Crítica | Demência 13 (Dementia 13, 2017)

Reunião desenterra segredos sombrios de uma família no remake do thriller gótico de Francis Ford Coppola, dirigido por Richard LeMay


Channing Pickett e Julia Campanelli em imagem do filme 'Demência 13', de Richard LeMay


Em 1963, Roger Corman produziu e Francis Ford Coppola dirigiu o thriller gótico Demência 13. Como muitos filmes daquela época a obra já é de domínio público nos Estados Unidos, e não é surpresa que alguém resolveu fazer um remake. Quem dirige a nova versão é Richard LeMay, que antes havia realizado Whirlwind (2007) e Naked As We Came (2012). O roteiro é assinado pela dupla Dan DeFilippo e Justin Smith.

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A bela Ana Isabelle interpreta Louise, uma jovem recém-casada que vive em um castelo remoto com o marido John Haloran (Christian Ryan). Louise está de olho na fabulosa fortuna da família do rapaz, e decide manter segredo sobre um certo "incidente" em que foi protagonista. A família Haloran, por sua vez, vai ao castelo uma vez por ano para homenagear Katheleen, a filha pequena que morreu afogada em um lago próximo. Só que dessa vez a reunião será marcada por surpresas muito desagradáveis.

Channing Pickett e Marianne Noscheze em imagem do filme  'Demência 13', de Richard LeMay


DeFilippo e Smith modernizam a história sem grandes mudanças. LeMay até se esforça para imprimir um certo ar retrô à obra, embora acrescente algumas imagens de violência explícita que não existiam no filme original. A fotografia é agradável nas cenas diurnas, mas muito mais escura do que o necessário nas noturnas. Os efeitos práticos são poucos. Mas eles funcionam quando são necessários.

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Acontece muita coisa em Demência 13. Temos uma história de assombração, um drama familiar, um thriller de invasão domiciliar. E um filme slasher também. É claro que essa salada nem sempre combina. Mas há bons momentos, com destaque para o primeiro ataque do assassino mascarado e para todas as cenas que envolvem aquelas bonecas medonhas.

Julia Campanelli e Ana Isabelle em imagem do filme 'Demência 13', de Richard LeMay


Julia Campanelli está bem à vontade no papel de Gloria, a matriarca da família que mantém uma ligação imaginária (ou não?) com a filha morta. Ana Isabelle dá a Louise um divertido ar de vilã reprimida de novela mexicana. Channing Pickett e Marianne Noscheze interpretam as irmãs Rose e Billy, que trocam algumas farpas divertidas. E o elenco masculino cumpre seu papel, embora eu não possa dizer que torci por seus personagens no final.

O ritmo do filme fica bem arrastado na segunda metade. Os efeitos sonoros tímidos comprometem os confrontos. O último ato revisita vários segredos familiares, mas as respostas para os mistérios não convencem muito. Não faltam diálogos expositivos. Mas fica aquela sensação de que estão forçando a barra para que as peças se encaixem.

★★★★★

Título original: Dementia 13.
Gênero: Suspense, terror.
Produção: 2017.
Lançamento: 2017.
País: Estados Unidos.
Duração: 83 minutos.
Roteiro: Dan DeFilippo e Justin Smith.
Direção: Richard LeMay.
Elenco: Ana Isabelle, Julia Campanelli, Channing Pickett, Marianne Noscheze, Christian Ryan, Anthony Salvador Lewis, Steve Polites, Ben van Berkum.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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