Crítica | Tempestade: Planeta em Fúria (Geostorm, 2017)

Gerard Butler e Jim Sturgess tentam salvar o mundo da destruição no filme de estréia do diretor Dean Devlin

Imagem do filme 'Tempestade: Planeta em Fúria'

Por Ed Walter

Dean Devlin já trabalhou com os roteiros de filmes como Independence Day, Godzilla e Soldado Universal. Agora ele estréia na direção com Tempestade: Planeta em Fúria, superprodução que mistura elementos do cinema catástrofe com uma trama de espionagem. E, infelizmente, falha em desenvolver os dois.

No ano de 2019, várias cidades foram destruídas por violentas mudanças climáticas. Para nos proteger, foi criado o "Dutch Boy", uma rede de satélites capaz de controlar o clima em todo o planeta. Depois de anos de paz, o satélite começa a apresentar defeitos. E caberá ao seu criador Jake Lawson (Gerard Butler, de Deuses do Egito) e seu irmão Max (Jim Sturgess, de A Viagem) esquecerem suas rivalidades e se unirem para salvar o mundo do apocalipse.

Imagem do filme 'Tempestade: Planeta em Fúria'

O roteiro que Devlin escreveu com Paul Guyot é um amontoado de clichês. Há conveniências demais e, para piorar, os diálogos são repletos de piadinhas inseridas nos momentos errados. Gerard Butler e Jim Sturgess entregam interpretações canastronas, o que de certa forma até combina com o clima fanfarrão do filme. Já Ed Harris (Mãe!) e Andy Garcia (Max Steel) estão muito ruins papel do presidente dos Estados Unidos e de seu segurança. Alexandra Maria Lara e Zazie Beetz até que se esforçam nos papéis da astronauta russa Ute e da hacker Dana, mas o roteiro não lhes dá muito espaço. A que se sai melhor é Abbie Cornish, que interpreta a agente Sarah. Ela pelo menos tem um pouco mais de destaque na trama, e não fica limitada a servir de escada para os protagonistas masculinos brilharem.

Os dois primeiros atos são apenas chatos. Já no terceiro, nada se aproveita. Como quase sempre acontece nas superproduções de Hollywood, entupir a tela com efeitos digitais escandalosamente artificiais não é suficiente. Tem também que desrespeitar a inteligência do público, mostrando o maior número de absurdos possíveis. Não existe a menor sensação de perigo. Tudo é descaradamente falso, como se fosse um videogame. O filme tem um ou dois momentos interessantes e até consegue provocar uma risadinha aqui e ali. Mas é um humor involuntário, que funciona mais pela falta de noção do ridículo. Como a sequência de destruição do Rio de Janeiro que, de tão ruim, chega a ser divertida.
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O melhor: Algumas cenas são tão ruins que divertem.
O pior: A maior parte do filme é ruim e não diverte.

Título Original: Geostorm.
Gênero: Ficção científica, suspense, ação.
Produção: 2017.
Lançamento: 2017.
Duração: 109 minutos.
País: Estados Unidos.
Roteiro: Dean Devlin e Paul Guyot.
Direção: Dean Devlin.

Elenco: Gerard Butler, Jim Sturgess, Abbie Cornish, Alexandra Maria Lara, Daniel Wu, Eugenio Derbez, Arm Waked, Adepero Odeye, Andy Garcia, Ed Harris, Zazie Beetz.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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