Crítica | Garras Vorazes (Slotherhouse, 2023)

 Uma preguiça assassina aterroriza uma casa de irmandade em 'Garras Vorazes', comédia de terror do diretor Matthew Goodhue


Imagem do filme 'Garras Vorazes', mostrando a preguiça Alpha
Imagem do filme 'Garras Vorazes', de Matthew Goodhue


Garras Vorazes é uma comédia de terror sobre uma preguiça-de-três-dedos (ou, no caso, garras) que aterroriza as moças de uma casa de irmandade. É o segundo longa-metragem do diretor Matthew Goodhue, mesmo realizador do suspense Woe (2020). Bradley Fowler e Cady Lanigan escreveram o roteiro do filme, estrelado por Lisa Ambalavanar, a Jinx na série Titãs, e Sydney Craven, a Laine de Olhos Famintos: Renascimento.

Ambalavanar interpreta Emily, uma universitária que quer se tornar presidente da casa Sigma Lambda Theta, e acredita que ter uma preguiça como mascote pode ajudar a aumentar sua popularidade e influência nas redes sociais. De fato, ajuda, mas também traz alguns problemas. E por problemas, eu quero dizer mortes misteriosas, e a suspeita de que a preguiça possa estar envolvida nelas.


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Boa parte de Garras Vorazes é sobre a rivalidade entre Emily e sua concorrente à presidência, Brianna (Craven), uma garota malvada que parece prima distante de Judy, aquela moça que brotava do chão para infernizar a pequena Angela no slasher Acampamento Sinistro. O elenco esforçado garante que a maioria das piadas funcione bem. Menos aquelas reservadas a Zenny, interpretada pela estreante em longas-metragens Bianca Beckles-Rose, que vibra em uma frequência diferente do resto do elenco.

Imagem do filme 'Garras Vorazes', mostrando as integrantes da casa Sigma Lambda Theta
Imagem do filme 'Garras Vorazes', de Matthew Goodhue


Enquanto Zenny parece caricata demais até mesmo para um filme sobre uma preguiça assassina, Madison, personagem de Olivia Rouyre (série Ensino médio), vai no caminho oposto, revelando uma seriedade que também destoa do resto dos personagens. Madison inclusive é a única que lembra a Emily que talvez não seja uma boa ideia arrancar animais exóticos de seus habitats naturais e usá-los como trampolim para ganhar popularidade nas redes sociais.

Essa diferença tonal prejudica um pouco o filme. A inserção de cenas dramáticas, também. A história vai perdendo o fôlego e as situações começam a ficar repetitivas. O diretor compensa parte dos problemas com escolhas elegantes de enquadramento e iluminação, enquanto coloca a preguiça para realizar atividades improváveis que devem arrancar risos do espectador.


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Mas enquanto ver o animal dirigindo carros, tirando selfies e acessando a internet garante uma vibe deliciosamente cafona que favorece o filme, quando a preguiça infernal resolve matar pessoas, Garras Vorazes se revela frustrante. Não é culpa dos efeitos práticos da criatura, que funcionam bem para um filme B, mas da decisão dos realizadores de abrir mão das cenas de violência para alcançar uma classificação indicativa PG-13.

A atriz Lisa Ambalavanar como Emily no filme 'Garras Vorazes'
A atriz Lisa Ambalavanar como Emily no filme 'Garras Vorazes', de Matthew Goodhue


Você até verá um sangue falso escorrendo aqui e uma ferida discreta ali, mas a maioria das cenas de mortes ou são higienizadas demais, ou acontecem fora da tela. Se você assistiu ao insanamente divertido Zombeavers (sobre castores zumbis) ou a qualquer outro filme sobre animais fofinhos com comportamentos suspeitos, sabe que um pouco de gore e situações politicamente incorretas podem fazer maravilhas por um filme trash. É uma pena que o diretor de Garras Vorazes tenha se esquecido desse detalhe.


Nota: 4.5/10


Título Original: Slotherhouse.

Gênero: Comédia, terror, suspense.

Produção: 2023.

Lançamento: 2023.

País: Estados Unidos da América, Sérvia.

Duração: 1 h 33 min.

História: Bradley Fowler, Cady Lanigan.

Roteiro: Bradley Fowler.

Direção:  Matthew Goodhue.

Elenco: Lisa Ambalavanar, Sydney Craven, Andrew Horton, Bianca Beckles-Rose, Olivia Rouyre, Tiff Stevenson, Sutter Nolan, Milica Vrzic, Stefan Kapicic, Annamaria Serda, Grace Patterson, Kelly Lynn Reiter, Tiana Upcheva, Juliana Sada, Bradley Fowler, Cady Lanigan, Fernando Duran, Djordje Misina, Jelena Kosara, Jomely Butsayamant.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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