Crítica | Viral (2016)

Duas irmãs tentam sobreviver a um surto de parasitas em 'Viral'; Henry Joost e Ariel Schulman dirigem o longa, estrelado por Sofia Black-D'Elia e Analeigh Tipton


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Travis Tope e Sofia Black-D'Elia como Evan e Emma no filme 'Viral', de Henry Joost e Ariel Schulman | ©Capelight Pictures/Central


Viral é um filme de terror com toques de ficção científica, sobre duas irmãs que tentam sobreviver a um surto de parasitas que tomou conta de sua cidade, a pequena Shadow Cannyon. Mas não sem antes tomar algumas decisões duvidosas, que anulam a sensação de urgência necessária para um filme desse tipo, e comprometem seriamente a imersão.

O longa é dirigido por Henry Joost e Ariel Schulman, realizadores de Atividade Paranormal 3 e 4. O roteiro é de Barbara Marshall (Tara Maldita) e Christopher Landon (Freaky - No Corpo de um Assassino). Sofia Black-D'Elia (Projeto Almanaque) e Analeigh Tipton (Compulsion) lideram o elenco de Viral, produzido pela Blumhouse, a produtora de Jason Blum.

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Uma aula proferida pelo professor de ciências Michael Drakeford (Michael Kelly, de Poder Sem Limites), convenientemente inserida nos minutos iniciais de Viral, sugere que a ameaça é uma espécie de versão turbinada do Toxoplasma gondii, parasita de uma só célula capaz de manipular a mente de criaturas bem mais complexas do que ele, como ratos e camundongos. No filme, o parasita ataca humanos.

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A atriz Sofia Black-D'Elia como Emma no filme 'Viral', de Henry Joost e Ariel Schulman | ©Capelight Pictures/Central


Michael é pais das protagonistas, a adolescente boazinha Emma (Black-D'Elia) e sua irmã rebelde Stacey (Tipton), que está estressada devido a um problema envolvendo sua mãe. Por falar na mãe de Stacey, ela nunca aparece no filme. Papai Michael também desaparece rápido, pois vai buscar a esposa no aeroporto e acaba sendo impedido de voltar para a cidade em quarentena.

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Sozinhas em casa, Emma e Stacey ficam preocupadas com as notícias veiculadas na TV e com os vídeos alarmantes que viralizam na internet. Mas elas encontram um tempo para cuidar de assuntos mais importantes. No caso de Emma, a prioridade é namorar o vizinho. No caso de Stacey, é namorar aquele cara que usa muletas, mas consegue subir as escadas sem elas quando devidamente motivado.

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Analeigh Tipton e Machine Gun Kelly como Stacey e CJ no filme 'Viral', de Henry Joost e Ariel Schulman | ©Capelight Pictures/Central


A quarentena, os agentes do CDC e os militares que patrulham a cidade também não são suficientes para impedir que Emma e Stacey façam o que qualquer humano de raciocínio lógico faria durante um surto de parasitas mortais: ir a uma festa. Se já não estava lá essas coisas antes da festa, Viral fica pior depois dela.

Henry Joost e Ariel Schulman até entregam alguns efeitos práticos bem feitos. As cenas que mostram os parasitas se esgueirando para dentro de corpos humanos, ou sendo retirados deles, são particularmente desagradáveis. Mas a ousadia não vai muito além disso. A maioria dos ataques dos infectados acontece fora da tela. Já jump scares, Viral tem de sobra, e nenhum deles causa o impacto que os diretores imaginaram.

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Imagem do filme 'Viral', de Henry Joost e Ariel Schulman | ©Capelight Pictures/Central


Os roteiristas monopolizam boa parte do filme para desenvolver o drama das protagonistas, o que se revela um problema. Primeiro porque Emma e Stacey passam longe do que podem ser consideradas personagens interessantes. E segundo porque com parasitas assassinos tocando o terror lá fora, dificilmente alguém vai se importar em ouvir as conversas intermináveis das duas.

Nota: 4.5/10

Título original: Viral.
Gênero: Terror, ficção-científica.
Produção: 2016.
Lançamento: 2016.
País: Estados Unidos.
Duração: 85 minutos.
Roteiro: Barbara Marshall, Christopher Landon.
Direção: Henry Joost, Ariel Schulman.
Elenco: Sofia Black-D'Elia, Analeigh Tipton, Travis Tope, Michael Kelly, Machine Gun Kelly.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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