Crítica | Killer Kate! (2018)

Despedida de solteira vira batalha pela sobrevivência no thriller de vingança do diretor Elliot Feld

Alexandra Feld em imagem do filme 'Killer Kate!'

Por Ed Walter

Filmes de terror com elementos de comédia não são uma novidade. E isso já rendeu muita coisa boa, sendo A Babá, 68 Kill e Mãe e Pai apenas alguns dos exemplos mais recentes. Agora é a vez do diretor Elliot Feld apostar nessa fórmula em seu filme de estréia: o thriller de vingança Killer Kate! Só que aqui o resultado não sai como o esperado. Killer Kate! não é engraçado. E como terror, embora tenha seus momentos de brilho, também acaba deixando a desejar.

Alexandra Feld (Oliver, Stoned) estrela no papel de Kate, uma jovem que aceita participar da despedida de solteira de sua irmã mais nova, Angie (Danielle Burgess, das séries The Sinner e The Deuce), com quem não se relaciona a vários anos. Também estão presentes as amigas de sua irmã, Sara e Mel (Amaris Davidson e Abby Eiland). Mas o encontro — que, é claro, acontece em uma casa isolada em uma região remota — logo se transforma em uma luta pela sobrevivência quando as meninas são atacadas pelos membros de uma família de assassinos.

Amaris Davidson, Danielle Burgess e Abby Eiland em imagem do filme 'Killer Kate!'

Killer Kate! conta com um bom trabalho de câmera e edição. O primeiro ato é competente, nos apresentando as protagonistas sem se estender demais a ponto de se tornar cansativo. O roteiro entrega detalhes interessantes sobre a vida de Kate, que chegaram a me fazer acreditar que eu veria um aprofundado estudo de personagem. Alguns confrontos também oferecem uma certa diversão. Há inclusive uma boa quantidade de sangue, embora boa parte da violência não seja mostrada.

Algo que atrapalhou meu envolvimento com a história foi o fato do diretor nunca se decidir sobre o rumo que seu filme vai tomar. De um lado temos uma família de assassinos tão pateta que ultrapassa os limites da caricatura. Do outro temos protagonistas que às vezes são tão dramáticas que parecem ter saído de um capítulo da novela das oito. Essa diferença de tom não incomoda tanto no início. Mas a partir do momento que o diretor começa a intercalar as cenas, os núcleos simplesmente não combinam. E isso se torna um problema.

Alexandra Feld e Danielle Burgess em imagem do filme 'Killer Kate!'

Quando o filme assume elementos de terror, a história perde ainda mais sua credibilidade. As reações das protagonistas são artificiais. Não existe sequer um momento de tensão. E sempre que o filme ameaça pegar embalo, a ação é interrompida para que acompanhemos conversas monótonas. Dois assassinos discutem se devem ou não quebrar uma janela. Um outro faz um monólogo para expressar sua crise existencial. Um cara aparece para entregar uma pizza. E Kate e Angie aproveitam para resolver os problemas de seu passado, em diálogos que parecem não ter mais fim.

Nos minutos finais o diretor abandona o terreno do home invasion para entregar um thriller de vingança que nos leva até o aguardado momento que explica o título ao filme. Infelizmente, tanto o confronto quanto a revelação final também ficam bem abaixo do esperado.

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O melhor: Alguns confrontos sangrentos.
O pior: Nunca se decide se é comédia ou terror.
Kate: Aproveita que você está presa no banheiro e lava esse rosto, menina.

Título original: Killer Kate!
Gênero: Terror, comédia.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 80 minutos.
Roteiro: Daniel Moya e Elliot Feld.
Direção: Elliot Feld.
Elenco: Alexandra Feld, Danielle Burgess, Amaris Davidson, Abby Eiland, Tiffany Shepis, Grant Lyon, Robert Donavan, Brandon Bales, Preston Flagg.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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