Crítica | Puppet Master: The Littlest Reich (2018)

Participantes de uma convenção são caçados por bonecos assassinos no reboot da franquia 'O Mestre dos Brinquedos' dirigido por Sonny Laguna e Tommy Wiklund

Thomas Lennon em imagem do filme 'Puppet Master: The Littlest Reich'

Por Ed Walter

Depois de receber cartão vermelho da esposa e ser obrigado a ir morar com os pais, Edgar (Thomas Lennon, de Monster Trucks) finalmente começa a fazer as pazes com a sorte. Ele conseguiu uma nova namorada, Ashley (Jenny Pellicer, da série The Bridge). E parece ter encontrado uma mina de ouro ao vasculhar o quarto do irmão e dar de cara com um boneco raro, que ele não hesita em vender em uma convenção. Sua alegria acaba quando ele descobre que todos os bonecos da convenção ganharam vida. E eles querem sangue.

O filme funciona como um reboot de O Mestre dos Brinquedos, franquia trash iniciada em 1989 pelo diretor David Schmoeller baseada nos personagens criados por Charles Band e Kenneth J. Hall. O mestre dos brinquedos original, Andre Toulon (Udo Kier), inclusive faz uma participação especial no novo filme, em um prólogo ambientado em 1989. A direção é de Sonny Laguna e Tommy Wiklund, a dupla responsável por A Casa do Demônio. Seu trabalho aqui se destaca pela violência gráfica, embora os efeitos práticos e a maquiagem venham sempre acompanhados da tosquice necessária para nos lembrar que essa é uma produção que não deve ser levada a sério.

Jenny Pellicer e Thomas Lennon em imagem do filme 'Puppet Master: The Littlest Reich'

Ainda assim, o roteiro de S. Craig Zahler — responsável pela história do bom Rastros de Maldade —, parte de uma premissa com potencial para soar ofensiva: bonecos guiados por ideais nazistas caçando e matando pessoas que consideram inferiores. Mas se a princípio as vítimas seguem um padrão, não demora muito para que a onda de assassinatos atinja quem estiver pela frente. Homens, mulheres, crianças e até grávidas são arrastados para o festival de facadas, incinerações e decapitações que toma conta da tela. E além de bonecos clássicos como Blade e Pinhead, o exército de monstrinhos ganha vários novos membros, incluindo Junior Fuhrer — um boneco com aparência de bebê e a cara de Adolf Hitler, capaz de se esgueirar para dentro dos corpos de suas vítimas e tomar posse deles.

Os atores fazem um bom trabalho, mas acabei não me importando muito com os personagens. O mais interessante deles é Cuddly Bear, o divertido bartender interpretado por Skeeta Jenkins (Beyond the Vows). Mas o destaque fica mesmo por conta de participações especiais que incluem Barbara Crampton (Re-Animator, Replace) no papel de Carol Doreski, uma policial que também serve como guia turística e fornece ao público algumas informações sobre a origem reformulada de Andre Toulon. Michael Paré (BloodRayne, O Super-Herói Americano) também faz uma participação hilária no papel de um detetive que acaba roubando as cenas em que aparece.

Barbara Crampton em imagem do filme 'Puppet Master: The Littlest Reich'

Puppet Master: The Littlest Reich entrega mais ou menos o que se espera de um filme trash sobre bonecos assassinos animados por magia: mortes exageradas, efeitos especiais toscos e sangrentos e, de bônus, cenas gratuitas de nudez e sexo. O filme consegue arrancar algumas risadas de vez em quando, mas às vezes seu humor é tão grosseiro que acaba atrapalhando. Falta um protagonista com o qual de fato simpatizemos. E a edição e os efeitos sonoros deixam a desejar. Não me envolvi tanto quanto gostaria. Mas me diverti um pouquinho.

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O melhor: Efeitos práticos toscos e sangrentos.
O pior: Alguns momentos de humor grosseiro.
Leech Woman: Senti sua falta.

Título original: Puppet Master: The Littlest Reich.
Gênero: Terror, comédia.
Lançamento: 2018.
País: Reino Unido, Estados Unidos.
Duração: 90 minutos.
Roteiro: S. Craig Zahler.
Direção: Sonny Laguna e Tommy Wiklund.
Elenco: Thomas Lennon, Jenny Pellicer, Barbara Crampton, Michael Paré, Charlyne Yi, Skeeta Jenkins.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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