Crítica | The Gracefield Incident (2017)

Terror sci-fi do diretor Mathieu Ratthe, 'The Gracefield Incident' aos poucos abandona o clima sombrio para se estabelecer no terreno da aventura




Em seu longa-metragem de estreia, intitulado The Gracefield Incident, o diretor e roteirista Mathieu Ratthe nos apresenta um thriller sci-fi sobre jovem casal que se recupera de uma tragédia familiar. Eles decidem acompanhar com um grupo de amigos no bosque de Gracefield, mas a paz momentânea é abruptamente interrompida quando um misterioso objeto cai do céu nas proximidades, desencadeando uma série de eventos inexplicáveis.

The Gracefield Incident é filmado no estilo found footage, mas Ratthe até que se sai bem, evitando algumas armadilhas desagradáveis desse subgênero. Ocasionalmente a câmera começa a tremer, mas há um cuidado para garantir que as imagens ao menos sejam visíveis, algo raro nesse tipo de produção. O diretor também faz um trabalho razoável variando o estilo de filmagem. Há imagens de celulares, câmeras de segurança e até uma micro-câmera instalada no olho do protagonista.

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Também ao contrário da maioria dos found footages, onde mais da metade do filme é gasta para estabelecer personagens, em The Gracefield Incident as coisas acontecem bem rápido. Com menos de 15 minutos a ameaça já está estabelecida e o filme segue em um ritmo frenético. À medida que o protagonista Matthew e seus amigos lutam para sobreviver, eles se encontram envolvidos em uma trama que ultrapassa os limites da compreensão humana.



O que o filme não tem é um elenco capaz de garantir credibilidade às situações bizarras que se acumulam. Curiosamente, o elo mais fraco da corrente é o protagonista, interpretado pelo próprio diretor. Mas o filme também sofre com decisões equivocadas do roteiro, que faz com que os personagens frequentemente tomem decisões sem sentido que chegam a dificultar para o espectador a tarefa de torcer por eles.

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No início o diretor consegue estabelecer um tom relativamente sombrio, mas isso se perde conforme o filme avança. The Gracefield Incident, então, fica estagnado em um terreno mais próximo da aventura, comprometendo o potencial de tensão e suspense da história e escondendo o horror que o tornaria genuinamente assustador. Mesmo com a reviravolta que acontece no final, o filme fica abaixo da média, e os efeitos digitais duvidosos não contribuem para reverter a situação.

Nota: 4/10

Título original: The Gracefield Incident.
Gênero: Ficção-científica, terror.
Produção: 2017.
Lançamento: 2017.
Pais: Estados Unidos, Canadá.
Duração: 89 minutos.
Roteiro: Mathieu Ratthe.
Direção: Mathieu Ratthe.
Elenco: Mathieu Ratthe, Victor Andres Turgeon-Trelles, Kimberly Laferriere, Juliette Gosselin, Laurence Dauphinais, Alexandre Nachi, Camille Loyer.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

1 Comentários

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  1. Tive a mesma impressão que você. Péssimas atuações a ponto de me fazer pensar que todos ali estavam se expondo ao ridículo. O diretor/roteirista/ator é péssimo ator e acredito que ele dirigiu os atores no mesmo nível de interpretação dele. Fiquei bastante satisfeito com a criatura e gostei do final (bem Spielberg, porém me deixou surpreendido). Mas o filme tem um trilhão de defeitos e raríssimos acertos. Acredito que sua nota foi até muito boa pro que o filme realmente é. Nunca vi pessoas tão burras lidando com o desconhecido na minha vida. A insensatez pode ser inserida em 1 personagem... mas em todos é demais.

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