Crítica | The Executioners (2018)

Novo filme do diretor e roteirista Giorgio Serafini, 'The Executioners' acompanha quatro amigas atacadas por criminosos durante final de semana em casa de lago


Natalie Burn e Fernando Soto como Key e Sr. Azul no filme 'The Executioners'
Natalie Burn e Fernando Soto como Kay e Sr. Azul no filme 'The Executioners', de Giorgio Serafini


Quatro amigas são atacadas por criminosos durante um final de semana em uma casa de lago em The Executioners, um híbrido pouco eficaz de home invasion e thriller de vingança feminina dirigido pelo belga Giorgio Serafini (Justiça Cega). O longa é estrelado por Jemma Dallender (Doce Vingança 2), Natalie Burn (Sobreviva a Noite), Rachel Rosenstein (Dormindo com um assassino) e Anna Shields (Monstrous). Serafini também é responsável pelo roteiro.

The Executioners tem uma estrutura semelhante à de A Vingança de Jennifer e outros filmes de terror exploitation das décadas de 1970 e 1980, sobre mulheres que viram a mesa sobre seus agressores. A diferença é que o diretor e roteirista tenta surpreender o público com uma reviravolta que acontece nos minutos finais, que revela que a invasão é apenas parte de eventos muito mais sombrios.


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Consegui enxergar um certo potencial na idéia, e acredito que poderia funcionar se fosse bem executada. Porém, a revelação é apresentada de maneira desajeitada, e seu impacto acaba se perdendo. Como se isso não bastante, o próprio roteiro involuntariamente entrega um spoiler durante um diálogo nos minutos iniciais, e qualquer um com uma experiência mínima com filmes de gênero, vai perceber a puxada de tapete chegando a quilômetros de distância.

A atriz Jemma Dallender como Belle no filme 'The Executioners'
A atriz Jemma Dallender como Belle no filme 'The Executioners', de Giorgio Serafini


Além do plot twist mal planejado, The Executioners tem um ritmo enfadonho e sofre com diálogos ruins e um design de som que deixa muito a desejar. A edição ocasionalmente torna difícil entender o que está acontecendo entre os personagens. Há inclusive uma cena tão confusa, que eu demorei um bom tempo para perceber que um deles havia morrido.


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A cena em que as quatro amigas são atacadas pelos bandidos de rosto colorido, e a que elas se vingam pelas humilhações e torturas que sofreram, são as mais prejudicadas pela edição. Provavelmente Serafini pretendia ser chocante. O que conseguiu esticando à exaustão esses momentos, foi deixar o filme mais enfadonho e difícil de assistir do que já estava.

Anna Shields, Natalie Burn e Jemma Dallender como Lori, Kay e Belle no filme 'The Executioners'
Anna Shields, Natalie Burn e Jemma Dallender como Lori, Kay e Belle no filme 'The Executioners', de Giorgio Serafini


O passeio até a tal casa do lago que serve como cenário para a maioria das cenas do filme é liderado por Belle, uma mulher devastada pela culpa pela morte de seu pai. Belle olhou para o abismo, conseguiu desviar o olhar no momento em que o abismo a olhou de volta, e está se recuperando com a ajuda das amigas e de alguns medicamentos. A performance de Dallender como Belle é apenas mediana, mas boa parte da culpa é do roteiro ruim e, novamente, da edição.

Burn interpreta a amiga Kay, uma aspirante a escritora em busca de inspiração para um romance. Ela também é prejudicada pelos problemas citados no parágrafo acima, assim como Rosenstein e Shields, que interpretam as amigas Angela e Lori. O elenco masculino entrega performances ruins e seus personagens, que se identificam como Sr. Azul, Sr. Vermelho e Sr. Preto, são mais irritantes do que ameaçadores.

Rachel Rosenstein e Jemma Dallender como Angela e Belle no filme 'The Executioners'
Rachel Rosenstein e Jemma Dallender como Angela e Belle no filme 'The Executioners', de Giorgio Serafini


Gostei de algumas decisões das protagonistas nos minutos iniciais, especialmente a de abandonar a casa ao menor sinal de perigo. Por outro lado, as moças também tomam decisões sem pé nem cabeça, como fazer uma barricada na porta e se esquecer de fazer o mesmo na janela de vidro, quatro vezes maior. Ou entregar uma arma municiada nas mãos de um dos criminosos que lhes causou uma dor inimaginável, porque... bem, porque ele parece arrependido, eu acho.

Falando nos criminosos, eles são tão ou mais inconsistentes do que suas vítimas. Em uma cena, conseguem ouvir um ruído mínimo vindo do porão. Na outra, não conseguem ouvir um grito agudo vindo da sala ao lado. Todos esses problemas tornam The Executioners um filme desagradável, monótono e pouco convicente. Vale para matar saudades de Jemma Dallender. Mas não é um filme que eu recomendo.

Nota: 3.8/10

Título Original: The Executioners.
Gênero: Suspense.
País: Estados Unidos.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
Duração: 1h33m.
Roteiro: Giorgio Serafini.
Direção: Giorgio Serafini.
Elenco: Jemma Dallender, Natalie Burn, Rachel Rosenstein, Anna Shields, Justin Fischer, Anthony Belevtsov, Michael Santi, Fernando Soto, Todd Thompson, John Hardy, Giorgio Serafini, Ludovica Ferraro.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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