Shay Mitchell interpreta funcionária de necrotério aterrorizada por eventos sobrenaturais em 'Cadáver', do diretor Diederik Van Rooijen
A atriz Kirby Johnson como Hannah no filme 'Cadáver', de Diederik Van Rooijen | ©Sony Pictures |
Necrotérios são cenários assustadores, e nos últimos anos diretores e roteiristas fizeram bom uso deles. Em 2015, o espanhol Hèctor Hernández Vicens entregou o perturbador O Cadáver de Anna Fritz. Em 2016 tivemos o arrepiante terror independente A Autópsia, do norueguês André Øvredal. E agora é a vez de Hollywood se arriscar no mesmo terreno com Cadáver, do holandês Diederik Van Rooijen.
A premissa é semelhante à de A Autópsia, que mostrava dois legistas passando apuros após receber o cadáver de uma jovem misteriosa. Quem recebe a falecida problemática da vez é Megan Reed (Shay Mitchell, da série Pretty Little Liars), uma funcionária recém-contratada de um necrotério. O cadáver é de Hannah Grace (Kirby Johnson, de 5150), uma garota que morreu após uma tentativa de exorcismo dar terrivelmente errado.
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O fim de um exorcismo, mesmo que não saia da maneira que os padres imaginaram, geralmente é a parte onde os filmes sobre possessão demoníaca terminam. Em Cadáver, é só o começo, pois a força sobrenatural maligna que se apossou do corpo de Hannah não foi totalmente exorcizada. Nem é preciso dizer que Megan terá uma noite muito ruim.
A atriz Shay Mitchell como Megan no filme 'Cadáver', de Diederik Van Rooijen | ©Sony Pictures |
Cadáver começa de maneira promissora mostrando os eventos que levaram à morte de Hannah. Há um certo suspense quando o corpo chega ao necrotério. A cena em que um dos seguranças é atacado pela força sobrenatural é divertida, flerta com o cinema trash e quase provoca risos. E o terror sobrenatural de Rooijen também ganha pontos por sua maquiagem medonha.
Infelizmente, Cadáver não demora para cair em armadilhas que geralmente limitam a diversão em filmes do gênero. O diretor e seu roteirista Brian Sieve realmente acreditam que seus personagens são mais interessantes que a ameaça sobrenatural. Obviamente, não são, mas mesmo assim, sempre que o clima começa a esquentar, a ação é interrompida para que o espectador acompanhe detalhes da vida da protagonista.
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Sua amiga Lisa (Stana Katic, de Jogo de Amor em Florença) aparece por lá para tomar um cafezinho e jogar conversa fora. Seu ex-namorado Andrew (Grey Damon, de Oldboy: Dias de Vingança) também. E os seguranças. E um motorista de ambulância. Em um filme slasher, visitas inconvenientes são bem-vindas, pois garantem que a contagem de corpos aumente. Em Cadáver é apenas uma desculpa para que o diretor abrace clichês e entregue cenas repetitivas.
Grey Damon e Shay Mitchell como Andrew e Megan no filme 'Cadáver', de Diederik Van Rooijen | ©Sony Pictures |
Rooijen recorre bastante ao CGI. A jump scares telegrafados também. Enquanto isso, nossa heroína testa a paciência do espectador com decisões sem sentido. Objetos se movem pela mesa. A gaveta do necrotério abre sozinha. O cadáver se mexe, respira e se regenera. Mesmo testemunhando tudo isso, Megan vira as costas e continua agindo como se nada estivesse acontecendo.
O roteiro até tenta justificar o fato da protagonista demorar quase uma hora para perceber que tem algo errado no necrotério, jogando a informação de que ela está confusa devido a um recente evento traumático. Mas a desculpa é forçada. Quase tão forçada quanto as tentativas do diretor de cobrir a nudez de Hannah.
Nota: 4.8/10
Título original: The Possession of Hannah Grace.
Gênero: Terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 1 h 26 min.
Roteiro: Brian Sieve.
Direção: Diederik Van Rooijen.
Elenco: Shay Mitchell, Grey Damon, Kirby Johnson, Nick Thune, Louis Herthum, Stana Katic, Maximillian McNamara, Jacob Ming-Trent, James A. Watson Jr., Marianne Bayard.
Para um filme de terror, faltaram cenas de "terror"...
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