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Retro Review | Oásis dos Zumbis (La tumba de los muertos vivientes, 1982)

'Oásis dos Zumbis', de Jesús Franco, mostra soldados mortos-vivos emergindo das areias do deserto para aterrorizar caçadores de tesouros.

Soldados mortos-vivos emergem das areias para aterrorizar caçadores de tesouros em 'Oásis dos Zumbis', trash europeu dirigido por Jesús Franco


France Jordan como Erika no filme de terror 'Oásis dos Zumbis'
Os mortos-vivos de 'Oásis dos Zumbis' são lentos, mas quando pegam no seu pé, eles não largam mais


Em 1981, o rei do filme B espanhol Jesús Franco foi encarregado de comandar um filme de mortos-vivos para a lendária produtora francesa Eurociné. Ele coescreveu o roteiro (que, basicamente, falava sobre soldados mortos-vivos verdes que saíam de um lago para aterrorizar um vilarejo europeu), mas não quis saber de dirigir, jogando a bomba nas mãos do francês Jean Rollin. O resultado foi O Lago dos Zumbis, considerado por muitos um dos piores filmes do gênero já feitos. Não é à toa que, por muitos anos, Rollin negou ser (ir)responsável pela tosqueira.

O fantasma dos mortos-vivos uniformizados, porém, não parou de assombrar Jesús Franco, que no ano seguinte entregou Oásis dos Zumbis, também da Eurociné. Dessa vez, a ameaça não eram os mortos encharcados, mas soldados nazistas que morreram em batalha e ressuscitaram para proteger um tesouro escondido em um oásis no deserto africano. Oásis dos Zumbis foi dirigido por Franco sob o pseudônimo A.M. Frank. E embora o roteiro seja creditado a um tal de A. L. Mariaux, não se engane: é Jesús Franco também.


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O filme começa com duas amigas parando seu jipe em um oásis numa região desértica do norte da África, após uma viagem que durou 15 horas. Aparentemente, uma delas está apaixonada pela outra e achou que um passeio romântico no meio do nada poderia acender a chama do romance. Mas nunca saberemos como essa linda história de amor termina, pois os mortos-vivos não demoraram a dar as caras. Ou, nesse caso, as mãos.

Imagem do filme de terror 'Oásis dos Zumbis', mostrando duas amigas no deserto
Duas amigas devidamente trajadas para uma viagem de 30 horas no deserto em 'Oásis dos Zumbis'


Já como os mortos foram parar no oásis é explicado depois, em um longo e enfadonho flashback que envolve o comandante militar britânico Blabert (Javier Maiza, de O Ódio é Minha Lei), o xeique Mohamed (Antonio Mayans, de Delírio Profundo), sua filha Aisha (Doris Regina, de Linda) e o fruto de seu romance trágico, um rapaz chamado Robert (Manuel Gélin, de A Coragem de Amar), que agora estuda na Inglaterra.

Robert fica sabendo da lenda do tesouro perdido no oásis amaldiçoado e resolve viajar até lá com um grupo de amigos. O caçador de tesouros alemão Kurt (Henry Lambert, de Anjo Negro) também está de olho na grana. O professor Konrad (Albino Graziani, de Kárate contra a Máfia) e sua assistente Erika (France Jordan, de Cecilia) acabam se juntando à aventura. Quando os mortos-vivos emergem das areias escaldantes, Oásis dos Zumbis vira um salve-se quem puder.


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O início aponta para um euro-nazisploitation com zumbis. Mas tudo se dissolve em uma sucessão de cenas filmadas com extrema preguiça, com cortes abruptos, diálogos risíveis e mortos-vivos que parecem ter saído de uma festa de Halloween de quinta categoria. Justiça seja feita: eles são melhores do que os zumbis verdes de Jean Rollin, cuja tinta escorria do rosto toda vez que se molhavam. Mas ainda são toscos demais, principalmente quando Franco tenta imitar a maquiagem de Zumbi 2 - A Volta dos Mortos, o clássico de 1979 do diretor Lucio Fulci.

Imagem do filme 'Oásis dos Zumbis', mostrando o personagem Robert e seus amigos
Robert e seus amigos estão de olho em um tesouro perdido no filme 'Oásis dos Zumbis'


O diretor recicla cenas repetidamente, inclusive de sua própria filmografia, e parece ter filmado a maior parte do longa durante um final de semana nublado em algum canto perdido do deserto espanhol, com uma equipe mínima e maquiagem que descola com o vento. Algumas fontes dizem que a maquiagem foi feita com peles de animais para dar uma aparência mais grotesca aos mortos. Mas, cá entre nós, tive a sensação de estar vendo apenas atores com pedaços de papel molhado pregados no rosto mesmo.

Também tive a sensação de que era meio-dia no momento em que as duas garotas da cena de abertura foram atacadas, o que entra em conflito com uma das regras estabelecidas no ato final: a de que os mortos só atacam após o pôr do sol. E acho até que vi o sol brilhando entre as nuvens em outra cena, o que contraria um dos personagens, que sugere que os demais entrem em suas barracas para dormir, pois não é seguro se aventurar durante a noite.

O timing das aparições dos zumbis é sofrível, e seus ataques não geram qualquer impacto, nem mesmo o cômico. A tentativa de criar suspense é esmagada por uma edição que parece feita com uma tesoura de jardinagem. A lentidão dos mortos (tanto para emergir da areia quanto para perseguir suas vítimas), a trilha sonora sintética, barata e deslocada, e a atuação quase paródica dos atores amadores completam o pacote de horrores.

Imagem do filme 'Oásis dos Zumbis', mostrando um caçador de tesouros e sua esposa
Mais caçadores de tesouro em apuros no filme 'Oásis dos Zumbis'


Ocasionalmente, mulheres seminuas surgem do nada para serem atacadas pelos zumbis ou para tomar sol em plano fixo. Mas até mesmo o toque erótico, marca registrada do cinema de Franco, parece desconectado do enredo. O diretor está tão pouco inspirado que se esquece até dos closes dramáticos hilários. A exceção fica para o zoom descarado nos shorts das moças da cena de abertura. E para os close-ups naquela pequena aranha que fez sua casinha de teias no oásis e que, estranhamente, também ganha uma trilha sonora de suspense toda vez que aparece.

Assim como o filme de 1981 de Jean Rollin, Oásis dos Zumbis já foi chamado de um dos piores filmes de zumbi da história. Mas, como ocorre com as obras mais fundas da filmografia de Franco, há um certo fascínio nesse amontoado de areia, carne podre de papelão e nazistas eternamente desacordados. Não é um filme para quem busca horror, tensão ou gore competente. É para quem aprecia o cinema em sua forma mais absurda, acidentalmente surrealista, onde a total incompetência vira uma forma de expressão.

Oásis dos Zumbis não é só um filme ruim. É um monumento à ruindade, um produto do apocalipse criativo da Eurociné e da exaustão de Franco com seu próprio estilo. Mas é justamente aí que reside seu valor: como uma cápsula do tempo grotesca, um delírio enterrado no deserto, pronto para ser redescoberto por quem busca o lixo mais puro do cinema europeu de horror.


Nota: 3/10


Título Original: La tumba de los muertos vivientes.

Título Nacional: Oásis dos Zumbis.

Gênero: Terror.

Produção: 1982.

Lançamento: 1982.

País: França, Espanha.

Duração: 1 h 26 min.

História: Ramón Llidó.

Roteiro: Jesús Franco.

Direção: Jesús Franco.

Elenco: Manuel Gélin, Eduardo Fajardo, France Lomay, Jeff Montgomery, Lina Romay, Myriam Landson, Antonio Mayans, Javier Maiza, Eric Viellard, Caroline Audret, Albino Graziani, Miguel Ángel Aristu, Henri Lambert, Doris Regina.


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