Soldados enfrentam experimentos nazistas bizarros no terror de Julius Avery
Imagem do filme 'Operação Overlord' |
Por Ed Walter
Em 2017, a dupla Jeremy Gillespie e Steven Kostanski se inspirou no estilo dos filmes de terror da década de 1980 e realizou The Void, um pesadelo sangrento que fez a alegria dos fãs do gênero. Agora é a vez do diretor Julius Avery e dos roteiristas Billy Ray e Mark L. Smith beberem da mesma fonte para nos entregar Operação Overlord, longa produzido por J. J. Abrams e primeiro filme da Bad Robot a receber classificação indicativa R da MPAA.
O filme nos transporta para o ano de 1944, às vésperas do Dia-D, onde acompanhamos um grupo de paraquedistas norte-americanos que invade a França com uma missão importante: destruir uma torre de rádio localizada em uma igreja fortificada, que os alemães usam para garantir a comunicação entre Berlim e a Normandia. Sobreviver à artilharia anti-aérea já é uma tarefa ingrata. E a coisa se complica ainda mais quando eles descobrem que os alemães estão realizando experimentos bizarros em seres humanos, com a intenção de criar super-soldados.
Imagem do filme 'Operação Overlord' |
Overlord carrega uma deliciosa aura de filme B. Mas não é uma produção de baixo orçamento. Isso fica claro na sequência de abertura repleta de ação, explosões e efeitos-especiais em CGI. Ou no ótimo plano-sequência em que um personagem tenta escapar dos destroços de uma construção em colapso. A cinematografia de Laurie Rose e Fabian Wagner é competente. O design de som também. O diretor imprime um ritmo fluído à história. E o suspense funciona razoavelmente bem.
Em sua metade final e principalmente no último ato, o filme descamba para o lado do trash. E é quando ele realmente impressiona. O CGI é substituído por uma boa dose de efeitos práticos. O roteiro continua simples, mas agora a fórmula soldado heroico vs nazista malvado ganha tons quase sobrenaturais. Há homenagens a clássicos de terror, em especial a Re-Animator, de Stuart Gordon. Há cenas de body horror. E como não poderia deixar de ser, o sangue jorra com gosto.
Imagem do filme 'Operação Overlord' |
O carismático Jovan Adepo (série The Leftovers) se sai bem no papel do paraquedista Boyce, protagonista da trama. Mas o grupo também conta com outros personagens interessantes como Ford (Wyatt Russell, de Na Porta do Diabo), um soldado guiado por uma bússola moral distorcida cujas atitudes radicais o colocam em constante conflito com Boyce. Wyatt Russell é filho do ator Kurt Russel, que curiosamente já estrelou um filme similar: o clássico sci-fi de John Carpenter O Enigma do Outro Mundo (1982), que inclusive também é homenageado em Overlord.
O filme tem um bom vilão: o oficial nazista Wefner, interpretado por Pilou Asbæk (série Game of Thrones). Ele ganha tons cartunescos conforme a história avança, mas cumpre sua missão de fazer malvadezas e deixar o público com raiva. Seu arco tem ligação com o de Chloe (Mathilde Ollivier, de The Misfortunes of François Jane), uma jovem órfã que ajuda o grupo a cumprir sua missão e tenta proteger o irmão dos horrores da guerra. Chloe é a melhor personagem do filme. E também a que tem a história mais intensa. Overlord tem pequenos problemas. Um deles é forçar a barra para tentar emocionar o público. O outro é tentar inserir alívios cômicos em momentos de tensão. Ri pouco das piadas dos personagens. Mas a quantidade absurda de cenas grotescas de terror à moda antiga me divertiram bastante.
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O melhor: Cenas de terror bem oitentistas.
O pior: Alívios cômicos desnecessários.
Título original: Overlord.
Gênero: Terror, ação.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
Pais: Estados Unidos, Canadá.
Duração: 110 minutos.
Roteiro: Billy Ray e Mark L. Smith.
Direção: Julius Avery.
Elenco: Jovan Adepo, Wyatt Russell, Mathilde Ollivier, Pilou Asbæk, John Magaro, Iain De Caestecker, Jacob Anderson, Dominic Applewhite, Gianny Taufer, Joseph Quinn, Bokeem Woodbine, Erich Redman.
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Criticas
Vale a pipoca!
ResponderExcluirMuito obrigado pela review!
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