e apresentada de maneira atropelada demais para ser levada a sério.

Nota: 2/10

Título Original: The Mistress
Gênero: Drama, suspense, terror.
Produção: 2022.
Lançamento: 2023.
País: Estados Unidos da América.
Duração: 1 h 42 min.
Roteiro: Greg Pritikin.
Direção: Greg Pritikin.
Elenco: John Magaro, Chasten Harmon, Aylya Marzolf, Kat Cunning, Eddie Alfano, James Carpinello, Jake Sidney Cohen, Tina D'Marco, Alexandra Grey, Paul Schackman, Rebecca Wackler.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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