Oito amigos da faculdade são perseguidos por um palhaço psicótico em 'O Clube de Leitores Assassinos', slasher espanhol dirigido por Carlos Alonso Ojea
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Imagem do filme 'O Clube de Leitores Assassinos', de Carlos Alonso Ojea |
O novo filme de terror espanhol do serviço de streaming Netflix, O Clube de Leitores Assassinos, segue um grupo de amigos da faculdade que se reúne semanalmente para discutir seus livros de terror favoritos. O último livro que leram foi sobre um palhaço assassino. Não é surpresa que eles fiquem obcecados pela coulrofobia — o medo irracional de palhaços — e resolvam se fantasiar como tal para dar uma lição a um professor que assediou uma de suas amigas.
A brincadeira termina com uma tragédia monumental que leva os amigos a fazer um pacto de silêncio. Se você assistiu ao divertido Pacto Secreto, ao cult Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado ou a qualquer outro filme sobre jovens que tentam varrer sua sujeira para baixo do tapete, provavelmente já sabe que é apenas uma questão de tempo até que um assassino mascarado apareça para jogar tudo no ventilador.
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O vilão de O Clube de Leitores Assassinos ataca usando, vejam só, uma roupa de palhaço! A figura sinistra começa a publicar na internet os capítulos de uma história de terror que espelha o incidente que une os amigos do clube de leitura, e cada novo capítulo significa uma sentença de morte para um deles. Seu conhecimento íntimo do incidente levanta a possibilidade de que um dos amigos seja o assassino. Resta saber qual deles e qual o motivo de sua fúria mortal.
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Imagem do filme 'O Clube de Leitores Assassinos', de Carlos Alonso Ojea |
O filme de Carlos Alonso Ojea (Los Inocentes), baseado no romance homônimo de Carlos García Miranda, recicla várias ideias de Pânico, mas não desenvolve nenhuma delas. Há muita metalinguagem barata, tentativas frustradas de desenvolver personagens, sustos mal cronometrados e uma dolorosa falta de ousadia em todos os temas abordados. Os mistérios dificilmente despertarão o interesse de alguém. A revelação tosca sobre a identidade do vilão, digna do decepcionante Pânico 3, não ajuda a melhorar a situação.
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Uma ou outra cena de violência chama a atenção. O sangue prático, como sempre, é muito mais convincente do que o CGI, mas os efeitos digitais não chegam a comprometer a brincadeira. Já a incapacidade de Ojea em criar momentos de suspense e sua insistência em intercalar as mortes com cenas que mostram os jovens recebendo mensagens do assassino, comprometem bastante. O fato de os personagens serem chatos demais para gerar um mínimo de interesse, também.
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Iván Pellicer e Veki Velilla como Nando e Ángela no filme 'O Clube de Leitores Assassinos', de Carlos Alonso Ojea |
A falta de carisma não é exclusiva da protagonista Ángela (Veki Velilla, da série A Catedral do Mar), a jovem autora que emplacou um livro de sucesso e agora passa por um bloqueio criativo. A chatice também se estende aos outros membros do clube, que inclui o pretensioso Sebas (Álvaro Mel, de Um Conto de Fada Perfeito) e o irritado Nando (Iván Pellicer, de Ánimas). A exceção talvez seja Eva (María Cerezuela, da série Desaparecidos), que também está presente na única cena de perseguição que gera uma ligeira tensão. É uma pena que ela tenha tão pouco tempo de tela.
Nota: 3/10
Título Original: El club de los lectores criminales.
Gênero: Terror, suspense.
Produção: 2023.
Lançamento: 2023.
País: Espanha.
Duração: 1 h 29 min.
Roteiro: Carlos García Miranda.
Direção: Carlos Alonso Ojea.
Elenco: Veki Velilla, Álvaro Mel, Priscilla Delgado, Iván Pellicer, Hamza Zaidi, María Cerezuela, Ane Rot, Carlos Alcaide, Daniel Grao, Carmela Lloret, Cachito Noguera, Iván López, Julia Serrano, Pilar Pintre, Ana Eva Cobos, Paula Blanco, Elisa Domingo, Joel Lopez, Karla Victoria Böttcher, Raquel Correa.