Crítica | Welcome Home (2018)

Aaron Paul e Emily Ratajkowski interpretam casal que tem as férias interrompidas pela chegada de vizinho manipulador no suspense do diretor George Ratliff

Emily Ratajkowski em imagem do filme 'Welcome Home'

Por Ed Walter

O novo trabalho do diretor de Joshua, o Filho do Mal, George Ratliff, dá sequência à tradição de filmes sobre figuras aparentemente inofensivas que se infiltram na vida de casais e transformam seu relacionamento em um inferno. Rebecca De Mornay fez isso em A Mão que Balança o Berço. Isabelle Fuhrman também, em A Órfã. E não podemos nos esquecer de Katherine Heigl, no recente Paixão Obsessiva.

Em Welcome Home, o casal em perigo é Bryan e Cassie, interpretados por Aaron Paul e Emily Ratajkowski. Seu relacionamento está em crise e eles decidem tentar se reconectar passando uma temporada romântica em uma casa na Itália, alugada através do website que dá título ao filme. A figura aparentemente inofensiva surge na forma do vizinho Frederico, interpretado pelo ator Riccardo Scamarcio. Ele vai se esforçar para separar o casal. Mesmo que tenha que recorrer a medidas extremas.

Aaron Paul e Emily Ratajkowski em imagem do filme 'Welcome Home'

Infelizmente as manipulações de Frederico não são muito empolgantes. E suas consequências, menos ainda. Scamarcio (John Wick: Um Novo Dia Para Matar) se esforça, mas o roteiro do estreante David Levinson nunca lhe entrega material suficiente para que ele pareça ameaçador. O mais perto que ele chega disso é na cena do jantar, onde faz um discurso sobre a arte de caçar coelhos. O personagem de Frederico funciona para exemplificar como a tecnologia moderna trás novos perigos e facilita o voyeurismo. Mas não passa disso.

Emily Ratajkowski  (Na Escuridão) é carismática e é difícil não gostar dela. Flashbacks revelam detalhes de seu passado que explicam um pouco sobre a crise pela qual o casal está passando. Aaron Paul (série Breaking Bad) entrega uma atuação contida mas aceitável. Mas cedo ou tarde tanto os protagonistas quanto o vilão acabam sendo abafados pelo roteiro fraco e pela direção arrastada e sem ousadia de Ratliff.

Riccardo Scamarcio e Emily Ratajkowski em imagem do filme 'Welcome Home'

O filme passeia por diversos gêneros, mas não se destaca em nenhum deles. É difícil defendê-lo como um drama romântico já que não há intensidade para isso. É difícil defendê-lo como thriller erótico já que com exceção do momento em que Ratajkowski é vendada, tudo é muito tímido. E também é difícil defendê-lo como um filme de suspense. Esse elemento é praticamente inexistente.

Welcome Home acaba se tornando uma experiência cansativa. Mas eu vou defender seus minutos finais, quando tanto o roteiro quanto a direção abraçam o humo-negro com vontade. Temos assassinatos e reviravoltas bizarras. Temos uma cena hilariante onde o casal decide lavar a roupa suja. Ah, e também temos a já citada cena da venda. Aparentemente ela deveria ser um misto entre sexy e perturbador, mas acaba soando involuntariamente cômica. É uma pena que Ratliff tenha demorado tanto tempo para entregar um pouco de diversão.

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O melhor: O terceiro ato é divertido e cheio de reviravoltas bizarras.
O pior: Não acontece muita coisa interessante antes no terceiro ato.

Título original: Welcome Home.
Gênero: Suspense.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 97 minutos.
Roteiro: David Levinson.
Direção: George Ratliff.
Elenco: Emily Ratajkowski, Aaron Paul, Riccardo Scamarcio, Katy Louise Saunders, Alice Bellagamba, Francesco Acquaroli.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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