Crítica | Big Legend (2018)

Filme de estréia de Justin Lee acompanha homem que investiga o desaparecimento da noiva e descobre segredos assustadores em floresta

Por Ed Walter

Tyler Laird (Kevin Makely) é um homem assombrado pelo trágico desaparecimento de sua noiva Natalie (Summer Spiro) durante um final de semana romântico em uma floresta. Depois de passar um ano sob cuidados psiquiátricos, Tyler decide retornar ao bosque em busca de respostas. Mas o que ele encontra é muito maior do que poderia imaginar.

O filme marca a estréia em longas do diretor e roteirista Justin Lee. Aqui ele volta a abordar um assunto já conhecido pelos fãs de filmes de terror: a lenda do Sasquatch, também conhecido como Pé Grande. Ou Big Man, como é chamado no filme. No mês passado, esse mesmo tema rendeu um bom filme de terror: o sangrento Primal Rage, do diretor Patrick Magee. Big Legend, infelizmente não se sai tão bem. Justin Lee até faz um bom trabalho com a câmera, há atuações razoáveis e o visual é agradável na maior parte do tempo. Mas não vai muito além disso.

O maior problema é o roteiro, excessivamente detalhista. O público é castigado com longos diálogos explicativos que tornam a maioria das cenas monótonas. É claro que a montagem e edição também têm sua parcela de culpa por deixar as cenas se arrastarem tanto. Mas uma polida no roteiro teria ajuda bastante. De qualquer forma, tudo isso combinado gera outro problema sério: o detalhismo expõe os furos do roteiro.

Se a tal floresta é tão perigosa e conhecida pelo grande número de desaparecimento de turistas, porque Tyler decidiu pedir Natalie em casamento justamente lá? Se a polícia analisou as pistas sobre o desaparecimento, como não encontraram aquela foto? E como Tyler conseguiu encontrar o esconderijo da fera em um dia, sendo que a equipe de resgate não encontrou nada em um ano inteiro de buscas? Aliás, Tyler não encontra o esconderijo. Ele tropeça nele. Literalmente.

Mesmo quando não há diálogos (e há muitas cenas assim), a monotonia prevalece. Pouca coisa interessante acontece. E quando o tal Sasquatch aparece seu visual decepciona. Não porque é só um cara vestido com uma roupa peluda, mas principalmente porque o diretor não soube aproveitar a tosquice desse detalhe para tornar o filme divertido. Aliás, tudo aqui é muito sério. Há algumas maquiagens razoáveis e uma pequena quantidade de sangue. Mas nada que impressione muito.

O destaque fica por conta de algumas participações especiais. Fiquei muito feliz ao ver que a dra. Wheeler, psicóloga de Tyler, é interpretada por Amanda Wyss, a atriz que interpretou Tina Gray, a primeira vítima de Freddy Krueger em A Hora do Pesadelo. Também foi ótimo rever Adrienne Barbeau (A Bruma Assassina) no papel de Rita, a mãe do protagonista. Todd A. Robinson (Grimm: Contos de Terror) atua no papel de Eli, um caçador que ajuda o protagonista em sua busca. E Lance Henriksen (Mãe e Pai) aparece no final ao lado de Ashley Platz (Criminal Minds: Beyond Borders), numa estranha reviravolta na história.

Aliás, preciso dizer que mesmo não gostando do filme, as possibilidades abertas no final me deixaram muito curioso. E sim, eu quero ver uma continuação.

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O melhor: Rever nomes queridos do cinema de terror.

O pior: Cenas monótonas e roteiro cheio de furos.

Aquele final: Me deixou empolgado.

Título original: Big Legend.

Gênero: Terror.

País: Estados Unidos.

Lançamento: 2018.

Duração: 89 minutos.

Direção: Justin Lee.

Roteiro: Justin Lee.

Elenco: Kevin Makely, Todd A. Robinson, Amanda Wyss, Summer Spiro, Ashley Platz, Adrienne Barbeau, Lance Henriksen.