Amigos descobrem que suas casas não são mais um lugar seguro em 'Pânico em Casa', thriller pandêmico dirigido por Will Wernick
A atriz Jocelyn Hudon como Jen em imagem do filme 'Pânico em casa', de Will Wernick |
Filmes ambientados durante a pandemia estão se tornando frequentes. Temos de tosqueiras como Corona Zombies, onde uma variação do coronavírus transforma as pessoas em zumbis, até obras genuinamente arrepiantes como Cuidado Com Quem Chama, onde um espírito vingativo invade uma videochamada de Zoom e toca o terror em cinco amigos entediados com o lockdown. Esse último inclusive foi escolhido pela Sangue Tipo B como o melhor filme de terror de 2020 (veja a lista dos vencedores aqui)
Pânico em casa, novo trabalho do diretor de 60 Minutos Para Morrer e #Sem Saída, Will Wernick, tem algumas semelhanças com Cuidado Com Quem Chama. Além de ter sido concebido e ser ambientado durante a quarentena, ele reúne outro grupo de amigos em uma videochamada de Zoom. É apresentado no formato screenlife, ramificação do found footage que simula a tela de dispositivos eletrônicos. Só que ao invés de elementos sobrenaturais, desta vez temos um thriller com pitadas de comentários políticos. O resultado não é muito animador.
Adwin Brown e Daniel Robaire como Ben e Liam em imagem do filme 'Pânico em casa', de Will Wernick |
O ano é 2022, e a América sofre com os efeitos de novas variantes do coronavírus. Milhões morreram, o caos tomou conta do país e um toque de recolher noturno está em vigor. Essa configuração aproxima Pânico em casa do recente Isolados: Medo Invisível. Mas o foco do roteiro, também assinado por Wernick, é um acidente que acontece na casa de um dos amigos que está participando da tal videochamada.
PUBLICIDADE
O trailer oficial revela o que acontece, mas se você não assistiu, fique tranquilo porque não vou entrar em detalhes para evitar spoilers. O que posso dizer é que as coisas fogem rapidamente do controle, e a segurança de suas casas se torna mais aterrorizante do que o caos que reina lá fora. Também posso dizer que a maneira como o grupo reage aos eventos não faz muito sentido, mesmo que o roteiro tente justificar as reações, criando uma situação que aparentemente afeta o raciocínio lógico da galera.
Imagem do filme 'Pânico em casa', de Will Wernick |
Se você comprar a idéia, provavelmente não terá dificuldades para aceitar outras forçações de barra, como o fato dos personagens não desgrudarem a câmera do celular do rosto, não importa o quão insana seja a situação que os cerca. Um deles, Evan (Dan J. Johnson, da série Criminal Minds) inclusive corre alucinadamente pela cidade e consegue manter o celular firme no braço para captar cada segundo da fuga. Outro, Oliver (Michael Kupisk, de Dead Trigger: Tiroteio Zumbi) faz o mesmo, só que dirigindo seu carro.
PUBLICIDADE
Eles fazem isso por praticamente metade do filme. Para o resto do elenco, resta pouco a fazer além de entregar expressões de espanto enquanto acompanham tudo através das telas de seus respectivos dispositivos. Isso deixa a experiência cansativa, o que me fez pensar que talvez o screenlife não tenha sido a escolha adequada para Pânico em casa. Acredito que uma filmagem "normal" daria ao diretor mais liberdade para criar cenas de perseguição elaboradas. Poderia até ajudar na criação de momentos de tensão, algo que o filme realmente fica devendo.
Dan J. Johnson e Jocelyn Hudon como Evan e Jen em imagem do filme 'Pânico em casa', de Will Wernick |
Acabei não torcendo para o rapaz fujão e para seu amigo motorista. Nem para os outros personagens, que incluem a nova namorada de Oliver, Mia (Emma Lahana, da série Hellcats: Líderes de Torcida), o casal gay nova-iorquino Ben e Liam (Adwin Brown, da série You, e Daniel Robaire, da série Jane the Virgin), e a jovem Harper (Alisa Allapach, de Ataque dos Zumbis), a única solteira do grupo. A personagem mais interessante é Jen, interpretada por Jocelyn Hudon (série The Strain: Noite Absoluta). Infelizmente, ela também é a que tem menos tempo de tela.
PUBLICIDADE
Dois detalhes involuntários e quase imperceptíveis no segundo ato revelam como a história vai terminar. Se você notá-los (e muito provavelmente você vai), não se surpreenderá com a revelação final. Mas anunciada ou não, a revelação é tragicamente cômica o suficiente para ser divertida. O mesmo não pode ser dito da maneira como o filme termina, com uma tentativa de comentário social tão desajeitada quanto os comentários políticos.
Nota: 4.5/10
Título original: Safer at Home.
Gênero: Suspense.
Produção: 2021.
Lançamento: 2021.
País: Estados Unidos.
Duração: 1h 22min.
História: Will Wernick, John Ierardi, Lia Bozonelis.
Roteiro: Will Wernick, Lia Bozonelis.
Direção: Will Wernick.
Elenco: Alisa Allapach, Lia Bozonelis, Adwin Brown, Katie L. Hall, Jocelyn Hudon, Mark Irvingsen, Dan J. Johnson, Michael Kupisk, Emma Lahana, Brandon Morales, Daniel Robaire, Donald Trump.
Achei estranho ´´aquele`` acidente que desencadeia os eventos do filme... pareceu meio sobrenatural nao é?
ResponderExcluirAgora que você falou, acho que o filme ficaria legal se tivesse alguns fantasmas.
ExcluirEu gostei da temática, principalmente no que tange à desorientação emocional e comportamental de muitas pessoas durante a Pandemia. Eu recomendo, porque a partir da narrativa, pode-se refletir sobre o momento pandêmico.
ResponderExcluirHorrível
ResponderExcluirFilme horroroso
ResponderExcluir