Crítica | Pitchfork (2016)

Assassino mascarado persegue jovens em fazenda no Michigan no slasher 'Pitchfork', do diretor Glenn Douglas Packard


Imagem do filme 'Pitchfork', de Glenn Douglas Packard
Imagem do filme 'Pitchfork', de Glenn Douglas Packard


Filme de estreia do diretor Glenn Douglas Packard, Pitchfork gira em torno de Hunter (Brian Raetz), um jovem que viaja para a fazenda de sua família, na zona rural de Michigan. Hunter recentemente ligou para os pais e revelou ser gay. Agora precisa encará-los pessoalmente e até trouxe um grupo de amigos de Nova York para lhe dar apoio moral.

O que Hunter e seus amigos com hormônios à flor da pele não sabem é que existe um assassino mascarado (Daniel Wilkinson) com traumas não resolvidos, rondando por lá. A visita ao interior está prestes a se transformar em um caos sangrento. Mas antes que o líquido vermelho comece a jorrar, acho que dá tempo de fazer uma festa no celeiro.

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O roteiro que Packard escreveu com Darryl F. Gariglio reserva um bom tempo para apresentar e tentar desenvolver seus personagens. Alguns até ganham subtramas. Além do drama de Hunter e de seus pais mal-humorados, acompanhamos um casal que descobre que está esperando seu primeiro filho, uma moça que desconfia que seu namorado a está traindo e outra que quer beijar todo mundo.

Imagem do filme 'Pitchfork', de Glenn Douglas Packard
Imagem do filme 'Pitchfork', de Glenn Douglas Packard


Para que serve toda essa preparação? Bem, para nada, já que assim que o assassino aparece, o filme vira um salve-se quem puder. Mas pelo menos esses momentos servem para nos distrair um pouco até que a matança comece. Caso você ache os diálogos muito chatos — e, de fato, alguns são — há algumas tosquices divertidas pelo caminho, como cenas de sexo hilariamente falsas e uma dança sexy com direito a coreografia gloriosamente cafona, além de moças fazendo cosplay de Daisy Duke.

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Visualmente, Pitchfork é agradável, com tons escuros e contrastes fortes, cenários repletos de névoa e luzes artificiais. Às vezes, o visual noturno é meio exagerado, mas serve ao propósito de conferir um ar retrô à obra. Os personagens também têm visuais bem distintos, assim como o vilão — um sujeito magro e sem camisa, que usa uma máscara de animal e tem um forcado no lugar de uma das mãos.

Imagem do filme 'Pitchfork', de Glenn Douglas Packard
Imagem do filme 'Pitchfork', de Glenn Douglas Packard


É uma pena que as ações de Pitchfork não sejam tão interessantes quanto seu visual, e que suas aparições tornem-se cansativas pelo excesso. Esse vilão deveria ser ameaçador e não passar metade do filme fazendo caretas, pulando e correndo de um lado para o outro atrás de novas vítimas. Falando nos candidatos a vítimas, eles não demoram para começar a tomar decisões sem pé nem cabeça, ajudando a minar a diversão.

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Por que aquele senhor foi investigar o porão, se claramente ouviu sua filha gritando no andar de cima? Por que aqueles três personagens encararam o vilão, mas decidiram que seria mais seguro se apenas um deles o enfrentasse? E por que esses rapazes confusos e essas moças formosas insistem em fugir para o meio da floresta ou do milharal, se a rodovia fica ao lado da casa?!?

Imagem do filme 'Pitchfork', de Glenn Douglas Packard
Imagem do filme 'Pitchfork', de Glenn Douglas Packard


Em certo momento, entra em cena uma família perturbada claramente “inspirada” nos canibais do clássico d Tobe Hooper, O Massacre da Serra Elétrica. Rachel Carter (Halloween: A Maldição Está de Volta) e Andrew Dawe-Collins (Invasor) parecem se divertir exagerando bastante nos papéis dos pais de Pitchfork, mas o filme não consegue recuperar seu ritmo. Se já havia saído dos trilhos, a partir daí, Pitchfork descarrilha.

Nota: 4/10

Título original: Pitchfork.
Gênero: Terror.
Produção: 2016.
Lançamento: 2017.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 94 minutos.
Roteiro: Darryl F. Gariglio e Glenn Douglas Packard.
Direção: Glenn Douglas Packard.
Elenco: Daniel Wilkinson, Brian Raetz, Lindsey Dresbach, Ryan Moore, Celina Beach, Nicole Dambro, Keith Webb, Sheila Leason.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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