Crítica | Feral (2018)

Olivia Luccardi e Scout Taylor-Compton em imagem do filme 'Feral'

Há uma fórmula simples que todo fã de filmes de terror conhece muito bem: grupo de adolescentes + cabana na floresta = banho de sangue. Feral, novo filme do diretor Mark Young, segue essa regra sem se preocupar em reinventar a roda. A diferença aqui é que a heroína interpretada por Scout Taylor-Compton é lésbica, algo que eu não me lembro de ter visto em nenhum outro filme desse tipo. É uma mudança interessante. Já o filme, nem tanto.

A história acompanha seis estudantes de medicina que saem em uma viagem rumo a um lago localizado em um região remota. O passeio é interrompido pelo ataque de uma criatura furiosa, que não apenas trucida dois dos integrantes do grupo como também os transforma em monstros canibais, prontos para continuar o massacre. Depois de encontrar refugio em uma cabana de propriedade de um homem misterioso, os jovens precisarão lutar para sobreviver aos ataques selvagens do inimigo.


Imagem do filme de terror 'Feral'

O roteiro que Young escreveu ao lado de Adam Frazier gasta alguns minutos para construir um background satisfatório para os personagens. Alice (Compton, de Ghost House) está disposta a assumir publicamente seu relacionamento com Jules (Olivia Luccardi, de Corrente do Mal), mas tem medo que seu pai não reaja bem com a notícia. Matt (George Finn) quer aproveitar a viagem para pedir em casamento sua namorada Brienne (Renee Olstead). E Jesse e Gina (Brock Kelly e Landry Allbright) são um casal que lida com o ciúmes e relacionamentos mal resolvidos do passado.

É claro que nada disso faz muita diferença, já que rapidamente o objetivo de todos será apenas um: sobreviver. Mas esses pequenos detalhes ajudam para que o público se identifique um pouco com cada um. Lew Temple (The Walking Dead) interpreta o dono da cabana, Talbot. Ele não está mal, mas seu personagem acaba atrapalhando a história, desviando nossa atenção do que realmente interessa. Ele também tira boa parte do charme da ameaça ao oferecer uma explicação científica para tudo. Ah, e a maioria de sua ações não fazem muito sentido.


Scout Taylor-Compton em imagem do filme 'Feral'

As cenas de terror não trazem nada de novo. Tudo é o mais básico possível, o ritmo é lento e não há senso de urgência em momento algum. Sempre que o filme ameaça embalar, o diretor puxa o freio de mão e torna tudo monótono de novo. Os efeitos práticos e a maquiagem são bem feitos, embora recebam pouco destaque. Os confrontos não empolgam e o final é mais dramático que o necessário.

Compton constrói uma personagem forte, que toma a frente para resolver todos os problemas. É o tipo de heroína que anda em falta no cinema de terror da atualidade. Infelizmente, uma final girl não consegue se destacar se não tiver um inimigo à altura. E os monstros aqui, que parecem uma mistura de zumbis com vampiros, estão longe de ser memoráveis.

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Título original: Feral.
Gênero: Terror. Lançamento: 2018.
País: Estados Unidos. Duração: 90 minutos.
Direção: Mark Young.
Roteiro: Mark Young e Adam Frazier.
Elenco: Scout Taylor-Compton, Olivia Luccardi, Lew Temple, Renee Olstead, Brock Kelly, Landry Allbright.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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