Crítica | Os Estranhos: Caçada Noturna (The Strangers: Prey at Night, 2018)

Família enfrenta assassinos mascarados em 'Os Estranhos: Caçada Noturna', do diretor Johannes Roberts

Bailee Madison em imagem do filme 'Os Estranhos: Caçada Noturna', de Johannes Roberts | ©Aviron Pictures

Um casal e seus dois filhos encontram figuras mascaradas mal intencionadas neste filme de terror dirigido por Johannes Roberts, mesmo realizador do claustrofóbico Medo Profundo (2017). Os Estranhos: Caçada Noturna é uma sequência tardia e sem mesmo charme de Os Estranhos, home invasion tenso e terrivelmente memorável de 2008, dirigido por Brian Bertino e estrelado por Liv Tyler e Scott Speedman.

O próprio Bertino, que recentemente entregou o assustador Um Monstro no Caminho, assina o roteiro da sequência em parceria com Ben Ketai. Christina Hendricks (Demônio de Neon) e Martin Henderson (O Chamado) lideram o elenco como Cindy e Mike. Bailee Madison (A Maldição de Halloween) e Lewis Pullman (Em Busca de Vingança) interpretam seus filhos adolescentes, a rebelde Kinsey e o comportado Luke.

O destino da família é um estacionamento de trailers em uma região remota. Eles estão indo para lá porque Kinsey andou exagerando na rebeldia, ganhou de presente uma longa temporada em um colégio interno, e a família quer passar algum tempo junta antes de enviá-la para seu destino. A reunião familiar é interrompida por uma batida na porta. Se você assistiu ao filme original, sabe o que isso significa.

Imagem do filme 'Os Estranhos: Caçada Noturna', de Johannes Roberts | ©SquareOne Entertainment

O roteiro não faz questão de disfarçar que está recauchutando o enredo de Os Estranhos. Só que agora a matança começa mais cedo e a contagem de corpos é maior. O que Roberts não consegue é reproduzir o clima de mistério e os eventos perturbadores do filme original. Seu elenco não tem o mesmo carisma, e constantemente toma decisões sem sentido que comprometem seriamente a imersão.

Dá para engolir que uma garota mascarada carregando uma faquinha de cozinha consiga aterrorizar duas mulheres a ponto de fazê-las sair correndo e gritando. Mas quando os personagens se mostram incapazes de reagir até mesmo quando estão sendo esfaqueados, fica difícil levar o filme a sério.

Martin Henderson e Christina Hendricks em imagem do filme 'Os Estranhos: Caçada Noturna', de Johannes Roberts | ©SquareOne Entertainment

Também seria bom se os personagens não se separassem a cada cinco minutos. Ou se não fugissem e deixassem para aquele revolver carregado, que poderia resolver facilmente a situação. Ok, personagens burros sempre estiveram presentes em filmes slashers, e eu realmente amo isso. Mas a pegada em Os Estranhos é mais séria, e essas trapalhadas parecem meio deslocadas aqui.

Gostei da atmosfera opressora e de algumas cenas de violência bem filmadas. A batalha na piscina é tensa, assim como o confronto final, que remete a O Massacre da Serra Elétrica. Também é preciso destacar a trilha sonora, que inclui de Bonnie Tyler a Air Supply. Esses acertos evitam que o longa de Roberts caia no terreno dos filmes ruins. Mas ele também não chega a ser bom.

Nota: 5/10

Título original: The Strangers: Prey at Night.

Gênero: Terror.

Produção: 2018.

Lançamento: 2018.

País: Estados Unidos.

Duração: 1h 25min.

Roteiro: Bryan Bertino, Ben Ketai.

Direção: Johannes Roberts.

Elenco: Christina Hendricks, Bailee Madison, Martin Henderson, Lewis Pullman, Emma Bellomy, Damian Maffei, Lea Enslin.