Jeffrey Combs interpreta estudante de medicina que desenvolve fórmula capaz de ressuscitar os mortos no clássico do terror do diretor Stuart Gordon
Stuart Gordon, falecido em março de 2020, foi responsável por algumas obras cultuadas do cinema de terror nas décadas de 1980 e 1990. Bonecas Macabras (1987), Herança Maldita (1995) e o gosmento Do Além (1986) são lembrados com carinho pelos fãs do gênero. E um de seus filmes marcou tanto uma geração que se tornou um clássico absoluto do gênero: Re-Animator, que no Brasil ganhou o título de A Hora dos Mortos-Vivos.
Produzida por Brian Yuzna (Warlock: O Demônio) esse obra-prima do cinema B é baseada no conto Herbert West – Reanimator, escrito em 1922 pelo mestre do terror cósmico H.P. Lovecraft. Gordon e o roteirista Dennis Paolli originalmente pretendiam ser fiéis ao material original. Mudaram de idéia no meio do caminho. E o resultado é em uma espécie de versão moderna, cínica e insanamente divertida de Frankenstein.
Jeffrey Combs (Holiday Hell) interpreta Herbert West, um jovem estudante de medicina que desenvolve uma fórmula capaz de ressuscitar os mortos. Depois de um incidente em um instituto de medicina da Suíça, West se muda para o estado americano de Massachusetts, onde planeja continuar suas experiências de reanimação na Faculdade de Medicina de Miskatonic. Suas ações chamam a atenção de um médico ambicioso que decide se apropriar da descoberta, dando início a eventos medonhos.
O filme é carregado de diálogos e situações de humor-negro. Há momentos hilários, como a cena em que um corpo decapitado usa a cabeça de um boneco para ganhar acesso ao necrotério sem levantar suspeitas. Há momentos que dosam bem o suspense e a tosquice, como a batalha contra um gato infernal recém-ressuscitado que toca o terror no porão que serve como laboratório improvisado para as experiências de West. E, é claro, há algumas das cenas de violência mais hardcore dos anos 80.
Entre os momentos sangrentos mais memoráveis está a deliciosa batalha contra um cadáver turbinado (interpretado por Peter Kent, um dos dublês de Arnold Schwarzenegger) que ressuscita extremamente irritado e espalha o caos em um necrotério. Mas a verdade é que o gore rola solto em quase todas as cenas de terror de Re-Animator. E os efeitos práticos, mesmo quando são toscos, continuam criativos, divertidos e indigestos.
Combs esbanja carisma e canastrice no papel do protagonista impulsivo, que está disposto a ir até as últimas consequências para aperfeiçoar sua fórmula. Bruce Abbott (Sonho Mortal) manda bem como Dean Cain, um estudante de medicina que se torna cúmplice de West em suas experiências medonhas. David Gale (A Hora do Calafrio) faz do dr. Carl Hill um vilão elegante, sombrio e inesquecível. E Barbara Crampton (Replace) está um doce no papel de Megan, a noiva de Dean, que inevitavelmente será arrastada para o centro do pesadelo sangrento.
Scream queen favorita de muitos fãs do cinema de terror dos anos 80, Crampton também é protagonista da cena mais bizarra e polêmica de Re-Animator, quando é atacada por uma cabeça sem corpo mal intencionada. A esposa do ator que interpreta a cabeça vilanesca se divorciou dele logo após o lançamento do filme. No comentário em áudio do DVD, o resto do elenco discute se essa cena não teria sido a causa do divórcio.
Muitos diretores se esforçaram para levar para as telas adaptações das obras de H.P. Lovecraft. Mas o clássico de Gordon, mesmo sendo pouco fiel, continua no topo da lista das melhores. E antes que eu me esqueça: uma lista sobre os melhores filmes de mortos-vivos também não fica completa sem a presença de Re-Animator.
Nota: 8.5/10
Título original: Re-Animator.
Gênero: Terror.
Produção: 1985.
Lançamento: 1985.
País: Estados Unidos.
Duração: 104 min | 86 min (unrated) | 93 min (R-rated) | 105 min (Integral)
Roteiro: Dennis Paoli, William Norris, Stuart Gordon.
Direção: Stuart Gordon.
Elenco: Jeffrey Combs, Bruce Abbott, Barbara Crampton, David Gale, Robert Sampson, Gerry Black, Carolyn Purdy-Gordon, Peter Kent, Barbara Pieters, Ian Patrick Williams, Bunny Summers, Al Berry, Derek Pendleton, Gene Scherer, James Ellis.
Simplismente ....clássico e imortal!
ResponderExcluir....é tosco, porém é acima da média daquilo que é considerado bom!
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