Crítica | Megatubarão (The Meg, 2018)

Jason Statham enfrenta tubarão gigante em 'Megatubarão', filme B com orçamento milionário dirigido por Jon Turteltaub, baseado no romance de Steven Alten


Arte do filme 'Megatubarão'
Arte do filme 'Megatubarão', de Jon Turteltaub | ©Warner Bros. Entertainment


O diretor Jon Turteltaub já entregou filmes divertidos, como a comédia Jamaica Abaixo de Zero (1993) e a aventura A Lenda do Tesouro Perdido (2004). Agora, ele retorna à direção com Megatubarão, filme B com um orçamento milionário baseado no romance best-seller Meg, do autor Steven Alten, que apresenta o astro da ação Jason Statham (Carga Explosiva) enfrentando um tubarão de 30 metros que todos acreditavam estar extinto.

Statham interpreta Jonas Taylor, o melhor mergulhador de resgate em águas profundas do mundo. Bem, pelo menos era assim que ele era conhecido, pois as coisas mudaram depois que uma tentativa de resgate nas Filipinas deu muito errado. Jonas alegou que a missão azedou porque o navio foi atacado por uma criatura gigante. Especialistas alegaram que ele estava sofrendo de psicose induzida pela pressão, o que praticamente resultou no fim de sua carreira.


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Cinco anos depois, Jonas é chamado de volta à ação para resgatar três membros de uma instalação de pesquisa subaquática, que ficaram presos em um submarino em algum lugar mais profundo que a Fossa das Marianas. Sua missão toma um rumo inesperado com o surgimento de um megalodon, um tubarão gigante que até então estava aprisionado sob uma barreira de gelo. Antes que Jonas possa dizer “Eu avisei”, o monstro está solto no oceano, devorando quem cruza seu caminho.

Bingbing Li e Jason Statham como Suyin e Jonas no filme 'Megatubarão'
Bingbing Li e Jason Statham como Suyin e Jonas no filme 'Megatubarão', de Jon Turteltaub | ©Warner Bros. Entertainment


O filme do tubarão gigante de Turteltaub é, sem dúvida, bem produzido. A parte visual é agradável, tanto nas cenas ambientadas nas profundezas do mar quanto na instalação de pesquisa e nas cenas ao ar livre, na vastidão do oceano. O roteiro, assinado por Dean Georgaris, Jon Hoeber e Erich Hoeber, também oferece uma boa variedade de situações, contribuindo para manter a sensação de ritmo ágil. O diretor constrói bem o suspense no primeiro ato e, quando o megalodon aparece, os efeitos especiais são impressionantes.


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Já quando o monstro decide atacar alguém, Megatubarão mostra sua cara feia. Ou melhor, sua cara fofa, já que tudo é assustadoramente comportadinho, sem sangue ou violência explícita, para se adequar à classificação indicativa PG-13. A cena onde o monstro ataca uma praia cheia de banhistas, por exemplo, tinha potencial para rivalizar com o delicioso remake de Piranha, que é uma referência quando o assunto são sequências de mortes marcantes. Contudo, tudo é tão amenizado que a cena não apenas perde impacto, mas também torna-se dolorosamente genérica.

Imagem do filme 'Megatubarão'
Imagem do filme 'Megatubarão', de Jon Turteltaub | ©Warner Bros. Entertainment


Jason Statham interpreta o típico herói de superproduções que Hollywood adora apresentar, com direito ao trauma do passado já mencionado e à possibilidade de redenção. Os personagens secundários parecem existir no filme apenas para cumprir três funções: serem salvos por Jonas, morrerem enquanto Jonas tenta salvá-los ou, no caso de Suyin (interpretada pela cantora e atriz Bingbing Li, de Transformers: A Era da Extinção), ser salva repetidamente por Jonas e ainda se apaixonar por ele.

O roteiro recorre ao humor em várias ocasiões, mas poucas piadas funcionaram para mim. O humor involuntário, no entanto, me arrancou algumas risadas. O desfile de situações inverossímeis inclui personagens que são incapazes de entrar em contato com as autoridades para alertar sobre a presença de um monstro, não conseguem apagar as luzes do próprio submersível para evitar que o megalodon os localize, e não perdem a oportunidade de fazer sacrifícios desnecessários.

Imagem do filme 'Megatubarão'
Imagem do filme 'Megatubarão', de Jon Turteltaub | ©Warner Bros. Entertainment


Dado que o filme necessita de cenas tensas, de vez em quando alguém cai “acidentalmente” do barco. Quando isso não acontece, o diretor e os roteiristas inventam alguma desculpa para afundar o barco inteiro. Megatubarão acaba sendo um filme de tubarão bobo e apenas ocasionalmente divertido. Mais ou menos na linha daquelas irresistíveis bagaceiras do canal SYFY, só que com um orçamento consideravelmente maior.

Nota: 4.5/10

Título original: The Meg.
Gênero: Ação, terror, ficção científica.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
Pais: Estados Unidos, China.
Duração: 113 minutos.
Roteiro: Dean Georgaris, Jon Hoeber e Erich Hoeber.
Direção: Jon Turteltaub.
Elenco: Jason Statham, Bingbing Li, Rainn Wilson, Cliff Curtis, Winston Chao, Shuya Sophia Cai, Ruby Rose.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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